Título: Hod, Glória. ( Em hebraico, zt1 : Hé, Vau, Daleth.)
Imagem Mágica: Um hermafrodita.
Localização na Árvore: Na base do
Pilar da Severidade. Texto Yetzirático: 0 oitavo Caminho chama-se
Inteligência Absoluta ou Perfeita, pois é o instrumento do Primordial, a
não possui raízes, com as quais possa penetrar a implantar-se, salvo
nos lugares ocultos de Gedulah, da qual emana sua essência
característica.
Nome Divino: Elohey Tzebaoth, o Deus das Hostes.
Arcanjo: Miguel.
Coro Angélico : Beni Elohim, Filhos de Deus. Chakra Cósmico: Kokab, Mercúrio. Experiência Espiritual: Visão do esplendor.
Virtude: Veracidade.
Vicio: Falsidade. Desonestidade.
Correspondéncia
no Microcosmo: Os quadris a as pernas. Sfmbolos: Nomes a versículos.
Avental. Cartas do Tarô: Os quatro oitos: Oito de Paus: rapidez; Oito de
Copas: sucesso abandonado; Oito de Espadas: força diminuída; Oito de
Ouros: prudência. Cor em Atziluth: Violeta-púrpura. Cor em Briah:
Laranja. Cor em Yetzirah: Vermelho-roxo. Cor em Assiah: Preto-amarelado,
salpicado de branco.
Os dois poderes primordiais do universo
estão representados na Árvore da Vida por Chokmah a Binah, forças
positiva a negativa. Afirmam os cabalistas que, embora toda Sephirah
emane a Esfera que se lhe segue em ordem numérica, essas duas Supremas,
uma vez estabelecida a Árvore, se refletem diagonalmente de um modo
particular: Essa característica é claramente indicada no Texto
Yetzirático dessa Sephirah, o qual afirma que Hod "não possui raízes com
as quais possa penetrar a implantar-se, salvo nos lugares ocultos de
Gedulah, da qual emana sua essência característica". Gedulah, lembremos,
é outro nome de Chesed.
Binah é o Dador de Forma. Chesed é
anabolismo cósmico, a organização das unidades formuladas por Binah em
estruturas complexas e interatuantes; Hod, o reflexo de Chesed, é por
sua vez uma Sephirah de Forma, e representa esse princípio coagulador em
outra Esfera.
3. Chokmah, por outro lado, é o princípio dinâmico;
ela se reflete em Geburah, que é o Catabolismo Cósmico, representando a
ruptura do complexo no simples, a qual libera energia latente; a isso se
reflete novamente em Netzach, a força vital da Natureza.
É
importante notar, para a compreensão das cinco Sephiroth inferiores, que
o presente estágio de evolução representou algum grau de
desenvolvimento da consciéncia humana nessas Esferas. Tiphareth
representa a consciência superior, em que a individualidade se une à
personalidade; Netzach a Hod simbolizam, respectivamente, os aspectos da
força a da forma da consciéncia. Porque a consciência humana avançou um
grau de desenvolvimento nessas Esferas, sua natureza puramente cósmica é
consideravelmente excedida por suas influências; e, como a consciência
humana, desenvolvendo-se em Malkuth, é uma consciência de formas
derivada da experiência das sensações físicas, as condições de Malkuth
se refletem, numa forma rarefeita, em Hod a Netzach, a em grau menor em
Tiphareth; Yesod está ainda mais marcadamente condicionada pela
influência amplificadora da Malkuth.
Isso se deve ao fato de que a
mente de qualquer ser, tendo obtido um grau suficiente de
desenvolvimento para alcançar uma vontade independente, opera
objetivamente sobre seu meio e, dessa forma, o modifica. Ilustremos esse
ponto por meio de um exemplo. As criaturas de desenvolvimento inferior,
como as formas simples de vida que não têm poder motor, como as
anêmonas, só podem exercer uma influência muito limitada sobre seu meio;
mas uma criatura de tipo superior a mais inteligente pode exercer uma
influência muito grande sobre o meio ambiente, forçando-o, por sua
inteligência a energia, a conformar-se à sua vontade, como quando um
castor constrói um dique. Os seres humanos, a mais elevada de todas as
criaturas da matéria, aprenderam a exercer uma influência profunda sobre
seu meio, de modo que o globo terrestre está gradualmente se sujeitando
à vontade do homem.
No que concerne a cada nível de consciência,
as condiçôes são exatamente análogas. A mente realiza suas construções
por meio do estofo mental a da natureza das forças espirituais do cosmo,
exatamente como a anêmona retira sua substância da nutrição que a água
lhe traz. Os tipos supepores de personalidade, contudo, são análogos aos
tipos superiores de animals, porque podem, num grau crescente, de
acordo com a sua energia a capacidade, influenciar o seu meio sutil; a
mente edificada no estofo mental faz sentir seu poder no plano mental.
Observamos, ao tratar do plano astral - que é essencialmente o nível de
função dos aspectos mais densos da mente humana, que as forças e
fatores desse plano se apresentam à consciência como formas etéreas de
um tipo distintamente humano; e, se abordarmos o assunto
filosoficamente, e não credulamente, teremos dificuldades para explicar
como isso se dá. O iniciado, contudo, tem sua explicação. Ele declara
que foi a própria mente humana que criou essas formas, representando
para si mesmo essas forças naturais inteligentes como formas portadoras
de um tipo humano, a raciocinando por analogia que, como elas são
individualizadas, sua individualidade deve ter a mesma espécie de
veículo para a manifestação que a sua própria individualidade.
Essa não é, naturalmente, uma constatação óbvia. De fato, essas formas
de vida, quando deixadas a si próprias, terminam sua encamação nos
fenômenos naturais, constituindo seus veículos coordenações de forças
naturals, tais como um rio, uma cadeia de montanhas ou uma tempestade.
Sempre que o homem entra em contato com o astral, seja como um sensitivo
ou um mago, ele cria as formas à sua semelhança, para representá-las
como forças sutis, fluídicas, a assim entrar em contato com elas,
compreendendo-as e submetendo-as à sua vontade. Ele é uma verdadeira
criança da Grande Mãe, Binah, a leva suas propensões naturais para
organizar a construir forma a qualquer plano que seja capaz de
exaltar-lhe a consciência.
As formas percebidas no plano astral
por aqueles que são capazes de vê-las são as formas produzidas pela
imaginação humana para representar essas forças naturais sutis que
pertencem a formas de evolução diferentes da nossa. As inteligências de
outras formas de evoluçâo que não a humana, se entram em contato
conosco, podem às vezes ser persuadidas a fazerem use dessas formas,
assim como um homem pode pôr um escafandro a descer para outro elemento.
Um certo tipo fundamental de magia se dedica a fazer essas formas e a
induzir as entidades a animá-las.
Consideremos o que ocorre
quando tal processo está em ação. O homem primitivo, que é muito mais
sensível do que o homem civilizado, devido ao fato de sua mente não
estar tão elaboradamente organizada pela educação, percebe
intuitivamente que há algo sutil atrás de uma unidade altamente complexa
de força natural que a diferencia de qualquer outra unidade. Os homens
percebem subconscientemente esse aspecto num grau muito maior do que
querem admitir; a não é por obra do simples acaso que damos nomes
femininos aos furacões, ou chamamos, em inglês, os rios de "pal". Um
selvagem, que sente essa vida que existe por trás dos fenômenos, tenta
fazer contato com ela para poder aliar-se-lhe. Como não pode,
obviamente, esperar conquistá-la, ele precisa achegar-se a ela, assim
como o faria com outras vidas estranhas animadas nos corpos de outra
tribo. Para entrar em acordo com alguém, precisamos parlamentar. Não se
pode entrar em acordo com pessoas que não parlamentam. O selvagem
imagina, raciocinando por seu próprio método primitivo de analogia, que
os seres por trás dos fenômenos repousam num reino semelhante àquele em
que sua própria vida onínca ocorre; como os sonhos diurnos são
estreitamente afros aos sonhos noturnos, a têm a vantagem de estar
submetidos à vontade, ele tenta aproximar-se desses seres de outra
esfera penetrando-lhes o reino; ou seja, ele fabrica no sonho diurno ou
na fantasia a aproximação mais estreita de que é capaz com as visões da
noite, e, se consegue alcançar um alto grau de concentraçâo, é capaz de
fechar sua consciência desperta a penetrar voluntariamente no estado
onírico, formulando um sonho regido por sua própria vontade.
Para
conseguir esse propósito, ele formula em sua imaginação um retrato
mental que visa representar o ser que é o gêmo governante do fenômeno
natural com que deseja entrar em acordo; ele o formula muitas e muitas
vezes; ele o adora; ele o reverencia; ele o invoca. Se a invocação é
suficientemente fervorosa, o ser que está buscando o ouvirá
telepaticamente e poderá interessar-se pelo que ele está fazendo; se sua
adoração a os sacrifícios lhe são agradáveis, poderá obter sua
cooperação. Aos poucos, ele pode ser domado a domesticado; e, por fim,
pode ser persuadido a animar, de tempos em tempos, a forma que se
construiu com o estofo mental à guisa de veículo. 0 sucesso dessa
operação depende, naturahnente, do grau em que o adorador aprecia a
natureza do ser invocado, a ele só pode fazê-to na medida em que o seu
próprio temperamento partilhar dessa natureza.
Se esse processo
tem êxito, conseguimos, então, a domesticação de uma parte da vida da
Natureza, encamando-a na forma pela qual os seus adoradores a conhecem.
Enquanto a forma astral se mantém viva pelo tipo apropriado de adoração
empreendido pelos adoradores com a necessária capacidade para entrar em
comunhão com essa espécie de vida, dispomos de um deus encarnado, que
desceu ao âmbito da percepção humana. Cessando a adoraçáo, o deus se
retira para sua morada no seio da Natureza. Se existem outros
adoradores, contudo, que possuem o conhecimento necessáno para edificar
uma forma em consonância com a natureza da vida que deve ser invocada, e
a simpatia imaginativa necessária para invocá-la, é algo relativamente
simples atrair uma vez mais à forma a vida que estava acostumada a
animá-la; não mais difícil, do que apanhar, com uma cesta de aveia, um
cavalo que vive em estado selvagem nos pastos.
Poder-se-á dizer
que tudo isso não passa de especulação fantástica a puro dogmatismo.
Como posso eu saber que é esse o modo pelo qual agia o homem primitivo?
Porque é esse o método de ação que a tradição secreta dos Mistérios nos
transmitiu desde tempos imemoriais, a porque, quando esse método é
empregado por alguém que adquiriu o grau necessário de habilidade na
concentração a conhece os símbolos que são utilizados para constituir as
diferentes formas, esse mesmo método mostra sua validade, e a chama do
altar atrai novamente os Velhos Deuses. Resultados definidos se produzem
na consciência dos adoradores; e, se eles emprestam a técnica do
espiritista a se podem recorrer a um médium materializador, fenômenos de
um tipo bem definido podem ser produzidos.
Esse método é
empregado nos trabalhos da Missa pelos sacerdotes que têm o
conhecimento. Existem dois tipos de sacerdotes na Igreja Romana: o
clérigo paroquial a os homens que pertencem a ordens monásticas. Esses
monges empregam freqüentemente, no trabalho da Missa, um altíssimo grau
de poder mágico, como qualquer sensitivo pode testemunhar. O ato da
transubstanciação é, na verdade, a animação de uma forma astral com
força espiritual. É no conhecimento dessas coisas a na posse de corpos
organizados de homens a mulheres treinados em sua utilização nas ordens
monásticas que reside a força da Igreja Católica a Apostólica; é a
ausência Jesse conhecimento interior que constitui a fraqueza Jas
comunhões cismáticas, ausência que toma os rituais anglicanos, mesmo
quando operados com todo o cerimonial, tão diferentes como a água do
vinho, quando comparados com os rituais romanos; pois os homens que os
operam não têm qualquer conhecimento das operações secretas tradicionais
da comunhão romana, a não são treinados na técnica da visualização. Não
sou católica, a jamais o serei, porque não me submeteria à sua
disciplina, nem acredito que haja apenas Um Nome sob os céus por meio do
qual os homens se possam salvar, embora eu reverencie esse Nome, mas
reconheço o poder quando o vejo, e o respeito.
Mas o poder da
Igreja Romana não repousa nos documentos, e sim na função. Ela é
poderosa não porque Pedro recebeu as Chaves (e é provável que ele não as
tenha recebido), mas porque ela conhece seu trabalho. Não há razão que
impeça os sacerdotes da Comunhão Anglicana de operarem com o poder se
eles aplicarem os princípios que expliquei nestas páginas. Na Sociedade
do Mestre Jesus, que é parte de minha própria organização, a Fratemidade
da Luz Interior, rezamos a Missa com o poder porque aplicamos esses
princípios. Quando começamos, ofereceram a Sucessão Apostólica aos
nossos oficiantes, mas nós a recusamos, porque sentimos que seria melhor
utilizar nosso conhecimento para fazer novamente os contatos por nossa
conta do que receber a Sucessão Apostólica de uma fonte que não estava
acima de suspeitas - e a experiência justificou a nossa escolha.
Para compreendermos plenamente a filosofia da Magia, devemos lembrar que
uma Sephirah isolada não é funcional; a função supõe sempre um par de
opostos em equilíbrio, que resulta numa terceira Esfera equilibrada que é
funcional. O par de opostos em si não é funcional porque ele se
neutraliza mutuamente; só quando se une com a força equilibrada para
fluir por uma terceira Esfera, segundo o simbolismo do Pai, da Mãe a do
Filho, alcança o par a atividade dinâmica, distinta da força latente que
está encerrada nele à espera da invocação.
O triângulo funcional
da Tríade Superior consiste em Hod, Netzach a Yesod. Hod a Netzach, como
já observamos, são, respectivamente, Forma a Força no plano astral.
Yesod é a base da substância etérea, Akasha, ou a Luz Astral, como é às
vezes chamada. Hod é especialmente a Esfera da Magia, porquanto é a
Esfera da formulação de formas, a é, por conseguinte, a Esfera na qual o
mago realmente opera, pois é sua mente que formula as formas a sua
vontade que reúne as forças naturais da Esfera de Netzach que animam
essas formas. Note-se, contudo, que sem os contatos de Netzach, o
aspecto da força do astral, a animação não poderia ocorrer; e, em
Netzach, sendo essa a Esfera das emoções, os contatos se fazem por meio
da simpatia. 0 poder da vontade projeta o mago para fora de Hod, mas
apenas o poder da simpatia pode colocá-to em Netzach. Uma pessoa fria a
de vontade dominadora não pode se tomar um adepto que trabalha com o
poder, assim como não o pode uma pessoa fluidicamente simpática de pura
emoção. 0 poder da vontade concentrada é necessário para que o mago
enfrente sua obra, mas o poder da simpatia imaginativa é essencial para
que esses contatos se façam. Pois é apenas através de nosso poder para
entrar imaginativamente na vida dos tipos de existência diversos do
nosso que podemos entar em contato com as forças da natureza. Tentar
dominá-las pela Aura vontade, amaldiçoando-as pelos poderosos Nomes de
Deus se elas resistem, é pura feitiçaria.
Como já observamos, é
por meio dos fatores correspondentes em nossos próprios temperamentos
que entramos em contato com as forças da Natureza. É a Vênus interior
que nos põe em contato com as influências simbolizadas por Netzach. É a
capacidade mágica de nossa própria mente que nos pôe em contato com as
forças da Esfera de Hod-Mercúrio-Thoth. Se em nossa própria natureza não
existe Vênus a nenhuma capacidade para responder ao chamado do amor, as
portas da Esfera de Netzach jamais se abrirão para nós a nunca
receberemos a sua iniciação. Da mestna maneira, se não temos qualquer
capacidade mágica, que é o trabalho da imaginação intelectual, a Esfera
de Hod será um livro fechado para nós. Só podemos operar numa Esfera
depois de termos recebido a iniciação dessa Esfera, a qual, na linguagem
dos Mistérios, confere os seus poderes. Na operação técnica dos
Mistérios, essas iniciações são concedidas no plano físico por meio do
cerimonial, que pode ou não ser efetivo.O ponto fundamental da questão
reside no fato de que não podemos despertar uma atividade que já não
existe em estado latente. A vida é o verdadeiro iniciador; as
experiências da vida estimulam o funcionamento das capacidades de nossos
temperamentos no grau em que as possuímos. A cerimônia da iniciação a
os ensinamentos dadòs nos diversos graus têm por objetivo apenas tornar
consciente o que era anteriormente subconsciente, a submeter ao controle
da vontade, dirigida pela inteligência superior, as capacidades de
reação desenvolvidas que até então só responderam cegamente aos
estímulos apropriados.
Cumpre lembrar que é apenas na proporção
em que nossas capacidades de reação se elevam acima da Esfera dos
reflexos emocionais a se colocam sob o controle racional que podemos
transformá-las em poderes mágicos. Apenas quando o aspirante - tendo a
capacidade de responder em todos os planos, ao chamado de Vênus, pode
recusar-se com facilidade a sem esforço à vontade de responder é que ele
pode se iniciar na Esfera de Netzach. Eis por que se diz que o adepto
utiliza todas as coisas, mas não depende de nada.
Esses conceitos
são claros para aqueles que têm olhos para ver o simbolismo de Hod. O
Texto Yetzirático declara que Hod é a Inteligência Perfeita porque é o
instrumento do Primordial. Em outras palavras, é o poder em equilíbrio,
pois a palavra "instrumento" implica uma posição intermediária entre
dois extremos.
O conceito da reação a da satisfação inibidas está
expresso no título do Oito de Copas do Tarô, cujo nome secreto é
"Sucesso Abandonado". 0 naipe de Copas do Tarô, no simbolismo do Tarô,
está sob a influência de Vênus a representa os diferentes aspectos a
influências do amor. O "Sucesso Abandonado", a inibição da reação
instintiva, que daria a satisfação - em outras palavras, a sublimação -,
é a chave dos poderes de Hod. Mas lembremos que a sublimação não é a
mesma coisa que a repressão ou a erradicação, e se aplica ao instinto de
autopreservação, assim como ao instinto de reprodução, com o qual a
mente popular a associa exclusivamente.
O mesmo conceito reaparece
no título secreto do Oito de Espadas, que é "O Senhor da Força
Diminuída". Temos, nessas palavras, uma clara imagem da suspensão a
retenção do poder dinâmico que procuramos controlar.
No Oito de
Ouros, que representa a natureza de Hod manifesta no plano material,
temos o Senhor da Prudência - que é também uma influência restritiva.
Mas essas três cartas negativas se resumem sob o governo do Oito de
Paus, que representa a ação da Esfera de Hod no plano espiritual, e essa
carta recebe o nome de Senhor da Rapidez.
Vemos, pois, que é
pelas inibições a restriçôes nos planos inferiores que á energia
dinámica do plano superior pode ser utilizada. É na Esfera de Hod que a
mente racional impõe essas inibições à natureza animal dinámica da alma,
condensando-as, formulando-as a dirigindo-as por meio de sua linútação a
impedindo-lhes a difusão. É essa operação da Magia que trabalha com os
símbolos. Por meio dela, as forças naturais livres são reprimidas a
dirigidas aos fins desejados. Esse poder de direção a controle só pode
ser obtido pelo sacrifício da fluidez, a Hod é, por conseguinte,
justamente considerado como o reflexo de Binah através de Chesed.
Tendo considerado os princípios gerais da Esfera de Hod, podemos agora considerar em detalhes o seu simbolismo.
O significado da palavra hebraica Hod é Glória, o que sugere de pronto à
mente que, nessa Sephirah, a primeira Esfera em que as formas estão
definitivamente organizadas, o esplendor do Primordial se revela à
cons~ns
ciência humana. Os físicos nos dizem que a luz só se
manifesta como azul no céu devido à refração das partículas de pó na
atmosfera. Uma atmosfera absolutamente sera pó seria completamente
negra. Ocorre o mesmo na metafísica da Árvore. A glória de Deus só pode
brilhar na manifestação quando existem formas que a manifestam.
A
Imagem Mágica de Hod concede um tema muito interessante para meditação.
Aqueles que compreenderam o signiflcado das páginas anteriores verão
até que ponto a natureza dinámica a formal do trabalho mágico está
resumida no símbolo do ser em que se combinam os elementos masculino a
feminino.
Hod é essencialmente a Esfera das formas animadas pelas
forças da natureza; e, inversamente, é a Esfera em que as forças da
natureza assumem uma forma sensível.
O Texto Yetzirático já foi extensamente comentado e, quanto a esse assunto, o leitor deverá reportar-se a ele.
O Nome Divino de Hod, Elohim Tzabaoth, Deus das Hostes, contém o
símbolo hermafrodita de modo muito interessante, pois a palavra Elohim é
um substantivo feminino com um plural mascuiino, indicando, assim,
segundo a maneira dos cabalistas, que ela representa um tipo duplo de
atividade ou de força que funciona por meio de uma organização. As três
Sephiroth do Pilar Negativo da Árvore têm a palavra Elohim como parte do
Nome Divino. Tetragrammaton Elohim em Binah; Elohim Gebor em Geburah; e
Elohim Tzabaoth em Hod.
A palavra Tzabaoth significa hoste, ou
armada. Temos, assim, a idéia da Vida Divina que se manifesta em Hod por
meio de uma hoste de formas animadas com força, em oposição à atividade
fluídica de Netzach.
A atribuiçáo do poderoso arcanjo Miguel a
Hod oferece-nos um tema muito interessante para reflexão. Esse arcanjo é
comumente representado pisoteando uma serpente a atravessando-a com uma
espada, a tendo em mãos um par de balanças, símbolo do equilíbrio, que
expressa a mesma idéia do Texto Yetzirático, "Instrumento do
Primordial".
A serpente pisoteada pelo grande Arcanjo é força
primitiva, a serpente fálica dos freudianos; a esse hieróglifo nos
ensina que é a "prudência" restritiva de Hod que "amortece" a força
primitiva, impedindo-a de ultrapassar os seus limites. A Queda, devemos
lembrar, é representada na Árvore pela Grande Serpente, que ultrapassa
os limites colocados para ela e ergue suas sete cabeças coroadas até
Daath. É muito interessante observar a maneira pela qual os símbolos se
interpenetram, reforçando-se a esclarecendo-se mutuamente, a fornecendo
os seus frutos à contemplação do cabalista.
34. O coro angélico que
opera em Hod é o dos Beni Elohim, os Filhos dos Deuses. Temos novamente o
conceito dos "Deuses das Hostes", ou armadas. Um dos conceitos mais
importantes da ciência arcana diz respeito à operação do Criador por
meio dos intermediários. O não-iniciado e o profano imaginam que Deus
trabalha como um pedreiro, juntando tijolos com as próprias mãos a
levantando o edifício; mas o iniciado concebe Deus como o Grande
Arquiteto do Universo, que desenha Seus projetos no plano dos arquétipos
e a Quem recorrem os videntes, os arcanjos, em busca de instrução,
dirigindo as armadas dos operários humildes que assentam pedra sobre
pedra de acordo com o plano arquetípico do Superior. Constrói o
arquiteto com as suas próprias mãos? Não; a tampouco assim foi quando o
universo estava sendo edificado.
O chakra cósmico, como já observamos, é Mercúrio, a já analisamos o seu simbolismo como Hermes-Thoth.
A experiência espiritual atribuída a essa Sephirah é a Visão do
Esplendor, que é a compreensão da glória de Deus manifesta no mundo
criado. O iniciado de Hod vê além das aparências das coisas criadas a
percebe o seu Criador; e, na compreensão do esplendor da Natureza como a
veste do Inefável, ele recebe a sua iluminação a se toma um co-operador
do Grande Artífice. É essa compreensão das forças espirituais que
manipulam todas as manifestações a aparições que é a chave dos poderes
de Hod tal como são eles considerados na Magia da Luz. É formando-se um
canal para essas forças que o Mestre da Magia Branca ordena as Esferas
de Força Desequilibrada, não utilizando os poderes para sua vontade
pessoal. Ele é o equilibrador do desequilibrado, não o manipulador
arbitrário da natureza.
Nessa esfera, que é a Esfera de
Mercúrio-Hermes, deuses da ciência a dos livros, vemos claramente que a
virtude suprema é a veracidade, e que o aspecto contrário dessa Sephirah
é aquele que Mercúrio revela em seu aspecto como deus dos ladrões a dos
trapaceiros astutos. Na ética esotérica, acredita-se que cada plano tem
o seu padrâo de certo a errado. O padrão do plano físico é a força; o
padrão do plano astral é a beleza; o padrão do plano mental é a verdade;
e o padrão do plano espiritual é o certo e o errado, tal como
entendemos esses termos; portanto não existe ética, a não ser em termos
de valor espiritual; tudo o mais é transitório. Na Esfera que é
essencialmente a Esfera da mente concreta, é lógico que a Cabala lhe
atribua como virtude suprema a veracidade.
A correspondência no
Microcosmo estabelece-se entre os quadris e as pernas, de acordo com a
regência astrológica do planeta Mercúrio.
Os símbolos associados a Hod são os nomes, os versículos e o avental.
Os nomes são as Palavras de Poder por meio das quais o mago resume a
evoca na consciência as potências multiformes dos Beni Elohim. Esses
nomes não são, em absoluto, vocábulos arbitrários a bárbaros, sem
etimologia ou significado. São fórmulas filosóficas. Em alguns casos,
sua interpretação é etimológica, como no caso das divindades egípcias,
cujos nomes se baseiam nos nomes das forças que servem para designar
forças complexas. Em todos os sistemas mágicos, contudo, que têm sua
raiz na Cabala, os nomes mágicos se baseiam no valor numérico das
consoantes deste ou daquele alfabeto sagrado; há uma Cabala grega, uma
árabe a uma copta, além da bem conhecida hebraica. Essas consoantes,
quando substituídas pelos números apropriados, fornecem uma cifra, que
pode ser manipulada matematicamente de diversas maneiras. Alguns desses
meios estáo de acordo com os métodos da matemática pura, e o resultado
volta a se traduzir em letras, revelando correspondências muito
interessantes com os nomes das forças similares ou conexas. Esse é um
aspecto muito curioso da tradição cabalística, e, nas mãos de mestres
experientes, fornece resultados interessantes; mas pode, ao contrário,
conduzir o inexperiente ao abismo, porque não há limite para as
combinações, a apenas um profundo conhecimento dos princípios pode
dizer-nos quando as analogias são legítimas ou não, impedindo-nos de
cair na credulidade a na superstição.
Os versículos são frases
mântricas, a um mantra é uma frase sonora que, quando repetida
indefinidamente à maneira de um rosário, opera sobre a mente como uma
forma especial de auto-sugestão - cuja psicologia é por demais complexa
para que dela possamos aqui nos ocupar.
O avental evoca
associações imediatas para os iniciados do Sábio Salomão; ele é o traje
característico do iniciado nos Mistérios Menores, que é sempre
qualificado figurativamente como um pedreiro, isto é, um construtor de
formas, a como a Sephirah Hod é a Esfera das operações dos construtores
de formas mágicas, o símbolo que lhe corresponde é bastante pertinente. 0
avental cobre a oculta o centro lunar de Yesod, que estudaremos em seu
devido tempo. Como já observamos, Yesod é o aspecto funcional do par de
opostos do plano astral.
Já estudamos, em páginas anteriores, os quatro oitos das cartas do Tarô, atribuídos a essa Sephirah.
Para concluir, temos em Hod a Esfera da Magia Formal, distinta do
simples poder mental. As formas que são construídas pelo mago que
trabalha com as forças da Natureza são os Beni Elohim, os Filhos dos
Deuses.
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