O circuito psico-sexual representa o ciclo de Kalas, num círculo (360º) e mais 5 graus restantes
representando os cinco dias negativos dentro de cada lua ou mês. Isto pode relacionar-se ao ciclo
periódico de menstruação. É um segredo bem guardado que o macho também tem estes ciclos e
que em combinação estes dois ciclos podem produzir imenso poder oculto.
O período do ciclo Lunar de lua cheia até a nova era o ciclo da Lua Negra, o da lua nova para a
cheia era o ciclo da Lua Brilhante. Estes eram divididos em quinze setores que se relacionam com
o fluxo das forças lunares, os movimentos dos Kalas do espaço (Aeons) e o fluxo de secreções
28
dentro do mago. O décimo quinto Kala é o tempo, portanto, é de localização atemporal, enquanto
que o décimo sexto Kala é aquele que vai além do tempo, é o Kala de Nu e pode ser atribuído à
própria Kali, sendo uma combinação de todos os quinze Kalas anteriores.
O Décimo Sexto Kala
"Eu sou a serpente enrolada a ponto e saltar, no meu enrolar há alegria. Se eu levanto minha
cabeça, eu e Nuit somos uma. Se eu abaixo minha cabeça e atiro veneno, então há êxtase da
terra, e eu e a terra somos uma. Há grande perigo em mim."
Livro da Lei, II:26
O mistério do décimo sexto Kala é insinuado no verso acima do Grimório do Novo Aeon. Estes são
dois aspectos do uso correto dos Kalas combinados no décimo sexto.
O primeiro é Néctar, o segundo é Veneno. O Néctar é simbolizado por Aquário, que é a décima
primeira casa do zodíaco e transmite as influências de Set ou Saturno. Representa o uso dos
fluidos carregados por invocações e usos de formas de energia elevadiças. Isto cria uma porta
através da qual comunicação e contato com seres de rincões mais elevados da árvore evolutiva é
possível.
O Veneno é simbolizado por Escorpião, a força da serpente, que é formado com o uso de
evocações e fluxos de forças telúricas. Abre uma porta com os mundos dos Qlipphoth e forças dos
elementais e atavismos dos rincões mais baixos dos ciclos evolutivos.
Aquário representa os puros Kalas invocados e despertos nos períodos da Lua Brilhante, então
produzidos são representados pelo signo de Aquário e as duas ondas, que sugerem os Kalas
masculinos e femininos.
Escorpião representa os Kalas negros evocados nos ciclos lunares escuros, então produzidos são
representados por Escorpião, que simboliza a semente misturada. Estes podem ser produzidos
pela combinação de qualquer sexo.
A Magia polarizada marca o ciclo de luz, a apolar, o escuro, obviamente, as formas mais altas de
trabalhos de Aquário devem ser heterossexuais, enquanto que as mais obscuras dos trabalhos de
Escorpião, homossexuais. O arcano mais antigo dos mistérios afirma que tanto Aquário e
Escorpião são formas da letra caldeu primitiva M e seus derivados mais recentes no Egípcio,
Grego e Hebraico.
A letra M representa as águas da vida e em sânscrito era conhecida como Emkara, que como uma
letra simboliza o ciclo completo de manifestação, sustentação e dissolução.
I.'. A.'. O.'. como uma Fórmula dos Kalas
A fórmula IAO tão familiar para muitos estudantes de magia, tem também uma relevância especial
em relação à natureza dos Kalas e insinua a divisão trina das formas de Kalas.
I ou Yod é o Eremita do Tarot, sua é a semente solitária e é portanto atribuído a Virgem.
A ou Apophis é a serpente ou Escorpião. Representa o grande ato sexual que, por desejo, é
transformado na magia da luxúria.
O ou Capricórnio é o poder de Ayin ou olho. É o último ciclo pelo qual a luxúria desperta os Kalas e
cria o Veneno ou o Néctar.
Escondidos dentro desta fórmula estão também os três estágios da Magia Sexual, mais uma vez
estes foram esquematizados sob a guisa do Shaktismo e são portanto orientados para a
Sacerdotisa, mas eles se aplicam igualmente a ambos os sexos. I como a Virgem, A como a
prostituta enquanto O é a Deusa desperta. Crowley circundava esta fórmula adicionando a ela um
F em cada ponta, para significar a letra grega Diggama, denotando o fato de que o sucesso nesta
prática esotérica é apenas possível se começar e terminar com o Eu Verdadeiro (Tipheret). Isto
também sugere que a natureza do Novo Aeon de Escorpião-Aquário liga Hórus e Set.
As Três Classes de Kalas
Em ensinamentos antigos a respeito dos Kalas encontramos uma distinção de três tipos. Isso
reflete, em alguma extensão, a fórmula IAO em ação, apenas que na atribuição dos três graus do
Livro da Lei, o Ermitão é visto como o andrógino ou Baphomet e portanto deve ser diferenciado do
Eremita de Yod, a semente solitária.
"Quem nos chamar de Thelemitas não estará errado, se ele olhar a palavra bem de perto. Pois ali
há três graus : O Ermitão e o Amante e o Homem da Terra..."
Livro da Lei, I:40
29
O número deste verso é 40 e relaciona-se a Mem (Escorpião-Aquário), o número do sangue e das
secreções e portanto é a chave para seu entendimento. Os Kalas estão divididos em três grupos
de cinco e são classificados como segue.
Tamas
Símbolo Alquímico : Sal
O Homem da Terra representa a Lava Negra dos Qlipphoth, as emanações da serpente ou
Veneno que é produzido sob a influência de Sol. Na fórmula IAO é o I, não como o início do
processo mas como uma primeira manifestação do resultado.
Rajas
Símbolo Alquímico : Enxofre
O Amante representa o Pó Vermelho ou fogo do vermelho-rubro. São as secreções Kalas que
estão entre as secreções dos Qlipphoth e do Néctar.
É atribuído ao A dentro do simbolismo de resultados, Apophis como Fogo.
Sattva
Símbolo Alquímico : Mercúrio
O Eremita como Andrógino representa o puro vinho da Lua. A força de calmo e frio Néctar,
portanto é atribuída ao Eremita Andrógino e ao O como Capricórnio.
Estas três classes podem se aplicar para combinações de secreções masculinas e/ou femininas.
As cores são simbólicas e na verdade representam as cores dos chakras dentro do processo e,
secundariamente, segmentos do ciclo lunar. Este ciclo lunar como atribuído à fêmea forma parte
de um ciclo maior de quinze que atinge seu clímax no décimo sexto, o verdadeiro poder do
intercurso como visto em Tamas. Os primeiros dias menstruais são escuros e portanto são Tamas,
o Rajas é o período de dois ou três dias depois e Sattva é o néctar emanado no final do ciclo de
retorno, isto é, períodos Negro e Brilhante da Lua. Um reverso deste ciclo é a escura emanação
lunar de Tamas, onde o vinho lunar é de uma natureza mais escura e representa o Graal da
Escuridão.
Juntas, estas três divisões formam o Tribundu ou semente tripla de Shanti, Shakti e Shambdu ou
Paz, Poder e Plenitude.
Os Ensinamentos Esotéricos Kala-Chakra
Estes são ensinamentos esotéricos a respeito dos chakras que devem ser considerados sob a luz
de como entendemos os kalas e os ciclos lunares. Estas atribuições são baseadas no antigo
arcano tântrico e portanto afastam muitos sistemas de atribuição modernos. O sistema é baseado
na dualidade do Sol e da Lua, onde os planetas são atribuídos conforme esta dualidade. Portanto,
as atribuições são as seguintes :
"Pois ele é sempre um Sol, ela sempre uma Lua."
Livro da Lei
AjnaMercúrio e PlutãoTerceiro Olho e CérebroVisuddhaJúpiter e SaturnoLíngua e
GargantaAnahataLuaCoraçãoManipuraSolPlexo SolarSvadhistanaVênus e UranoÂnus e
esfíncterMuladharaMarte e NetunoKanda e órgãos sexuaisAcompanhando a atribuição acima está
a associação esotérica glandular. O primeiro planeta é Solar, o segundo, Lunar. Então
encontramos Mercúrio dominado pelo Sol e controlando a fala, pensamento e genialidade,
enquanto Plutão é dominado pela Lua e controla a escuridão, silêncio e máscaras. Desta maneira
se vêem os outros planetas.
Além disto, podemos querer os planetas avaliados nos ciclos Lunar e Sazonal, e portanto criamos
uma ligação entre os Kalas, Chakras e Planetas. Plutão é misterioso como a Lua Nova, Marte é
quente como o Verão, Vênus, a 'estrela' do novo amor é como o Outono, Júpiter é como o Inverno,
Netuno é como a Lua Crescente, Urano como a Lua Cheia, Saturno como a Lua Minguante e por
aí vai. Além da informação esotérica dada acima podemos também examinar os três sub-chakras
no organismo masculino e feminino, sendo estes relacionados à fórmula IAO, após algum estudo e
meditação em seu uso. Eles emanam do Muladahara chakra, têm localidades e cores atribuídas.
Macho
1. Lótus Anal - Carmim; Marrom com reflexos dourados
2. Lótus da Próstata - Branco, Diamante.
3. Glande - Púrpura, lilás e vermelho.
Fêmea
1. Lótus Anal - Carmim; marrom c/ reflexos dourados
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2. Entre a Uretra e o cérvix uterino - Laranja
3. Clitóris - Verde
Novamente, chegamos a um sistema de atribuição alternativo, sendo possível polarizar as
Sephiroth nos chakras. Por exemplo, Binah e Chokmah podem trabalhar juntos no Ajna chakra,
contudo, é igualmente possível criar uma correlação dos setes maiores e dos três sub-chakras
com Malkuth, Yesod e Hod como os sub-chakras sexuais que se estendem do Muladhara até
Netzach, Tiphereth como o genital, Geburah como o plexo solar, Chesed como o Coração,
Chokmah como a garganta, Binah como Ajna e Kether como o Sahasrara. Todas estas
correspondências provêm algumas possibilidades interessantes, oferecendo uma avenida pronta
para ser explorada pelo mago empreendedor.
Tabelas de Kalas
Nas páginas seguintes estão as tabelas de Kalas, delineando os quinze kalas básicos e o décimo
sexto como sua síntese. A natureza destes pode ser conhecida de maneira mais avançada
notando-se que são 16 + 16 e portanto formam uma completa Árvore da Vida e têm
correspondências cabalísticas. As associações tradicionais em textos tântricos hindus antigos
incluem nome, o chakra que governa aquele kala, divisão tripla e Nuitya ou designação hindu.
OS KALAS
NomeChakraAstrologiaNuityaMáscaraAjnaPlutãoNilapatakaOcultadorVisuddhaSaturnoVijayaFrio
AnahataLuaNuityaControladorSvadhisthanaUranoSarvamangaSedutoraMuladharaNetunoJvalamal
iniLimpoAjnaArBherundaMolhadoVisuddhaTerraNityaklinnaMisturado---
ÉterCitraVaginaSvadhisthanaÁguaVhagamaliniVoluptuosoMuladharaFogoKameshvariAgitadorAjna
MercúrioTvaritaDadorVisuddhaJúpiterSivadutiBrilhoManipuraSolKulasundariAmanteSvadhisthanaV
ênusVajreshvariChamaMuladharaMarteVahivasiniTamas rege de Nilapakata a Nityaklinna
Sattvas rege de Citra a Sivaduti
Rajas rege de Kulasundari a Vahivasini
KALAS E OS ELEMENTOS DE TAROT
NomeTarotAstrologia / QabbalahMáscaraNilKether /
ChokmahOcultadorDiabo/Estrela/UniversoCapricórnio/AquárioFrioSacerdotisa/CarroCâncerControl
adorNilBinah / ChesedSedutoraNilGeburah / TipheretLimpoLoucoNilMolhadoNilYesod /
MalkuthMisturadoNilNetzach /
HodVaginaEnforcadoNilVoluptuosoAeonNilAgitadorMagus/Amantes/ErmitãoGêmeos /
VirgemDadorRoda/Arte/LuaSagitário / PeixesBrilhoSol
/Luxúria/Emperatriz/HierofanteLeãoAmanteAjusteTouro /
LibraChamaTorre/Morte/EmperatrizEscorpião / ÁriesNovamente, estas atribuições são feitas a
partir dos planetas e seu governo astrológico, a partir destes um sistema de Tarot e Qabbalah
pode ser desenvolvido. As modificações são deixadas para seu engenho pessoal.
Os Kalas e o Tarot
Entendemos os kalas formando-se a partir do esotérico e microcósmico fluxo e refluxo do universo,
mas nos diversos estudos dos Kalas nunca foi esquematizada uma possível relação entre os Kalas
e o Tarot. Antes, fizemos um estudo da interpretação tântrica dos caminhos como secreções,
agora, na tabela da página anterior você pode ver a correlação entre os Kalas, Caminhos e o
Tarot.
Esta é uma lista experimental e está baseada nas atribuições planetárias tradicionais para os
Kalas e seu governo astrológico, não foi oferecida aqui como uma solução final mas como uma
possível correlação para os Kalas e a Árvore que se encaixa na informação disponível. A
informação a respeito das atribuições é especificamente baseada nos dados astrológicos
encontrados no grimório conhecido como Grimório Vinte e Sete.
As primeiras coisas que podemos fazer com este sistema de atribuição é entender a natureza do
sistema. Embora haja 32 potenciais dentro do sistema (os Kalas de ambos os sexos), suas
naturezas também estão refletidas em cada organismo, sendo que cada série de 16 contém a
chave para a informação de 32. Esquematiza-se isto da seguinte maneira.
As cinco atribuições acima são Plutão, Netuno, Urano, Terra e Éter são as chaves para os arcanos
e para as sefiras, cada uma regendo duas seções, isto é, Plutão rege Kether e Chokmah, Netuno
rege Binah e Chesed, Urano, Geburah e Tipheret, Éter, Netzach e Hod, e Terra, Yesod e Malkuth.
Cada uma cobre as possibilidades destas Sephiroth e arcanos menores nos quatro mundos (Paus,
Espada, Ouros e Copas). Estas foram colocadas em conjunto com outras atribuições como
31
códigos para manter estas revelações longe dos destreinados. Os naipes são atribuídos como
Reis-Plutão, Rainhas-Netuno, Valetes-Urano e Terra-Cavaleiros (ou Princesas). O Éter não é
atribuído a naipes.
Utilizando-se de tal sistema de atribuição temos 10 kalas sobrando, sendo estes atribuídos como
acima, os Kalas elementais governam as atribuições elementais : Ar-Louco, Água-Enforcado,
Fogo-Aeon, os sete restantes provêm a chave para atribuirmos o resto do Tarot. Os sete planetas
são atribuídos aos arcanos restantes, bem como a regência astrológica às 12 chaves do Tarot.
Portanto, o sistema de atribuição é este esquematizado. A regência pode ser decifrada por um
conhecimento elementar dos planetas e dos signos do zodíaco que eles regem, disponíveis em
qualquer texto básico de astrologia.
Ciclos dos Kalas
Ao trazer estas atribuições em perspectiva, vamos examinar as ligações entre os Kalas e o
Universo, nossos corpos e os Sistemas Estelares.
Se aceitamos que Sirius é o nosso sol secreto, então devemos basear nosso entendimento no
padrão de Sirius de sessenta batidas por minuto. Isto também pode ser aplicado nos ciclos
respiratórios de acordo com a compreensão de que uma respiração completa deve levar quatro
segundos (inalação e exalação). Num período de vinte minutos deveria haver 360 respirações, em
vinte e quatro horas, 21.600 respirações. Se ligarmos isto com os 360 graus do zodíaco,
encontramos 1.800 respirações para cada constelação e sessenta para cada grau para cada
minuto. Resulta disto que quinze respirações, que se relacionam com os quinze kalas ou ciclos
iguais a um grau do zodíaco. Encontramos então uma relação direta entre o homem e o Universo.
Conclusão
A Magia Sexual restaura no humano o ritmo da natureza e o movimento do universo, restaura seu
corpo e sua mente para seus lugares corretos como veículos da manifestação do Eu e
transmissores de Ojas de dimensões externas e internas. A Magia Sexual traz para o Mago a
realização que ele ou ela é a ligação entre os Universos objetivo e subjetivo e que o Humano
Superior não apenas forma um novo estágio na evolução humana, mas uma compreensão
totalmente nova da vida. Este despertar era conhecido pelos antigos como "A Visão do Deus Pan
Capítulo 9
ALQUIMIA SEXUAL : A MISSA DO ESPÍRITO SANTO
Introdução
Os segredos da Alquimia Sexual são baseados numa compreensão do uso das secreções do
organismo dentro de uma forma específica de prática ritual. As práticas reais de Alquimia Sexual
cobrem todo o espectro da Feitiçaria Tântrica, enquanto sua síntese é encontrada num único rito, a
Missa do Espírito Santo.
Este rito é a base da Eucaristia Tântrica e é a chave para a formação de missas mais avançadas
tais como a Missa Gnóstica e a Missa dos Esquecidos.
A Missa do Espírito Santo é uma exposição de um rito totalmente tântrico, combinando elementos
da Alquimia, do mais físico ao mais espiritual. Está centrada no uso do Cálice sagrado no qual o
vinho da vida é despejado, a oblação é então consumida, sendo a manifestação da pedra viva dos
filósofos, a Pedra Filosofal, também conhecida como Amrita ou Orvalho da Imortalidade.
O simbolismo da Missa tem sido sempre ensinado de uma maneira velada para proteger o rito de
abuso. Os ritos usam a polaridade divina assumida dentro de uma situação ritual. Esta polaridade
pode ser tanto numa técnica sexual Gamma ou Epsilon com considerações associadas (Formas
de Deuses, etc.). A Missa do Espírito Santo ajunta as várias facetas da prática oculta para abrir
uma porta para os poderes da transmutação, de acordo com isto deve ser bem estudada com
Vontade e Luxúria.
O Simbolismo da Missa
Ilustrando o texto de Franz Hartmann "O Simbolismo Secreto dos Rosacruzes", encontramos a
imagem da sereia do universo levantando-se no oceano cósmico. Este glifo é a Missa do Espírito
Santo cifrada, seus seios sendo seguros em suas mãos e deles jorram duas correntes retornando
ao mar. Estas, por sua vez, produzem duas correntes internas ao mar, que levantam a sereia.
Hartmann dá a seguinte descrição da figura :
"A figura representa o fundamento das coisas e do qual todas as coisas nascem. É um princípio
dual da natureza, seus pais são o Sol e a Lua, produz água e vinho, ouro e prata, pelo Deus
bendito."
32
"Se você torturar a águia, o leão se tornará delicado. A águia derrama lágrimas e o sangue
vermelho do leão deve se encontrar e misturar-se com elas. A águia e o leão banham-se e amamse
mutuamente."
"Eles se tornarão como a Salamandra e tornam-se constantes no fogo."
Pela descrição acima, vemos que Yod é o Leão Vermelho enquanto que He é a Águia Branca, aqui
estão os dois pólos do rito que provém da Mãe Cósmica de Ain. O princípio ativo é o He, enquanto
o passivo, nesta aplicação, é Yod. Aqui encontramos o reverso dos papéis cabalísticos tradicionais
com o passivo sendo aplicado no papel superior. Esta interpretação é importante pois cria o
segredo da Missa do Espírito Santo. Os papéis de macho e fêmea podem também ser aplicados
aqui com a fêmea como Yod e o macho como He, contudo, estes devem, novamente, ser
entendidos mais como papéis do que como tipos físicos rígidos.
Na Alquimia tradicional o princípio de Yod é aplicado a Chokmah, como um papel passivo ou
feminino. O título dado a este papel é "O Athanor", que é descrito no Anphiteatrum de Khunrat
como "uma fornalha teosófica selada cabalísticamente."
Enquanto que o princípio He é aplicado a Binah, num papel ativo e é conhecido como "A
Cucurbita". É descrita por Khunrat como "uma vasilha circular e cristalina, de proporção ajustada
para a qualidade de seu conteúdo". O Athanor e a Cucurbita formam os dois pólos da Missa do
Espírito Santo, eles são diferenciações da Mãe Cósmica, que pode ser entendida como NOX ou
Kali, com o potencial de Kether habitando em seu seio.
Os Dois Produtos
Do Athanor e da Cucurbita são produzidos dois eflúvios. Estes são usados em conjunto para criar
o ouro líquido ou a Pedra Filosofal. Estes eflúvios são expelidos do Athanor e da Curcubita durante
os ritos de Magia Sexual. Eles são o Sangue do Leão Vermelho e as Lágrimas da Águia Branca. O
sangue que é expelido do Athanor é também conhecido como a "Serpente", por relacionar-se com
o conceito hindu de Kundalini como força feminina. O Leão Vermelho é uma imagem peculiar
relacionada à antiga deusa Sekhmet, que era a personificação do calor sexual. Enquanto que a
Águia Branca relaciona-se ao fluxo de sêmen do princípio masculino.
Estes dois fluidos contém os Kalas, quando combinados eles interagem formando uma nova
substância. O foco do rito tântrico é estimular os kalas e dar impulso à secreção de dezesseis
emanações ao invés das quatorze do não iniciado.
Conforme discutido anteriormente, existem três formas de Kalas. Estas são formadas pelas
variações na polaridade : magia apolar produz a Lava Negra, magia polarizada produz Néctar Frio,
enquanto que a combinação de ambos produz o Pó Vermelho. Estas cores são simbólicas dos
Kalas e não devem ser tomadas como a coloração física das secreções.
A Fórmula IAO como Alquimia Sexual
"Solve et Coagula."
O processo completo da Missa do Espírito Santo pode ser entendido como o processo de 'Solve et
Coagula' (dissolver e aglutinar).
A primeira parte do rito é a combinação dos dois fluidos, isto é entendido em termos alquímicos
como a corrupção das Lágrimas ou Glúten pela Serpente ou como o processo de Solve.
A segunda parte do processo é a Fênix, que ascende desta corrupção através da morte ou
absorção da serpente e cria o talismã ou Eucaristia como entendido em Coagula. Esta substância
é então consumida ou usada num ato de consagração.
As considerações físicas a respeito desta fórmula são também importantes, se um processo
macho-fêmea está sendo usado, então a serpente (normalmente a mulher) corromperia as
lágrimas em seu orifício vaginal. Se, entretanto, o objetivo é para trabalhos apolares então uma
ênfase maior é dada na assunção astral de formas apolares visto que as combinações machofêmea
tendem a enfatizar a polarização. A mesma consideração deve ser aplicada para trabalhos
homossexuais sendo que sua tendência é criar Kalas apolares (Lava Negra). Nestes trabalhos
(com dois homens) a mistura da substância deve ser feita num Cálice consagrado ou com um dos
participantes assumindo o papel do Leão, o outro o da Águia. Enquanto que com duas mulheres o
orifício vaginal de um dos magos deve ser escolhido como Leão, o outro, da Águia.
Não se pode subestimar quão importante é para todos os trabalhos de alquimia sexual a assunção
de formas astrais. Os trabalhos astrais devem sempre ser considerados em combinação com a
atividade física do sexo. A Magia Sexual combina a magia em todos os níveis portanto o processo
físico não pode ser usado sozinho ou sem a execução adequada das facetas astrais e espirituais.
33
IAO
A fórmula IAO é um foco central para muito de nossa compreensão do processo da Magia Sexual.
Quando corretamente entendida também forma uma chave central para a Missa do Espírito Santo.
A fórmula IAO de acordo com o arcano do Novo Aeon é precedida e seguida pela letra grega
Digamma (F), cujo som é extremamente similar à nossa letra V ou à letra hebraica Vav. Esta letra
refere-se à imagem de Hórus. Quando aplicada no microcosmo é o Rebento da Vontade ou Eu
Verdadeiro. A fórmula em si é aplicada como se segue, precedida e seguida pelo Digamma da
Vontade.
F (V) - Vontade Verdadeira
I - Virgem - A Semente Solitária
A - Escorpião - Paixão
O - Capricórnio - União
F(V) - Vontade Verdadeira
A interpretação dada acima é baseada na fórmula como aplicada no processo usado na Missa do
Espírito Santo. É também possível interpretá-la em termos relacionados ao indivíduo envolvido no
processo de transformação pessoal através da Magia Sexual. Essa interpretação é a seguinte :
F - Eu Pueril - Latente (Não Desenvolvido)
I - Virgem - Virginal, não desflorado
A - Escorpião - Mago Sexual
O - Capricórnio - Andrógino
F - Eu Verdadeiro - Humano Superior
Conclusões
Os ritos tântricos como vistos na Missa do Espírito Santo são ritos de magia sexual usando a
assunção de formas de Deuses para dentro do(s) mago(s) e a formação de um produto sexual
através da mistura de Kalas repletos de secreções. Dependendo da maneira pela qual as formas
de Deuses são assumidas (o grau de polarização) uma variedade de resultados podem ser
condicionados de acordo com os três tipos de Kalas.
Os aspectos mais importantes do processo são a sustentação do calor sexual e a assunção e
fixação das formas de Deuses (God-forms). O elixir criado é tanto consumido como usado para
carregar um Talismã ou item similar. Este Orvalho da Imortalidade criado da mistura de fluidos
variará em poder na proporção direta do crescimento espiritual dos envolvidos e das contrapartes
astrais do rito a respeito da preparação e procedimentos rituais. Exemplos de uma Missa do
Espírito Santo completa são encontrados em formas ritualísticas tais como a Missa Gnóstica e a
Missa dos Esquecidos. Neste ponto não oferecemos procedimentos estritos para a Missa,
deixando-os para a própria experimentação dos magos.
Apêndice Um:
Sobre Simbolismo Alquímico
Há algum debate na verdadeira interpretação do simbolismo da alquimia em relação ao processo
tântrico. A interpretação dada é baseada nas tradições de Feitiçaria Sexual. O Athanor refere-se
ao papel passivo ou feminino por denotar uma fornalha selada, que obviamente é uma vagina ou
forma de orifício. A Curcubita ou vaso é um tubo ou suporte, que pode ser relacionado ao Falo.
A Serpente e o Sangue do Leão tendem a ser relacionados ao princípio passivo por dois motivos :
primeiro, a atribuição feminina da Kundalini ou a Serpente na prática tântrica hindu; segundo, a
relação entre o fluxo menstrual e o sangue do Leão.
O Glúten ou as Lágrimas podem ser ligadas à brancura do sêmen. Em alguns textos de alquimia o
produto é dividido em dois estados, a Primeira Matéria e a Pedra Filosofal. Também seguimos esta
distinção, sendo a Primeira Matéria a combinação de fluidos antes da ativação ritual final e a Pedra
Filosofal ou Orvalho da Imortalidade sendo o produto final.
Em alguns livros tais como "Sexualidade, Magia e Perversão" (Sexuality, Magic & Perversion), de
Francis King (New England Library), embora contendo textos excelentes, é perpetuado o erro de
que o Athanor é masculino e que o vaso é feminino. Isto pode refletir o sexismo de alguns escritos
tântricos antigos, mas se usado com consistência interna ainda atingirá resultados, pois a prática é
mais relevante do que a teoria acadêmica. Contudo, oferecemos esta consideração do simbolismo
alquímico e tântrico para a sua referência.
Apêndice Dois:
O Santuário Soberano Astrum Argum e as Modernas Ordens Crowleyanas
34
O Santuário Soberano Astrum Argum é uma ordem astral que focaliza seu trabalho na Magia
Sexual. Pelo mundo afora, muitas ordens, grupos e indivíduos têm comunicação, de uma forma ou
de outra, consciente ou inconsciente, com esta fonte. Acreditamos que não haja nenhuma
manifestação física desta ordem e a reclamação solitária de tal poder deve ser considerada
suspeita.
Nossa visão é que Crowley deliberadamente jogou a OTO em confusão na sua morte,
demandando que seus estudantes pusessem ambos pés no chão. Desde aquele momento muitos
reclamarem o título, mas na mente do autor, declarações físicas de linhagem são totalmente
irrelevantes. A importância está no resultado dos seus trabalhos, não na propriedade física de
alguma forma de autoridade. Eu encontrei grupos seguindo o espírito da OTO sem nenhuma
autoridade envolvida (num nível físico) e com ainda mais autoridade espiritual do que qualquer das
ordens 'aceitas'.
Embora respeitemos aqueles que clamam 'prova histórica de linhagem', a opinião de nossa Ordem
é "os conhecereis pelos vossos frutos" e que "para provar o bolo, só comendo". Se qualquer ordem
ajuda-o a crescer, então ela é 'de linhagem' para você.
A respeito dos materiais publicados aqui eles são o produto de anos de pesquisa dos trabalhos de
nossa Ordem sob a orientação espiritual da Ordem astral "Astrum Argum". Nós reimprimimos
vários trabalhos de referência neste texto. No espírito de compartilhar esta mensagem com
aqueles procurando sabedoria. Não clamamos por qualquer ordem física ou tradições
características, pois não sentimos necessidade.
A experiência é o maior mestre. Tenho dito !
Capítulo 10
MAGIA SEXUAL DELINEADA
Introdução
"Todo homem deve aprender a dominar suas paixões absolutamente. A condição preliminar de
sucesso é obter uma visão clara do assunto em cada detalhe, através de análise íntima e precisa."
"O primeiro passo é obviamente o medo a fascinação que a mais suave ilusão do assunto
despertam no humano comum. É entretanto essencial para as pessoas adquirirem um domínio
intelectual completo do assunto."
"Quando elas puderem contemplar qualquer idéia sobre o sexo sem emoção de qualquer tipo, elas
estão bem no caminho para a liberdade. É meramente o mesmo princípio treinado por um
estudante de medicina para observar operações e dissecar cadáveres sem chorar, desmaiar ou
ficar com medo, etc. O cirurgião deve olhar seu paciente como um crítico de arte olha uma pintura
ou como um advogado olha um processo. Quanto maior sua excitação, menos estreitamente ele
poderá enxergar, tornando-se confuso e totalmente inútil para pronunciar uma opinião ou tomar a
ação adequada."
"Isto pode soar trivial ainda que a maioria das pessoas não possam entender tal explicação acima
- a mera menção do assunto joga-as num espasmo cego de luxúria, explodindo ou em Priapismo
ou camuflado em indignação chocada."
Six Articles on Drugs (Seis Artigos sobre Drogas), Aleister Crowley
Concentração e desapego são as chaves para toda a Magia Sexual.
Como colocado no exerto acima apenas um total exame objetivo da sexualidade permitirá ao Mago
trilhar o caminho da Iluminação Tântrica. O sexo deve ser entendido como uma ferramenta de
trabalho, que é, portanto, totalmente controlada pela Vontade e usada de acordo com os ditames
da necessidade ao invés de devido aos espasmos da luxúria e do desejo. Claro, luxúria e desejo
têm o seu lugar, mas eles são apenas de valor quando suas forças são desencadeadas e usadas
num dado rito. Atividade sexual indiscriminada é um desperdício de energia e poder concentrado.
Portanto, além de Concentração e Desapego, a maior lição é o controle. O impulso sexual deve
ser tomado sob a dominação da Vontade e usado como um veículo para o alcance de estados
superiores. Deve ser condicionado num estado onde possa ser ligado e desligado pelo comando
da Vontade. Neste estado o mago está verdadeiramente no controle, ao invés de ser controlado
por seu instinto corporal.
As técnicas de magia sexual devem ser estudadas com diligência bem como com objetividade.
Elas são complexas e envolvem os aspectos maiores do espectro humano da sexualidade e ainda,
dentro de suas fronteiras, é a chave secreta para o sistema de desenvolvimento mágiko do Novo
Aeon e para a manifestação do Humano Superior.
35
A Estrutura de Graus do Tantra Tradicional
A OTO foi a primeira ordem fora a Astrum Argum a aceitar a Lei de Thelema. Seus trabalhos eram
primariamente maçônicos até o sexto grau com o Tantra esquematizado nos graus superiores. O
título OTO era primariamente uma cifra, resumindo os mistérios do Novo Aeon de um maneira
simples. O T era Teth, a serpente da Kundalini e Set, enquanto que os O's eram os olhos de Hórus
e Set (HoorPaarKraat e RaHoorKhuit) conforme eles manifestavam-se com a dualidade da época
presente. O T também relaciona-se à Torre como um cajado fálico e como a Torre de Maat,
numericamente o título dá 149, ALIM CHIIM : os Deuses Vivos. Também se iguala ao quadrado de
treze, a passagem pelo Abismo. Portanto, os títulos referem-se aos alcances de poder superiores
onde o humano é transfigurado em estados superiores de ser.
A OTO passou por diversas mudanças após a morte de Crowley, muitos dos ensinamentos
perderam-se dentro da estrutura pseudo-maçônica que muitas ordens insistem em sustentar.
Muito do Misticismo Sexual da ordem foi absorvido pelo Santuário Soberano da Astrum Argentum.
O termo Astrum Argum significa "Estrela de Prata" e refere-se a Sirius, a alma de Ísis e representa
o ponto de origem para os ensinamentos dos Mistérios e das correntes de energia da era
presente. O sistema de graus da OTO esquematizou seu arcano tântrico através dos graus sétimo
a décimo primeiro, sendo ensinados em nosso sistema representados pelas letras gregas de Alfa a
Epsilon.
Estes ensinamentos tântricos ainda têm a mesma relevância que eles tinham em tempos passados
e oferecem um sistema válido de transmutação interna que leva o homem para novos estágios de
evolução, onde ele se torna um dos "Deuses Vivos".
Santuário Soberano Astrum Argum
O Santuário Soberano Astrum Argentinum compreende os vários arcanos de Magia Sexual. Está
dividido em cinco classes distintas, com algumas subclasses adicionais dentro de certos graus
como Gamma e Epsilon. As técnicas de cada classificação devem ser estudadas e dominadas. As
classes Alfa e Beta devem ser dominadas sucessivamente, enquanto que as classes Gamma,
Delta e Epsilon podem ser trabalhadas concomitantemente. As subclasses extras de Dianismo e
Qodosh devem ser trabalhadas em uníssono com as técnicas Gamma e Epsilon.
Trabalho Pré-Alfa
Antes de trabalhar as várias fases da tradição tântrica do Santuário, é imperativo ao mago chegar
a uma experiência de desapego a respeito do ato sexual. É óbvio que todos os magos
experimentarão as chacoalhadas do desejo e da luxúria, mas estas devem ser controladas e
usadas de tal maneira que elas formem o veículo pelo qual a imaginação concentrada pode se
projetar para a realidade.
Os magos devem gastar algum tempo explorando as várias avenidas de experiência sexual
disponível e desenvolver uma atitude objetiva em direção ao uso do organismo como a mais
potente arma ou ferramenta mágika. O mago deve meditar na localização das ferramentas
elementais dentro do corpo para atingir um estado tal quando o corpo físico em si mesmo é
experienciado como templo vivo do Eu.
Alfaísmo
O grau Alfa de Magia Sexual é baseado nas técnicas de masturbação. Pode ser usado por ambos
os sexos e está centrado no uso do orgasmo para programar certos desejos. Quando trabalhando
com esta forma de magia é imperativo a prática da bilocação de consciência para que a
concentração não se quebre no orgasmo, como ocorre com o sexo rotineiro, mas propalar a mente
para os mundos psíquicos. As técnicas de prolongamento do orgasmo e aumento da voracidade
do orgasmo devem também ser praticados neste grau.
O uso da masturbação é ilimitado, alguns dos trabalhos tântricos mais comuns deste átrio são a
Consagração de Talismãs, Encantamentos, ferramentas e afins, várias fórmulas de Controle
Onírico, Magia Fetichista (Doll Magick) e Assunção de Formas de Deuses.
Alguns exemplos incluem uma técnica de controle onírico onde a masturbação é usada antes de
dormir mas sem se completar, para que um estado de sonho seja disparado num modo semiconsciente.
Magia Fetichista, onde uma urna é usada como gerador para dar vida a desejos
inconscientes e assunção de formas de Deuses onde o organismo estimula o corpo astral a tomar
a forma de uma dada Sephirah, Deus ou entidade. As últimas técnicas, contudo, margeiam o Átrio
Beta.
Betaísmo
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O grau Beta da Magia Sexual é baseado no uso da masturbação com ênfase no controle do corpo
astral. Após este controle tenha sido atingido o grau se expande para incluir a assunção de uma
larga amplitude de formas de Deuses numa plena experiência de sua força.
Esta experiência varia da possessão na qual demanda ao mago estar sempre em total controle do
que está sendo experimentado. Outras variações deste átrio incluem a manipulação do corpo
astral usando a força sexual para criar experiências de animais e insetos. Estas forças, que
representam fases primevas da consciência pré-humana oferecem grandes possibilidades de
desenvolvimento interno.
Inclusos neste grau estão a habilidade especial de separar um segmento do corpo astral e
experimentar congresso sexual com outras formas de vida, tanto como projeções internas, como
separadas e reais, inteligências não humanas.
Técnicas de Magia usando a masturbação estão neste grau de treino. Estas são alcançadas pelo
uso de glóbulos, criados pela masturbação e pensamento focalizado, são programados para
realizar certas tarefas. Estes glóbulos podem variar desde elementais artificiais até seres
marcadamente reais (golem).
Gamaísmo
As técnicas Gamma são baseadas nos trabalhos de Magia polarizada, por assim dizer, ambos
parceiros, de qualquer sexo, concordam em assumir formas de Deuses complementares por
natureza (passivo e ativo). Embora trabalhos com o mesmo sexo com a assunção de formas de
Deuses sejam bem sucedidos na maioria dos trabalhos Gamma, há algumas exceções tais como a
encarnação de forças em forma física. Bons exemplos são achados no livro "Moonchild" de
Aleister Crowley.
Epsilonismo
Devemos agora pular para os trabalhos Epsilon, sendo eles um reflexo direto dos do Gamma,
embora estejam baseados em Magia apolar. Por assim dizer, cada parceiro deve assumir uma
forma de um Deus, mas ambos do mesmo sexo. Esta forma de trabalho pode ser alcançada
através de qualquer orientação sexual, contudo, muito do trabalho Epsilon é baseado na técnica
que não produza criança astral e portanto a técnica homossexual é preferida.
Quando trabalhando com a exploração dos Qlipphoth e do Universo B, os trabalhos Epsilon são
mais adequados, provendo um dínamo de força apolar de grande magnitude que pode ser
focalizado na direção do Kala/Túnel sendo usado.
Gamma - Epsilon
Há muitos trabalhos que podem ser adotados tanto em técnicas heterossexuais quanto
homossexuais. Estes incluem a assunção de formas de Deuses para que ambos os parceiros
tornem-se manifestações daquela força, comunicação com outras formas de vida além da humana
(usando o campo sexual de energia como um triângulo de manifestação), a indução de estados
alterados, o controle do tempo e a experiência de outras dimensões.
A Eucaristia
A Eucaristia é uma função primária dos graus Gamma e Epsilon. Sendo que ambos os sexos têm
Kalas dentro de seus fluidos a possibilidade de sacramento por secreções é sempre possível. É de
se notar que os sacramentos heterossexuais estão ligados ao Universo A (Árvore da Vida frontal),
enquanto que os sacramentos homossexuais estão ligados ao Universo B (Árvore da Vida dorsal),
embora uma forte assunção de formas de Deuses possa influenciar tais ocorrências. O
sacramento pode ser usado num largo espectro de rituais incluindo a cura, despertar da Kundalini
e manifestação de forças na consciência através do sacramento como veículo.
Dianismo
Dianismo é uma técnica que pode ser usada tanto nos trabalhos Gamma quanto nos Epsilon.
Envolve o congresso sexual sem a ejaculação. Este procedimento então pode ser usado para
canalizar o Prana ou Ojas dos fluidos sexuais de volta pelos canais da coluna dorsal e inclui
estados alterados. Tem também usos importantes dentro das técnicas de Kundalini do Arcano
Delta.
Tem grande potencial em relação a assunção de formas de Deuses onde o estado de êxtase
sexual é prolongado e os efeitos da assunção são aguçados. Uma variação desta técnica é a
projeção da sua própria Vontade Verdadeira em seu parceiro durante o Dianismo para que uma
experiência desta natureza possa ser alcançada. Entretanto, isto só será bem sucedido após muito
preparo.
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Qodosh
Qodosh é a técnica de congresso sexual completo usando o prolongamento do orgasmo para
manifestar os desejos da imaginação concentrada. esta técnica pode ser usada com sucesso por
qualquer orientação sexual. Contudo, sendo a concentração um imperativo, a prioridade deve ser
dada a um parceiro sexual com o qual você não está profundamente atraído, sexual ou
emocionalmente. É claro que isso criará uma forma profunda de desapego que ajudará no sucesso
dos trabalhos Qodosh.
O uso primário desta fórmula inclui a manifestação de vários desejos na realidade.
Deltaísmo
Há uma larga amplitude de técnicas para despertar a Kundalini, incluindo concentração, drogas,
choques, música, movimento e dança, emoção, êxtase religioso e técnicas sexuais. O grau Delta
concerne-se com todos estes métodos menos o de choque e violência, pois tendem a ser
contraprodutivos.
As técnicas sexuais deste grau incluem variações de métodos tanto de Dianismo e Qodosh bem
como Gamma e Epsilon. A ênfase neste grau é a ativação dos chakras e o despertar da Kundalini
para que o organismo se transforme por completo num veículo adequado para o nascimento do
Humano Superior.
Trabalhos Específicos
Aqui começamos a ver as possibilidades da Magia Sexual na prática. Conforme estudarmos os
detalhes deste sistema sexual conseguiremos compreendê-lo mais ainda. É sempre importante
perceber que a sexualidade é um aspecto do sistema, um aspecto importantíssimo, mas ainda
assim, apenas um aspecto. Deve ser usado com moderação com as outras facetas do treino
mágiko e oculto.
Apenas com uma mente treinada e um corpo disciplinado a magia Sexual se provará bem
sucedida. Se você apenas deseja sexo, não procure o Tantra. A magia sexual demanda controle e
concentração e isto deve ser mantido claro na mente ao examinar-se as várias classes de rituais.
Após a consideração destes graus poderemos pensar como eles podem se relacionar com os
Kalas/Túneis/Caminhos da Árvore viva. Nas páginas seguintes ofereceremos tabelas de algumas
possibilidades a se considerar. São tabelas cujas chaves trabalham melhor para se atingir
resultados dos caminhos dados. Poderá se provar útil a aceitação da atribuição Gamma-frontal e
Epsilon-dorsal para a Árvore como uma equação básica de trabalho.
Seguindo estas tabelas iremos discutir as várias classes em detalhes com a elucidação das
técnicnas e práticas.
A seguinte tabulação é apenas uma pequena amostra das possibilidades, na realidade, ela apenas
arranha a superfície. Outras possibilidades em reinos Qlipphóticos, etc. podem ser experimentadas
de acordo com o engenho do mago.
Acima de tudo o mago deve perceber que a Magia Sexual é uma arte empírica e portanto a
experiência é o melhor professor.
TABELA DO ARCANO TÂNTRICO DO SANTUÁRIO SOBERANO
ALFA (SÉTIMO GRAU)
Magia masturbatória, Consagração de Talismãs, Controle Onírico, Projeção Globular, Assunção de
Formas Astrais de Deuses.
BETA (OITAVO GRAU)
Criação de Formas Astrais (elementais artificiais, golens, etc.), Assunção de Formas Astrais, Magia
das Máscaras, Licantropia.
GAMMA (NONO GRAU)
Magia Polarizada, Criança Astral, Missas Ocultas, etc.
DELTA (DÉCIMO GRAU)
Despertar da Kundalini, Estimulação dos centros de energia (chakras).
EPSILON (DÉCIMO PRIMEIRO GRAU)
Magia Apolar, Magia Qlipphótica, intrusões em reinos de escuridão.
GAMMA OU EPSILON (10º / 11º GRAUS)
Estes trabalhos podem ser Projeções, Controle do Tempo, Assunção de Formas adaptadas para
Gamma ou Epsilon, Comunicações com outras Formas de Vida Não Humanas, Estados Alterados,
Conjurações Rituais, etc.
EUCARISTIA (TODOS OS GRAUS)
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Uso de Eucaristia Sexual, cura, despertar da Kundalini e Missas Ocultas.
DIANISMO E QODOSH
Sexo Gamma/Epsilon não ejaculatório.
Assunção de Formas de Deuses, Estimulação dos Chakras, Alquimia Interna, Disparo do Êxtase,
Projeção da Imaginação. Uso do orgasmo como programador, Manifestação da Imaginação na
Realidade.
TRABALHOS ESPECÍFICOS
Alfa
- Sacerdote/Sacerdotisa Solitário
Consagração dos 15 Kalas
Materialização dos Kalas 13/ 18 e Rituais Talismânicos
Beta
- Sacerdote/isa por Sacerdote/isa
Indução de Transe, Nutrição e Vigor (16º Kala), Ativando o corpo como veículo para os Kalas para
a Eucaristia (14º kala)
- Sacerdote/isa por Sacerdote (qualquer combinação) Êxtase/ Oráculo
- Oral / Manual Magia com Máscaras e Atavismos (27º kala)Feitiços/Ilusões (29º kala )
Gamma
- Criação, Intuição
Polarizada
- Eucaristia do 19º Kala
Inspiração
- Polarizada
Após a preparação do 14º Kala
Trabalho com o Universo B Polarizado Negativamente
Delta
- Solitário (manual)
24º Kala
- Sacerdote/isa por Sacerdote/isa
Despertar da Kundalini (arcano da Torre)
- Apolar
Arcano da Torre e do Aeon (oral)
Epsilon
Materialização do 26º kala, Invocação dos Qlipphoth (11º e 26º Kalas) e Túneis Individuais dos
Qlipphoth
A ÁRVORE DA VIDA COM AS CHAVES TÂNTRICAS
Arcano do TarotDescrição do Trabalho.GrauLoucoInduzir estado de êxtase. Glóbulos para
exploração astral. Trabalhos com Ain.Alfa Gamma DeltaMagusControle dos Elementos.
Invocação da Vontade Verdadeira.Epsilon Alfa/BetaSacerdotisaProjeção além da Morte. Visão
de Kether (Hadit).Qodosh Epsilon/GammaEmperatrizInvocar Babalon e Therion. Encarnação de
Forças.Delta GammaEstrelaKalas induzidos como Frio e Limpo.GammaHierofanteInvocação de
Forças da Terra. Manifestação do desejo.Alfa/Delta GammaAmantesInvocação de Hórus/Set.
Experiência de Set como a camada interna.Epsilon Epsilon/DeltaCarroCarro Controle do
Organismo.AlfaLuxúriaChave dos trabalhos.Gamma/EpsilonErmitãoExperiência da Vontade
Interna.Alfa/DianismoRodaBaixa Magia (ênfase em Qodosh). Ajuste Visões Kármicas.Todos
grausEnforcado (oral)Exploração do inconsciente. Inconsciente Qlipphótico morte morte
Exploração Qlipphótica.Epsilon/Beta Epsilon Epsilon apolarArteTransmutação
Interna.DeltaMorteQlipphoth.EpsilonDiaboInvocação da Vontade universal. Visão de
Pan.Epsilon/Delta/Gamma Dianismo/QodoshTorreDespertar da
Kundalini.DeltaEmperadorControle das Paixões.Pré-AlfaLuaForças Lunares. Fertilidade, Feitiços,
ilusões.Gamma Epsilon/BetaSolHórus, trabalhos leves. Disco solar negro e chamuscante.
Exploração Qlipphótica. Formas animais.Gamma Gamma Epsilon EpsilonAeonInvocação da
Corrente do Aeon.Todos grausUniversoMagia da ManifestaçãoTodos graus
Capítulo 11 ALFAÍSMO Introdução Alfa forma o primeiro grau da tradição tântrica do
Santuário, sendo baseado no uso da masturbação para atingir uma ampla variedade de
resultados. Para ser plenamente bem sucedido nesta série de técnicas, várias considerações
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devem ser trazidas à tona. Primeiro, em qualquer ato de Magia Masturbatória o orgasmo deve ser
forte e portanto, se possível, prolongado. A ejaculação não é sinal de orgasmo forte, o estímulo
deve ser prolongado através de uma masturbação contínua e controlada até que um estado semiextático
seja alcançado. Então o orgasmo pode ser usado para propelir a imagem concentrada no
inconsciente. Segundo, em qualquer ato de Magia Alfa a concentração é de importância suprema.
Uma imagem a ser usada em qualquer trabalho Alfa deve ser claramente visualizada na tela
mental e fixada numa visão clara durante o orgasmo. Isto é imperativo para que se propague a
imagem para as profundezas do inconsciente e irá requerer alguma prática. Terceiro, em qualquer
ato de Magia Alfa o ato deve ser esquecido após completado. Isto parece incomum mas é
importante pois permite à imagem aprofundar-se no inconsciente e alcançar sua programação.
Apenas permitindo o sigilo do rito afundar lentamente nas profundezas pode o ritual funcionar,
qualquer pensamento consciente sobre sua natureza irá claramente impedir o processo. O último
estágio do processo é ilustrado num antigo conto alquímico onde, no estágio final de um processo
alquímico maior, o mago disse a seu aprendiz "Não pense em Verde" e é claro, tudo que ele
pensou foi verde e o experimento falhou. A chave aqui, mais uma vez, é permitir ao símbolo
incubar-se no inconsciente e atingir sua tarefa sem interferência consciente. Preliminares do
Trabalho Alfa Antes de embarcarmos no verdadeiro caminho da Magia Alfa sugerimos que o
mago passe por exercícios preliminares para alcançar o sucesso nos trabalhos básicos da Magia
Sexual Alfa. Os primeiros trabalhos devem ser para prolongar e aumentar a potência do orgasmo,
isto deve ser praticado até que um forte estado de frenesi orgásmico possa ser induzido. Em
muitos casos o celibato, por um curto período de tempo anterior ao trabalho, aumentará o potencial
orgásmico. Os trabalhos seguintes devem ser baseados na fixação de uma imagem na mente
durante o procedimento Alfa. Isto será dificultoso para muitos porque a mente pode tender a
relacionar imagens de cunho sexual. A resposta aqui é praticar a manipulação associada com um
símbolo não sexual para que o corpo acostume-se a trabalhar por si só. Também é possível
combinar imagens sexuais com o procedimento, concentrando na imagem apenas no momento do
orgasmo. Esta técnica tende a baixar o poder do rito, mas é um ótimo ponto de partida dentro das
práticas Alfa. Após estas duas técnicas serem dominadas, o mago deve praticá-las em conjunto
usando símbolos Geométricos e Cabalísticos básicos. Após certa medida de sucesso tenha sido
conseguida, você então pode proceder com técnicas posteriores. Procedimentos Alfa para
Viagem Espiritual Este procedimento pode ser usado com qualquer sigilo ou símbolo
representando um dado Cminho, Kala, Sephiroth ou algo fora dos limites normais de consciência.
O primeiro passo é tornar-se totalmente familiarizado com o símbolo : examine sua forma,
tamanho, cor, todos os detalhes, visualizando-o cada vez mais claro na tela mental até que você
possa vê-lo com precisão sem qualquer estímulo externo. Quando isto for atingido, você pode se
preparar para o trabalho : queime um incenso apropriado, faça algum tipo de banimento e entre
num estado de profundo relaxamento, traga a imagem para a mente e fixe-a claramente. Comece
a masturbação, vagarosamente dirigindo-se a um estado de estímulo. Assegure-se que a imagem
ainda esteja mantida claramente em foco enquanto você aumenta o estímulo, leve-o a um pico. No
orgasmo você se vê atravessando o símbolo como um portal e inicia a exploração da realidade
alternativa. Um vasta amplitude de símbolos podem ser usados neste processo incluindo :
Tattwas, símbolos do I Ching, glifos astrológicos e elementais e por aí vai, até mesmo formas
Geomânticas podem ser exploradas desta maneira. Consagração Usando Técnicas Alfa A
consagração utilizando procedimentos Alfa é uma das mais poderosas. Pode ser usada com
grande sucesso para carregar Talismãs, Sigilos e imagens. Novamente, nesta forma de trabalho, a
imagem concentrada do sigilo usado, fixa na tela mental, é de longe o componente mais
importante do processo. O primeiro estágio do procedimento da consagração Alfa é preparar seu
espaço ritualístico de acordo com os procedimentos mágikos normais, isto é, banimentos, etc.
entrando num estado de relaxação e tal. O mago deve então meditar no símbolo que irá ser usado
na consagração, já purificado ritualísticamente. Se o item é uma ferramenta ritual, a meditação
deve estar em seu papel e correspondência ocultos. Se for uma imagem talismânica, a meditação
deve estar na sua ação ou seu simbolismo, dependendo do resultado desejado. Conforme começa
a masturbação, o mago deve sentir a energia movendo-se pelos chakras a partir do Sahasrara,
sendo que a cada chakra deve-se visualizar a imagem sendo usada com a cor de fundo
correspondente ao chakra que se está trabalhando. Alacançando-se o chakra básico, uma
sensação de orgasmo por todo o corpo deve ser sentida até que um clímax seja conseguido e a
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imagem é sentida emanando para o item a ser consagrado através das secreções (deve-se
ejacular ou verter a ejaculação sobre o objeto sendo consagrado). Um rito completo para este
propósito é conhecido como "Criação de Vórtice pelo Alfaísmo" e está esquematizado no final
deste capítulo. Controle Onírico através do Alfaísmo O estado de sonho é um continuum
complexo da consciência que, na realidade, cobre uma amplitude de estados desde o Sushupti ou
livre pensamento até aquele estado que reflete as atividades do corpo, conhecido como Jugrat.
Swapna ou consciência onírica é um estado fronteiriço entre as possibilidades astrais e mentais.
Este estado varia durante todo o período do sono, em algum estágio irá refletir as ocorrências do
passadoe portanto reside em reinos mentais, enquanto que em outros períodos, a consciência
vagará pelos reinos astrais, entrando em estados além das limitações mentais. Nas técnicas de
Controle Onírico o mago aprende a dominar esta vibração no padrão do sono através das técnicas
Alfa e usa a flutuação astral-mental para "Sonhar de Verdade" e influenciar sua experiência da
realidade. O conceito de sonhar de verdade é encontrado em muitos dos grandes sistemas de
magia moderna. Nos trabalhos de Dion Fortune, particularmente suas novelas, encontramos um
sistema de sonho diurno controlado que influencia a experiência da realidade e a busca iniciática.
Nos trabalhos de Austin Osman Spare, também encontramos um sistema de controle onírico,
baseado no uso de sigilos e letras. No sistema tântrico de Controle Onírico usamos o período de
transição entre a vigília e o sono e as técnicas Alfa para disparar um estado onde o mago pode
moldar o sonho que ele experiencia e efetuar sua experiência de realidade via reprogramação da
consciência. Esta técnica tende a ser mais efetiva do que "Sonho Criativo" de Dion Fortune, por
permitir a influência do mago a trabalhar mais profundamente dentro dos reinos do inconsciente. A
técnica de Controle Onírico é bem simples. Logo antes do sono, relaxe profundamente e permitase
cair num estado 'fronteiriço' de consciência (entre o sono inconsciente e a vigília). Neste
estágio, masturbe-se até que um estado de excitação seja alcançado mas deixe-o amainar. Não
atinja o orgasmo ou ejacule. Repita isto um número de vezes até que um estado fronteiriço de
sono-excitação seja alcançado, então permita-se cair no sono. Neste estágio duas coisas podem
acontecer : a primeira é que você pode entrar num estado de sono profundo e neste estado
experimentará sonhos vívidos, a segunda é que você pode imediatamente começar a experimentar
um estado de sonho vívido. Em qualquer destas ocorrências você deverá começar o segundo
estágio da técnica de Controle Onírico. O segundo estágio desta técnica levará pouco tempo para
se dominar e envolve um certo 'truque'. O mago deve ver-se no sonho e influenciar o modo como
ocorre o sonho. Primeiro, o mago deve simplesmente explorar a experiência, mais tarde ele deve
começar de verdade a modificar o que está ocorrendo. Após você começar a influenciar o sonho,
você pode entrar neste estado com algum elemento de programação. Isto pode ser alcançado,
durante o estado fronteiriço, pelo mago fixando em sua mente um símbolo ou cântico silencioso de
um mantra baseado no que ele deseja experienciar ou aprender. Permitindo estes programas
afundarem no inconsciente ou entrar no estado de sonho é possível condicionar o ambiente
resultante do sonho. Conforme sua eficiência nestes procedimentos aumentar você se achará apto
a realizar trabalhos no estado de sonho. Usando sigilos e mantras você pode criar o sonho
desejado e tomar uma variedade de atividades rituais em muitos níveis diferentes. Você pode até
mesmo não se lembrar da experiência, mas simplesmente acordar com a sensação de que algum
resultado foi ganho. Esta faceta do trabalho Alfa é muito importante e pode tomar muitos meses de
prática antes de dominá-la. Sigilização "No geral parece que a maioria dos mantras são
compostos de uma série de sílabas que perderam seu significado etimológico ou que nunca
tiveram significado etimológico. Vasubandha diz em seu Bodhisattvabhumi que esta absoluta falta
de significado é a real significância dos mantras. Um Sadhaka medita nestes mantras como algo
absolutamente sem significado esta meditação constante irá gradualmente levá-lo a um estado
mental onde lhe será muito fácil meditar sobre a natureza final dos Dharmas como absolutamente
sem significado. Esta falta de significado é a natureza vazia dos Dharmas e portanto a meditação
dos mantras gradualmente levará um Sadhaka a perceber a natureza vazia dos Dharmas."
Introduction to Tantrick Buddhism (Introdução ao Budismo Tântrico), S.B. Dasgupta No exerto
acima vemos a natureza dos Mantras de uma perspectiva esotérica. Em sua essência, todas as
coisas são vazias, então um mantra é uma frase sem sentido que é constantemente repetida. Isto
afunda no inconsciente que, esperando apenas informação com significado, explora a frase ou
palavra procurando algum sentido. O resultado final é a percepção de que não há significado
algum, a não ser no estado de Ain ou Vazio. Quando trabalhando com técnicas práticas de
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sigilização isto deve ser mantido na mente, pois é a chave do sucesso do trabalho com sigilos. Se
uma quantidade de informação com sentido é reduzida a combinações de letras sem significado,
isto enganará o "Censor" da mente consciente mais baixa e adentrar o inconsciente e alcançar seu
desejo sem ser molestada. O Censor é o aspecto da mente consciente que reduz toda informação
para aspectos adequados ao preenchimento, e também, por causa de sua natureza, remove o
significado programado de uma informação e arquiva apenas facetas inatas. Portanto, apenas
(aparentemente) um mantra ou sigilo sem significado pode transmitir às regiões mais profundas do
inconsciente um programa com sucesso. "A mente subconsciente é o depósito de todas imagens,
todas idéias, todos conceitos. A comunicação com ela só é possível através de símbolos, e para
fazê-los trafegar, uma linguagem simbólica é necessária." "Os únicos símbolos efetivamente
mágikos são aqueles carregados com a vitalidade peculiar do subconsciente. Sendo assim, o
desejo deve ser formulado em termos simbólicos e projetado no submundo, também deve desviarse
do censor endopsíquico. Um desejo conscientemente formulado alcança sua satisfação
gradualmente e é normalmente realizado quando o desejo cessou. Este tipo deve ser evitado
como uma dissipação de tempo e energia, sendo que evidentemente não é uma perte essencial da
Vontade Verdadeira ou 'sonho inerente'." Aleister Crowley e o Deus Oculto Kenneth Grant, Muller,
1978 É importante enfatizar o uso dos mantras sem qualquer significado, inato ou óbvio, para
induzir estados de êxtase e experimentação do Vazio. É igualmente importante perceber que se
um mantra tem um significado inato por trás da aparente falta de sentido, então uma programação
do subconsciente pode ocorrer e desejos podem se manifestar alinhados com a Vontade
Verdadeira (ao invés de estarem alinhados com os meandros da mente consciente). O
procedimento para criar um sigilo para alcançar este propósito é simples e mesmo assim,
trabalhoso. O primeiro estágio é escolher a frase específica do que você deseja atingir. Por
exemplo, 'Eu quero a força de um tigre'. Então você junta tudo numa só seqüência para formar,
neste caso, EUQUEROAFORÇADEUMTIGRE. A partir daí, as letras que se repetem devem ser
removidas, resultando em EUQROAFÇDMTIG. Então estas letras podem ser usadas para formar
um sigilo. O primeiro desenho pode resultar numa simples combinação de letras, enquanto que
com mais refinação o resultado poderia ser um sigilo artístico que contenha a essência do sigilo
sem a forma externa. Em seguida deve-se esquecer o significado do sigilo imediatamente após o
procedimento ritual. O verdadeiro procedimento ritual para a Sigilização pode ser de duas formas,
ativo ou passivo. A Forma Ativa é o uso do procedimento de consagração normal. A Forma
Passiva é a da Magia de Controle Onírico. Em ambos procedimentos é imperativo deixar o sigilo
no incosciente e fazer algum trabalho oculto posterior, esquecendo de seu desejo e deixando o
programa fazer o seu trabalho. Será muito interessante se antes de colocar o sigilo em ação se
fizer uma exploração de suas reações mentais ao sigilo e suas possibilidades através tanto do
controle de sonhos ou viagem espiritual. Isto é algumas vezes uma experiência iluminadora e
revela os motivos reais antes de que o tempo seja desperdiçado num desejo ou pedido
inadequado. Variações Há uma enorme amplitude de variações possíveis com estas técnicas Alfa,
podendo ser exploradas pelo mago até que um espectro de técnicas particulares seja formado de
acordo com as necessidades e habilidades pessoais. Algumas possibilidades interessantes são
encontradas dentro do trabalho de Austin Osman Spare, embora seu sistema seja inteiramente
pessoal e idiossincrático, uma de suas ofertas mais acessíveis é "Urn Magick" (Magia da Urna). A
urna é usada para simbolizar o inconsciente e a similaridade entre esta e Urnas primitivas
encontradas na África e no Egito que eram enterradas com os mortos não deve se perder. Estas
urnas não eram simples presentes ao falecido mas símbolos do útero que incubava os desejos dos
que haviam morrido. A verdadeira técnica da Urna é baseada em fixar o desejo claro na mente
enquanto se impregna o sigilo com as secreções e os sela numa urna simbolizando o útero do
inconsciente. Então é enterrada para representar a sua descida para as profundezas da psique e
todos os pensamentos do processo são enterrados com ele. O programa então atinge sua
finalidade da mesma maneira que a Sigilização descrita antes, mas com a ajuda adicional do ritual
que os antigos usavam para concentrar suas energias e que muitos magos ainda hoje acharão de
grande valia. Outras variações incluem o uso do "sonhar de verdade" para curar e moldar a
estrutura física do organismo. Em todos os aspectos de Magia Sexual é imperativo para o mago
explorar as possibilidades disponíveis e se necessário, criar novas para si mesmo. Como a Magia
Sexual é a arte e a ciência do corpo e como o corpo varia infinitamente, tanto as técnicas quanto
as possibilidades variam infinitamente na mesma proporção. Conclusões Os procedimentos Alfa
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são baseados no fato de que o orgasmo pode ser usado como uma força impulsionadora para
atingir uma variedade enorme de resultados. O corpo é usado como um mecanismo para criar um
estado alterado pelo qual sigilos e símbolos são projetados nas profundezas do inconsciente.
Evitar o censor através do uso de combinações incomuns e imagens sem sentido, sigilos e
símbolos são semeados e crescem em direção aos resultados que desejamos. Os dois elementos
aqui são a imaginação e o Orgasmo, ou nas imagens de Austin O. Spare, o Olho e a Mão. Sua
interação cria a interação da Vontade e da Crença (paradigma) e através destes alinhamentos
sagrados o processo da Magia Sexual é alcançado. Para terminar este capítulo oferecemos uma
tradução da evocação usada por Austin Spare em seu Livro da Palavra Viva de Zos (Book of the
Living Word of Zos), no qual ele delineia o processo da Sigilização. É dedicado a Rehctaw, a
palavra 'Watcher' ao contrário, para sugerir a descida às regiões profundas do incosnciente ... a
jornada retroativa além da mente consciente. Em português, traduzimos 'Watcher' como Sentinela,
e sua inversão como Alenitnes. "Ó poderosos Alenitnes ! Tu que existe em tudo que é
erógeno, Nós te evocamos ! Pelo poder dos significados surgindo destas formas que eu
faço Nós te evocamos ! Pelos Talismãs que falam do motivo secreto do desejo Nós te
evocamos ! Pelos sacrifícios, abstinências e avaliações que fazemos Nós te evocamos !
Pelos conceitos do sagrado intervalo Dê-nos a carne ! Pela Quadriga Sexualis, Dê-nos
desejo invariável ! Pela conquista da fadiga, Pela mais sagrada palavra do Céu, Dê-nos
ressurgência eterna ! Nós te invocamos !" RITUAL DE VÓRTICE ALFA Exigências : Sigilo do
desejo, incenso solar, pequena chama. Pré-Requisitos : Meditação sobre o objetivo do ritual,
realizar um banimento de algum tipo e tomar um banho de purificação antes do rito. O Rito O
Alto(a) Sacerdote/isa entra no templo e realiza o Rubi Estrela ou alguma forma de banimento ritual
(de preferência que não seja o Banimento Menor do Pentagrama da Golden Dawn ou porcaria
equivalente) e sente-se dentro de um círculo de velas acesas. O sacerdote/isa encara o altar e
afirma "Do what thou wilt shall be the whole of the Law". Os magos respondem "Love is the Law.
Love under Will." O sacerdote/isa encara o altar e afirma "Quando todos os fantasmas tenham
desaparecido, tu verás o fogo sem forma, aquele fogo que crepita e relampeja através das
profundezas ocultas do Universo...Escuta tu a voz do Fogo." Seguem-se então Invocações dos
Quatro Elementos, acompanhadas pelo desenho do pentagrama invertido em cada quadrante...
ORO IBAH AOZPI Pelos nomes e letras do Grande Quadrângulo do Leste, eu vos invoco,
espíritos da Torre de Vigília do Leste. MOR DIAL HECTEGA Pelos nomes e letras do Grande
Quadrângulo do Norte, eu vos invoco, espíritos da Torre de Vigília do Norte. EMPEH ARSEL
GAIOL Pelos nomes e letras do Grande Quadrângulo do Oeste, eu vos invoco, espíritos da Torre
de Vigília do Oeste. OIP TEAA PIDOC Pelos nomes e letras do Grande Quadrângulo do Sul, eu
vos invoco, espíritos da Torre de Vigília do Sul. O Alto(a) Sacerdote/isa retorna para o centro e
encarando o altar, invoca os quatro nomes da Tábua da União : EXARP, BITOM, NANTA,
HCOMA Pelos nomes e letras da Tábua da União, eu vos invoco, forças do fluxo e refluxo da vida
e da morte. Segue-se então uma invocação de Hadit, que deve ser entendida como a essência de
cada indivíduo ... "Sagrado És Tu, Senhor do Universo. Sagrado És Tu, Não formado pela
Natureza. Sagrado És Tu, Vasto e Poderoso. Sagrado És Tu, Senhor da Luz e das Trevas."
Segue-se uma benção quíntupla. O sacerdote/isa beija e então unge os cinco pontos dos Pés,
Joelhos, Genitais, Peito e o Terceiro Olho de cada mago, dando um explicação de cada ponto
como relacionado à Grande Obra. Pés - O Caminho Espiritual Joelhos - Devoção à Vontade
Verdadeira Genitais -Uso correto dos instintos Peito(Coração) - Autoconhecimento Espiritual
Terceiro Olho - Sabedoria Espiritual Após isto se completar, um mago escolhido dá o beijo
quíntuplo no sacerdote/isa sem a explicação e lê o epílogo do Prólogo do Não-Nascido (Liber
Liberi vel Lapidid Lazvli, Sub Figura VII) "À minha solidão vem O som duma flauta em
bosquedos sombrios que assobram os maiores [ morros. Mesmo do rio bravio eles ensinam
o limite da selvageria [ e eu contemplo Pan. As neves são eternas acima, acima - E seus
perfumes sobem até as narinas das estrelas. Mas o que tenho eu a ver com isso ? Para mim
na flauta distante, a visão estarrecedora de Pan. Em todos os lados Pan para o olho, para o
ouvido... perfume de Pan permeando, o seu sabor preenchendo [ absolutamente minha
boca, fazendo a língua deslanchar numa [ fala bizarra e monstruosa. O abraço dele intneso
em cada centro de dor e prazer. O sexto sentido interior incendeia-se com o Eu mais interno
dele. Eu mesmo jogado no precipício do ser. Mesmo ao abismo, aniquilação, Um fim à
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solidão, bem como a tudo. PAN ! PAN ! IO PAN ! IO PAN ! Conforme começar a última frase da
invocação, os magos e o sacerdote/isa cantam IO PAN num cântico contínuo, cada um
começando uma dança espiral no sentido antihorário, girando cada vez mais rápido com o canto
aumentando e diminuindo, cada um com sua mente focalizada na imagem talismânica sendo
usada, os olhos fechados até que cheguem a um frenesi rodopiante e caiam ao chão. Todos se
recuperam, o trabalho Alfa começa. Conforme ele começa, o sacerdote/isa faz a primeira
invocação, sendo seguido pelos magos, repetindo-se o processo a cada linha. "Luxúria da minha
alma, luxúria do meu anjo. Ó meu anjo Verta-te em minha alma. O olho, Daiomonos
Folianates, meu Senhor, A luxúria do Bode, Meu Anjo, meu iniciador." Conforme o trabalho se
desenvolve, a segunda invocação é realizada pelo mesmo processo : "Tu Bode exaltado sobre a
Terra em luxúria Tu Serpente exaltada sobre a Terra em Vida Erga tu em mim, fluindo
livremente Salte, tu me devoras. (Repita um número de vezes.) Tu me devora Salta Tu me
devoras...." No clímax, a imagem do que se quer deve ser firmemente projetada nos fluidos da
ejaculação em cima do Talismã com a seguinte invocação, cada mago repetindo ao atingir o
próprio clímax. Tu me exaltastes Salta ! Isto ! Salta ! Vê, o estouro das sementes da
imortalidade. Os magos e o sacerdote/isa devem dar-se as mãos num círculo, o Talismã deve
então ser visualizado crescendo e espargindo-se pelos reinos astrais. É então queimado na
chama, sendo sua tarefa visualizada como completada. Após ser fachado o círculo, o rito deve ser
esquecido e o Talismã é deixado a realizar seu propósito. Notas Enquanto o Talismã estiver
queimando, é uma boa idéia visualizá-lo como uma força viva e conforme ele queima todos movem
suas mãos e em conjunto com sua respiração, cantam "ele cresce, ele respira". Também é
possível usar um talismã de metal ou madeira e dá-lo à pessoa envolvida, se a pessoa é o objetivo
do ritual. Contudo, isto tende a reduzir o efeito do rito pois o talismã astral tende a manifestar-se
melhor sem a necessidade de um ponto de foco físico. O uso de percussão, música e o cântico IO
PAN podem aumentar em muito o efeito do ritual. O termo Alto Sacerdote refere-se a ambos os
sexos.Capítulo 12
BETAÍSMO
Introdução
Betaísmo é o segundo estágio dos ensinamentos tântricos do Santuário, sendo continuação do
grau Alfa por ser de natureza masturbatória. Desta maneira, é imperativo ter dominado o grau Alfa
antes de proceder mais profundamente no Santuário.
O núcleo central das técnicas delineadas dentro do Arcano Beta é a habilidade de moldar o corpo
astral através do orgasmo intensificado. O corpo astral, como um campo semifísico,
eletromagnético, é influenciado tanto pelas atividades do organismo físico quanto do mental. Isto
está ilustrado na mudança de sua forma, tamanho e cor de acordo com as variações na saúde e
na emoção. Portanto, o uso da imaginação bem treinada e pensamento claro podem realizar
mudanças no corpo astral e o uso da mente pode manipular completamente e influenciar o corpo
astral para atingir uma ampla variedade de resultados.
Este processo de manipulação é dividido em três formas do Arcano Beta.
Manipulação Interna
Esta forma de Betaísmo é onde o corpo astral é manipulado para refletir uma forma Divina
escolhida e para despertar energia de dentro do organismo. As técnicas usadas nesta fórmula
incluem Assunção de Formas de Deuses auxiliada pela masturbação, Magia com Máscaras e em
seus estágios avançados, Mutação da Forma (licantropia ou shapeshifting).
Manipulação Externa
Esta forma de Betaísmo é onde o corpo astral é manipulado de tal maneira que uma forma semiseparada
é criada através do excesso de energia. esta forma então é usada tanto para "vagar por
aí", como na Baixa Magia, ou personificar um Íncubo ou Súcubo para uma forma específica de
Magia Sexual. Em muitas escolas de magia medievais esta técnica era estendida, podendo assim
incluir várias formas astrais de sexo, onde o congresso era alcançado com um grande número de
deuses, demônios, anjos e até mesmo personagens históricos.
Manipulação Externa-Interna
Esta forma de Betaísmo combina ambas técnicas acima e é baseada na Lei de Correspondência e
trabalha pela formação de uma forma semi-externa em relação direta com a "forma externa" que o
mago deseja trabalhar. A forma astral semi-externa trabalha como um mediador e direciona a
energia desejada para o organismo. Devido à delicada natureza deste trabalho, ele deve ser
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realizado com grande cuidado, podendo ser descrito como o sistema tântrico de invocação e
evocação.
Quando usada como uma forma de evocação, às vezes é combinada com uma máscara e forma
de animal e até mesmo, sob circunstâncias especiais, Mutação de Forma. A partir daí podemos
chegar a uma compreensão do mecanismo pelo qual opera este grau, agora vamos examinar os
vários aspectos práticos destes teoremas.
Assunção Sexual de Formas Divinas
A assunção sexual de formas de deuses é uma técnica baseada no uso do orgasmo para moldar o
corpo astral na forma do ser sendo invocado. Utiliza a técnica não sexual básica com algumas
modificações, o importante nesta técnica é prolongar a masturbação e sentir o corpo astral
tornando-se fluido, até que, no orgasmo, ele se transforme totalmente na forma do Deus invocado
e se solidifica. Normalmente uma forma divina deste porte não precisa ser banida, produzindo na
mente as associações que a forma divina pode trazer consigo.
Se um banimento for necessário, um Rubi Estrela normal ou equivalente irá atingir o fim desejado.
A técnica em si é a seguinte. A preparação deve ser uso de incenso, algum tipo de banimento e
invocações preliminares do Deus(a) envolvido.
A Fórmula para Assunção Sexual de Formas Divinas
1. Fique em pé ou sente-se na posição do Deus(a) envolvido.
Isto pode ser modificado para uma posição mais confortável, se necessário.
2. Vibre o nome do Deus(a).
Assegure-se que você traga o nome para o corpo através das narinas e sinta-o movendo-se
através do corpo pelos pulmões ao coração, então no plexo solar e assentando-se nos órgãos
sexuais.
3. Visualize a forma divina.
Fixe-a na tela mental enquanto inicia a atividade sexual, conforme o estímulo aumenta, sinta o
corpo astral tornando-se mais e mais líquido.
4. No orgasmo.
Sinta o organismo astral solidificar-se na forma divina escolhida, sinta o corpo inundar-se de luz e
uma transformação da consciência afim com a forma envolvida.
5. Este processo pode ser feito de dois modos.
A. Uma sensação da forma pode ser integrada à consciência e uma dada mudança na consciência
será notada em relação direta à forma escolhida ou
B. O processo pode ser levado até um estado de intoxicação pela forma seja atingido e oráculos
surgem daí. Isto só deve ser realizado na companhia de outros magos e dentro dos confins de
uma ambiente magikamente controlado.
Formas Animais
As formas animais são importantes em qualquer sistema de magia por representarem os vários
estágios primitivosde consciência pré-humana. No Xamanismo tradicional elas são de grande uso
e corretamente, pois elas são a fonte do qual muito poder flui para o que entendemos como
"homem civilizado". O uso de formas animais é uma tradição complexa dentro da Magia Ocidental
e como tal merece muito estudo. Envolve o uso de imagens de animais e formas de insetospara
evocar energias Qlipphóticas e acessar as facetas mais profundas do incosnciente pessoal e
coletivo.
Sendo que as formas animais representam estados pré-humanos de consciência seu despertar na
"consciência racional" é normalmente dinâmico e poderoso, deve ser realizado apenas num
'espaço seguro' e é melhor trabalhado com um grupo de magos do que sozinho.
Os procedimentos usados podem variar de uma técnica similar à assunção de forma divina até
uma aproximação mais Xamânica ou Vodunista. Sentimos que uma combinação tanto de
invocação quanto de possessão é a mais eficaz. Usando o procedimento de trabalho acima até
que o estágio quatro tenha sido atingido com sucesso, quando o corpo é "travado" na forma
animal, sinta a consciência daquele animal tomando o organismo. O estado resultante será uma
manifestação do animal na consciência.
Pode então seguir-se uma técnica para acelerar os efeitos da forma animal, baseada em tradições
xamânicas. O mago deve ver-se dividido em dois aspectos distintos, podendo ser vistos como o
intelecto e os instintos ou melhor ainda, como o caçador e o animal. Ele então deve correr ao
redordo círculo como se perseguisse e possuísse um animal, ele, o caçador. Conforme a corrida
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chega a um clímax (e ele está perto da exaustão), ele deve jogar-se em frenesi e o caçador e o
animal fundem-se tornam-se um. Neste estágio ele deve experienciar a plena força da forma
animal sendo invocada.
A importância da experiência de animais e insetos dentro de uma fórmula ritual é que eles são
representativos dos estágios primários da evolução cósmica e podem ser percebidos e
experienciados como um retorno do poder pessoal destes estágios.
Quanto mais alto na escada da evolução esperamos chegar, mais baixo será o rincão do qual
devemos chamar nosso poder.
O Uso de Máscaras
O uso de máscaras é uma faceta tradicional das mais primitivas formas de magia. Seu uso é
portanto imperativo quando se trabalha com os níveis mais baixos de consciência pré-humana
como exemplificado nas formas de animais e de insetos. Nos trabalhos de formas divinas as
máscaras também podem ser de uso primário na sustentação da identificação pessoal com uma
dada forma e numa fórmula ritual envolvendo um número de pessoas onde p número de formas
assumidas demanda alguma maneira de aumentar a eficácia das imagens relacionadas. Em
relação a formas animais as correspondências devem surgir pessoalmente, embora existam
algumas associações como encontradas no Culto de Maat, entre outros. Estes estão
especificamente relacionados com interpretações das imagens de animais totalmente dirigidas
pela orientação de um tipo específico de trabalho. Além destes, associações pessoais são o único
método válido.
Por exemplo, a forma do Leão. Se usamos as associações cabalísticas tradicionais podemos
colocá-lo em Tiphereth em relação ao signo de Leão. Mas ainda assim poderia ser atribuído ao
signo de Leão por causa do calor sexual (como nas atribições do Antigo Egito) e portanto
formando uma ligação com Sekhmet , colocada em Yesod.
Totens
Todas formas animais devem ser formadas através da experiência pessoal. A psicologia podem
também nos dar algumas pistas interessantes sobre a razão por trás da constante reaparição de
um animal dentro das visualizações. Estes animais são conhecidos como 'Totem' e tendem a ser
externalizações de nossas fontes internas de poder. Eles devem ser explorados e aceitos como
glifos pessoais, muito parecido com assumir um mote ou sigilo pessoal. Eles também podem ser
fortalecidos e usados nas técnicas de manipulação, aplicados especificamente no uso de Íncubos
e Súcubos.
Íncubos e Súcubos (Incubus et Sucubus)
De acordo com a demonologia um íncubo é um pesadelo vivente que se alimenta de energias
sexuais drenando a vida daqueles por quem se atrai. A variação do sexo foi levada em conta na
variação do nome.
De acordo com o Tantrismo moderno o íncubo (usamos este termos para se referir a ambos os
sexos e ambos termos) é uma forma específica de ser astral formado através da energia sexual.
Tem muitos usos e apenas torna-se um problema quando é permitida uma perda de controle. O
íncubo é criado através da externalização de uma forma astral por um período extenso usando as
técnicas Beta. Primeiro a forma é um organismo humano nebuloso sem sexo ou características
distintas. Conforme é externalizado toma energia do organismo e assume forma distinta. O
organismo pode também usá-lo para coletar energia e portanto o íncubo e o mago trabalham em
união simbólica.
Após a forma tenha sido externalizada pode então ser usada numa grande variedade de práticas
mágikas. O primeiro estágio é moldar este ser numa forma que você deseja trabalhar, por
exemplo, você pode querer atingir uma experiência de Hórus, portanto formando o ser numa forma
com cabeça de falcão com a qual você pode realizar um intercurso sexual. Obviamente as
variações do encontro são muitas e você poderia provavelmente dividir este arcano em subgraus
se você quiser, isto é, Beta-Beta, Beta-Gamma, Beta-Delta, etc. de acordo com a forma de
congresso utilizada.
Estas técnicas podem ser aprofundadas e desenvolverem-se numa forma de trabalho pessoal
usando uma variedade de cruzamentos entre Deuses, demônios, anjos e até mesmo personagens
históricos para ilustrar a natureza dos trabalhos e atingir a experiência requerida. A origem desta
técnica está provavelmente localizada no antigo Tantra da Tartária, enquanto que muito do seu
desenvolvimento técnico é encontrado nos trabalhos de dois magos medievais, Vintras e Boullan.
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Em 1859, Vintras e Boullan encontraram a Sociedade para Reparo das Almas, uma descrição de
suas técnicas delineia os procedimentos básicos como ensinados dentro de sua ordem interna,
que era conhecida como a "Igreja de Carmel".
"Documentos sobrevivem mostrando que Boullan e seus seguidores engajaram-se numa cópula
com anjos, querubins, serafins e espíritos de figuras históricas como Cleópatra e Alexandre, o
Grande. As técnicas usadas eram masturbação, com o operador fortemente imaginando que ele
ou ela estava em coito com o anjo desejado ou o intercurso sexual espiritual e real no qual cada
participante identificava o outro com o ser apropriado desencorporado."
Sexualidade, Magia e Perversão (Sexuality, Magic e Perversion), de Francis King.
O exerto acima delineia a técnica Beta básica para criar e usar uma forma astral externalizada. O
segundo estrato desta técnica margeia as do Gammaísmo ou Epsilonismo em seu uso de parceiro
sexual físico, mas que é abarcada no Arcano devido à sua interrelação com a técnica básica de
projeção Beta. O caminho de trabalho sexual deve evoluir da experiência e um conhecimento do
Tarot, Qabbalah e técnicas de jornada astral.
A sua experiência será sempre intensamente pessoal e levará o mago a estados de êxtase e
poder pessoal além dos confins dos caminhos de trabalho definidos.
Baixa Magia
Uma variação da técnica do íncubo permite o alcance das metas da baixa magia nos reinos físico,
mental e espiritual através das técnicas delineadas acima. O mago pode criar um elemental
artificial ou criatura que pode ser mandada realizar certas tarefas. Os limites desta técnica são
encontrados no fato de que a criatura deve ser programada para se dissolver ao completar a tarefa
e não se manter como um familiar contínuo. A única exceção aqui é onde o mago está
completamente confiante em sua habilidade mágika para manter a criação sob total controle.
Houve muitos casos na história do ocultismo onde um elemental artificial, criado e sustentado por
meios sexuais, atingiu um grau de independência de seu criador devido à negligência ou excesso
de confiança e então drenava a energia de seu criador e até mesmo atrapalhava seu trabalho
oculto e vida diária.
Portanto, a chave para criar um Familiar é total controle sobre a criação e programação repetida
numa base regular, coordenada com a técnica Beta repetida para que o familiar seja mantido
alinhado com os requerimentos do mago. A maioria dos elementais artificiais ou familiares são
programados para se dissolverem de volta ao corpo astral tanto ao alcançarem o êxito em sua
missão quanto após determinado período de tempo. Este é de longe o melhor método a menos
que o mago tenha uma razão específica para desejar um familiar de maior duração.
Magia com Bonecos
Uma técnica interessante para a criação de um familiar é baseada no uso de um boneco. Varia
desde a técnica do Vodu tão popular nas histórias de terror de segunda categoria, no qual o
boneco não é usado como um símbolo da pessoa que você deseja influenciar mas como uma
extensão tangível do corpo astral do mago. Pode estar relacionado à idéia do duende ou
manequim. O boneco é criado para representar um familiar que o mago deseja usar, é impregnado
com os fluidos vitais numa sucessão de ritos e a cada orgasmo o corpo astral é sentido como se
estendendo e envolvendo o molde do boneco numa 'forma viva' refletindo o mago. Um aspecto
importante deste trabalho é que o boneco é usado como um canal de influência pelo qual o mago
pode influenciar a realidade e explorar os reinos astrais.
Não se deve operar de maneira oposta, pois se cair nas mãos erradas pode ser facilmente
desconectado, se programado corretamente e, se a ligação foi programada erroneamente, então
poderá ser usado para influenciar o próprio mago !
O fator importante, portanto, é a criação do boneco como uma conexão externalizada do corpo
astral, não um aspecto interno do organismo astral. Os usos destes bonecos são ilimitados, no
nível físico pode ser facilmente usado para atingir uma ampla variedade de tarefas afins às de um
elemental artificial ou familiar. Contudo, as mesmas considerações dadas para um elemental
duradouro também se aplicam ao Boneco Familiar. Nos planos astrais pode ser usado para
explorar os vários mundos, como uma forma astral extremamente poderosa moldada para refletir
tanto o totem pessoal do mago ou um certo Deus ou força animal. É uma excelente forma pela
qual o mago pode conscientemente explorar os vários mundos e dimensões.
Conclusões
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