1. O ponto de vista do qual abordo a Cabala Sagrada difere, nestas
páginas, até onde eu saiba, do adotado por todos os outros escritores
que se ocuparam do assunto, pois, para mim, a Cabala é um sistema vivo
de desenvolvimento espiritual, não uma curiosidade histórica. Poucas
pessoas, mesmo entre aquelas que se interessam pelo ocultismo, sabem que
há uma tradição esotérica ativa em nosso meio, que se transmite por
meio de manuscritos particulares a "de boca a ouvido". E menos pessoas
ainda sabem que essa tradição consiste na Cabala Sagrada, o sistema
místico de Israel. Mas onde poderíamos buscar a nossa inspiração oculta,
a não ser na tradição legada pelo Cristo?
2. A interpretação da
Cabala não se encontra, contudo, entre os rabinos do Israel Externo, que
são hebreus apenas pela carne, mas entre aqueles que são o povo
escolhido segundo o espírito - em outras palavras, os iniciados. A
Cabala, como a compreendo, tampouco é um sistema puramente hebreu, pois
ela foi suplementada, durante a Idade Média, por muitos conhecimentos
alquímicos a pela estreita associação a este extraordinário sistema
simbólico que é o Tarô.
3. Por conseguinte, em minha apresentação do
assunto, não recorro muito à tradição, em apoio às minhas concepções,
bem como à prática moderna, quanto aqueles que fazem use da Cabala como
seu método de técnica oculta. Poder-se-ia alegar contra mim que os
antigos rabinos nada sabiam de alguns dos conceitos aqui expostos.
Replico que seria mesmo impossível que eles os conhecessem, pois tais
idéias não eram conhecidas em seus dias, resultando, ao contrário, do
trabalho dos herdeiros do Israel Espiritual. De minha parte - embora não
pretenda desviar ninguém dos ensinamentos do mundo antigo a querendo,
no tocante aos assuntos de precisão histórica, que estes permaneçam
sujeitos à correção de todo aquele que estiver mais informado do que eu a
respeito desses assuntos (e seu número é legião) -, atribuo escassa
importância à tradição quando ela impede o livre desenvolvimento de um
sistema de tanto valor como a Cabala Sagrada, a utilizo as obras de meus
predecessores como uma pedreira de onde retiro as pedras para construir
minha cidadela. Mas não me limito a essa pedreira por qualquer ordem de
que tenha conhecimento, colhendo também o cedro do Líbano e o ouro de
Orfir, se isso convém ao meu propósito.
4. Fique bem claro, portanto,
que não digo "Este é o ensinamento dos amigos rabinos", mas sim "Esta é
a prática dos modernos cabalistas, que constitui, para nós, assunto de
vital importância, por se tratar de um sistema prático de
desenvolvimento espiritual"; é a ioga do Ocidente.
5. Depois de me
ter assim precavido, na medida do possível, contra a acusação de não ter
feito aquilo que jamais pretendi fazer, julgo conveniente definir agora
minha própria posição, no que toca à erudição a às qualificações gerais
para a tarefa a cumprir. No que concerne à erudição real, estou na
mesma classe de William Shakespeare, pois tenho pouco latim e nenhum
grego, conhecendo do hebraico apenas o aspecto cultivado pelos
ocultistas, ou seja: a habilidade para transliterar a difícil escrita
hebraica em função dos cálculos gemátricos. Da acusação de não possuir
nenhum conhecimento do hebraico enquanto língua, sou inocente.
6. Não
sei se este franco reconhecimento de minhas deficiências servirá para
desarmar as críticas; não há dúvida de que se alegará contra mim e não
sem justificativas - que uma pessoa assim tão mal-equipada não deveria
empreender a tarefa. Posso perguntar, em minha defesa, se alguém,
encontrando um homem ferido, deveria, na ausência de qualificação
médica, recusar-se a socorrê-lo e a dar-lhe a ajuda que pudesse,
esperando, ao contrário,.a chegada da assistência qualificada? Minha
obra sobre a Cabala tem a natureza dos primeiros socorros. Procuro
desvelar um inestimável sistema até agora negligenciado, a por mais
desqualificada para a tarefa que eu possa ser, procuro chamar a atenção
para as suas possibilidades a restaurar-lhe o lugar adequado como chave
do ocultismo ocidental; e é minha esperança que esta obra possa atrair a
atenção dos eruditos a animá-los a continuar a tarefa de tradução a
investigação dos manuscritos cabalísticos, que constituem, até agora, um
veio do qual apenas os afloramentos superficiais foram aproveitados.
7.
Posso alegar, contudo, uma qualificação para a minha tarefa: nos
últimos dez anos, vivi a existi na Cabala Prática; utilizei-lhe os
métodos tanto subjetiva como objetivamente, até que eles se tomassem
parte de mim mesma, a conheço por experiência própria os resultados
psíquicos a espirituais que podem produzir, tanto quanto seu
incalculável valor como método de manipulação mental.
8
. Aqueles que
desejam utilizar a Cabala como sua ioga não precisam obter
necessariamente um extenso conhecimento da língua hebraica; tudo o de
que precisam é ler a escrever os caracteres hebraicos. A Cabala moderna
ganhou certificado de naturalização nas línguas ocidentais, mas retém, e
deve reter, as suas Palavras de Poder em hebraico, que é a língua
sagrada do Ocidente, assim como o sânscrito é a língua sagrada do
Oriente. Muitos são aqueles que se opuseram ao livre emprego dos termos
sânscritos na literatura ocultista, a poderiam eles objetar ainda mais
fortemente contra o emprego de caracteres hebraicos; mas sua utilização é
inevitável, porquanto cada letra é também um número, a os números que
as letras compõem são não apenas uma importante pista para o seu
significado, mas podem também expressar as relações existentes entre
diferentes idéias a poderes.
9. Segundo MacGregor Mathers, no
admirável ensaio que constitui a introdução de seu livro, a Cabala é
comumente classificada sob quatro categorias: a Cabala Prática, que trata da magia talismânica a cerimonial; a Cabala Dogmática, que consiste na literatura cabalística;
a
Cabala Literal, que trata do use das letras e dos números; e a Cabala
Não-escrita, que consiste no conhecimento correto da maneira pela qual
os sistemas simbólicos estão dispostos na Árvore da Vida, e a respeito
da qual diz MacGregor Mathers: "Nada mais posso dizer sobre esse ponto,
nem mesmo se eu o recebi ou não." Mas, como essa valiosa sugestão foi
desenvolvida pela falecida Sra. MacGregror Mathers em sua introdução à
nova edição do livro ("Simultaneamente à publicação da Cabala, em 1887,
ele recebeu instruções de seus mestres ocultos para preparar o que
posteriormente se tornou a sua escola esotérica"), é justificável dizer
que, embora Mathers tenha recebido a Cabala Não-escrita, .esta deixou
por alguns anos de ser não-escrita, pois, após uma disputa com esse
autor, Aleister Crowley, o conhecido autor a erudito, publicou
integralmente o conjunto. Seus livros são agora raros a difíceis de
encontrar e, por serem muitos estimados pelos esoteristas mais eruditos,
seu valor se tomou extraordinário a raramente chegam às livrarias de
sebo.
10. A violação de um juramento iniciático é um assunto
sério a uma coisa que, de minha parte, não pretendo fazer; mas não
acredito em nenhuma autoridade que me impeça de coletar a comparar todo o
material disponível já publicado sobre qualquer assunto a de
interpreta-lo de acordo com a minha melhor habilidade. Nestas páginas, é
ao sistema referido por Crowley que recorro para complementar os pontos
sobre os quais silenciam MacGregor Mathers, Wynn Westcott a A. E.
Waite, principais autoridades modernas da Cabala.
11. Quanto a ter
recebido eu própria qualquer conhecimento da Cabala Não-escrita, seria
muito inconveniente para mim, tanto quanto o foi para MacGregor Mathers,
discorrer sobre esse ponto; e, seguindo seu clássico exemplo de
enterrar a cabeça na areia a balançar a cauda, volto à consideração do
material de que disponho.
12. A essência da Cabala Não-escrita
repousa no conhecimento da ordem em que determinadas séries de símbolos
estão dispostas na Árvore da Vida. Essa Árvore - Otz Chiim - consiste em
Dez Sephiroth Sagradas, dispostas num padrão particular a unidas por
linhas, as quais recebem o nome de Trinta a Dois Caminhos da Sepher
Yetzirah, ou Emanações Divinas (ver Lhe Sepher Yetzirah, de Wynn
Westcott). Aqui está um dos "labirintos" ou armadilhas em que se
deleitavam os rabinos. Se contarmos os Caminhos, descobriremos que há
vinte a dois, não trinta a dois deles; mas, para seus propósitos, os
rabinos trataram as próprias Dez Sephiroth como Caminhos, enganando
dessa maneira os não-iniciados. Os dez primeiros Caminhos da Sepher
Yetzirah estão, portanto, atribuídos às Dez Sephiroth, a os vinte e dois
seguintes, aos próprios Caminhos reais. Vemos, assim, que também as
vinte a duas letras do alfabeto hebraico podem ser associadas aos
Caminhos, sem discrepâncias ou sobreposições. Associam-se também a eles
os vinte a dois trunfos do Tarô, os Atus, ou Moradas de Thoth. No que
concerne às cartas do Tarô, há três autoridades dignas de nota: o Dr.
Encausse, ou "Papus", o escritor francês; o Sr. A. E. Waite; a os
manuscritos da Ordem da Aurora Dourada, de MacGregor Mathers, que
Crowley publicou sob sua própria responsabilidade. Essas três
autoridades apresentam pontos de vista muito diferentes. Quanto ao
sistema dado pelo Sr. Waite, diz ele: "Há um outro método conhecido
pelos iniciados". É razoável supor que esse seja o método utilizado por
Mathers. Papus discorda de ambos em seu método, mas, como seu sistema
violenta muitas vezes as correspondências com os padrões da Árvore - a
prova final de todos os sistemas -, a como os sistemas de Mathers a
Crowley se ajustam admiravelmente, penso que podemos concluir com
exatidão que o método de ambos constitui a ordem tradicional correta, a
pretendo ater-me a ele nestas páginas.
13. Os cabalistas depuseram,
ademais, sobre os Caminhos da Árvore, os signos do Zodíaco, os planetas a
os elementos. Ora, existem doze signos, sete planetas a quatro
elementos, perfazendo vinte a três símbolos. Como se ajustam eles aos
vinte a dois Caminhos? Aqui está outra "emboscada",
mas a solução é
simples. No plano físico, encontramo-nos no elemento Terra e, por essa
razão, tal símbolo não aparece nos Caminhos que conduzem ao Invisível.
Deixemos de lado esse símbolo a teremos vinte a dois símbolos, que
correspondem perfeitamente, corretamente colocados, aos trunfos do Tarô,
pois eles se esclarecem mutuamente de forma notável a fornecem as
chaves da Astrologia Esotérica a da adivinhação do Tarô.
14. A
essência de cada Caminho reside no fato de que ele constitui a união de
duas Sephiroth. Só podemos compreender-lhe o significado levando em
conta a natureza das Esferas unidas na Árvore. Mas uma Sephirah não pode
ser entendida num único plano: ela tem uma natureza quádrupla. Os
cabalistas o afirmam claramente ao dizerem que existem quatro mundos
(ver MacGregor Mathers, Lhe Qabalah Unveiled).
Atziluth, o mundo Arquetípico, ou Mundo das Emanações; o Mundo Divino;
Briah, o Mundo da Criação, também chamado Khorsia, o Mundo dos Tronos;
Yetzirah, o Mundo da Formação a dos Anjos;
Assiah, o Mundo da Ação; o Mundo da Matéria.
15.
Afirmam eles, também, que as Dez Sephiroth Sagradas têm, cada uma, seu
próprio ponto de contato com cada um dos Quatro Mundos dos cabalistas.
No Mundo Atzilútico, elas se manifestam por meio dos Dez Nomes Sagrados
de Deus; em outras palavras, o Grande Imanifesto, simbolizado pelos Três
Véus Negativos da Existência, que pendem atrás da Coroa, manifesta-se
em dez diferentes aspectos, representados pelos diferentes Nomes
utilizados para denotar a Divindade nas Escrituras hebraicas. Esses
Nomes são traduzidos de diversas maneiras na Versão Autorizada, e o
conhecimento de seu verdadeiro significado, aliado ao das Esferas às
quais esses Nomes pertencem, permite-nos elucidar muitos enigmas do
Velho Testamento.
16. No mundo Briático, as Emanações Divinas
manifestam-se=por meio dos Dez Poderosos Arcanjos, cujos nomes exercem
um importante papel na Magia Cerimonial; são eles os vestígios gastos a
apagados dessas~Palavras de Poder que constituem os "bárbaros nomes de
evocação" da Magia medieval, "nenhuma de cujas letras pode ser
alterada". A razão disso é que, em hebraico, uma letra é também um
número, a os números de um Nome têm um significado importante.
17. No Mundo Yetzirático, as Emanações Divinas manifestam-se, no por meio de um único ser, mas através de diferentes tipos de seres, chamados de Hostes ou Coros Angélicos.
18.
O Mundo Assiático não é, estritamente falando, o Mundo da Matéria, se o
encararmos do ponto de vista Sephirótico, mas antes os planos astral a
etéreo inferiores, que, juntos, formam a base da matéria. No plano
físico, as Emanações Divinas manifestam-se por meio do que poderíamos
chamar, com propriedade, de Dez Chakras Cósmicos, porque esses centros
de manifestação correspondem perfeitamente aos centros que existem no
corpo humano. Os chakras consistem no Primum Mobile, ou Primeiro
Remoinho, a Esfera do Zodíaco, os sete planetas a os elementos -
perfazendo o total de dez.
19. Pelo que precede, pode-se observar que
cada Sephirah se compõe, em primeiro lugar, de um chakra cósmico; em
segundo lugar, de uma hoste angélica de seres, Devas ou Archons,
Principalidades ou Poderes, de acordo com a terminologia empregada; em
terceiro lugar, de uma Consciência Arquiangélica, ou Trono; a em quarto
lugar, de um aspecto especial da Divindade. Deus como Ele é, em Sua
Integridade, está absolutamente oculto atrás dos Véus Negativos da
Existência, sendo, por essa razão, incompreensível à consciência humana
não-iluminada.
20. Podemos considerar corretamente as Sephiroth como
macrocósmicas a os Caminhos como microcósmicos, pois as Sephiroth,
unidas, como às vezes o são nos velhos diagramas, por um raio de luz, ou
por um punho provido de uma espada de fogo, representam as sucessivas
Emanações Divinas, que constituem a evolução criadora, ao passo que os
Caminhos representam os estágios sucessivos do desdobramento da
compreensão cósmica na consciência humana; nas imagens antigas, uma
serpente enrodilhada aparece às vezes nos ramos da Árvore. Trata-se da
serpente Nechushtan, "que morde a própria cauda", símbolo da sabedoria a
da iniciação. As espirais dessa serpente, quando corretamente dispostas
na Árvore, cruzam todos os Caminhos a servem para indicar a ordem na
qual eles devem ser enumerados. Com a ajuda desse hieróglifo, toma-se
muito fácil dispor os símbolos estampados pelas tabelas em suas posições
corretas na Árvore, desde que tais tabelas apresentem os símbolos na
ordem exata. Em alguns livros modernos, considerados como autoridades
sobre o assunto, não se dá a ordem correta, pois seus autores acreditam,
aparentemente, que essa ordem não deva ser revelada ao não-iniciado.
Mas, como essa ordem é corretamente explicitada em alguns livros antigos
e, de mais a mais, na própria Bíblia e na literatura cabalística, não
vejo razão para confundir os estudantes com informações espúrias. A
recusa à divulgação de algum assunto pode ser justificável, mas como
se
pode explicar a transmissão de informações que semeiam a confusão?
Ninguém será perseguido hoje por seus estudos em ciências heterodoxas,
de modo que existe um único objetivo para ocultar os ensinamentos
referentes à teoria do universo e à filosofia que dela resulta, a de
maneira alguma aos métodos da Magia Prática, a esse objetivo é reter o
monopólio do conhecimento que confere prestígio, se não poder.
21. De
minha parte, acredito que tal egoísmo exclusivista constitui, antes, a
ruína do movimento oculto do que a sua salvaguarda. Trata-se do antigo
pecado de reter o conhecimento de Deus nas mãos de um clero e nega-lo
aos que se encontram fora do c1ã sagrado; retenção que se justificava
quando as pessoas eram selvagens, mas que é absolutamente injustificável
no caso do estudante moderno. Além do mais, pode-se obter a informação
desejada consultando-se a literatura existente ou adquirindo-se, em
troca de valores muitos elevados, livros que são hoje muito raros. É
certamente a disponibilidade de muito tempo a de muito dinheiro que
constitui o teste de habilidade para a obtenção da Sabedoria Sagrada.
22.
Não duvido de que estarei sujeita às críticas dos auto-constituídos
guardiões desse conhecimento, os quais poderão afirmar que seus
preciosos segredos foram traídos. A isso replico que não estou traindo
nada que seja secreto, mas coordenando o que já foi revelado ao mundo a
que é de natureza simples a bem conhecida. Quando tive acesso pela
primeira vez a certos manuscritos, eu acreditava que eles eram secretos a
desconhecidos para o mundo em geral, mas uma familiaridade maior com a
literatura ocultista revelou que a informação já havia sido comunicada
fragmentariamente por meio dessa mesma literatura. Muitas coisas, de
fato, que os iniciados juraram manter em segredo já haviam sido
publicadas pelos próprios Mathers a Wynn Westcott, a já em 1926
encontramos, numa nova edição da obra de Mathers sobre a Cabala,
publicada sob a supervisão de sua viúva (que lhe conhecia certamente as
intenções), muitas das tabelas que publico nestas páginas. Como esses
catálogos de seres foram originalmente conferidos ao mundo por Isaías,
Ezequiel a diversos rabinos medievais, podemos afirmar, com propriedade,
que, em razão do tempo transcorrido, essas listas não pertencem a
nenhum autor determinado. Em todo caso, a propriedade de tais idéias foi
adquirida do autor original a não de um determinado comentarista
posterior, a esse autor, segundo a própria Cabala, é o arcanjo Metatron.
23.
Muito do que era outrora conhecimento comum foi reunido e ocultado sob o
juramento de segredo do iniciado. Crowley zomba de seus mestres porque
eles o obrigaram ao silêncio com juramentos terríveis a então "lhe
confiaram o alfabeto hebraico para que o salvaguardasse".
24. A
filosofia da Cabala é o esoterismo do Ocidente. Nela encontramos
exatamente a mesma cosmogonia apresentada pelas Estâncias de Dyzian, que
foram a base da obra de Mme. Blavatsky. Ela encontrou nessa obra a
estrutura da doutrina tradicional, que expôs em seu grande livro, A
doutrina secreta. A cosmogonia cabalística é a gnose cristã. Sem ela,
nosso sistema religioso fica incompleto, e é essa lacuna que constitui a
fraqueza do Cristianismo. Os primitivos padres, como diz o adágio
familiar, "jogaram a criança fora juntamente com a água do banho". Um
estudo ainda que superficial da Cabala revela que esse sistema
subministra as chaves essenciais dos enigmas das Escrituras em geral a
dos livros proféticos em particular. Existirá alguma razão para que os
iniciados dos tempos modernos encerrem todo esse conhecimento numa caixa
secreta a se sentem sobre a tampa? Se eles consideram que estou errada
em passar informações cuidadosas sobre assuntos que julgam sua
prerrogativa privada, replico que este é um país livre e que cada um tem
direito às suas próprias opiniões.
[Imagem by Google]
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