O organismo humano é uma árvore
da vida e do conhecimento, é um mecanismo que funciona de acordo com a
antiga fisiologia da Feitiçaria Sexual. Muitas descobertas modernas da
sexologia atual são realmente apenas redescobertas do antigo arcano sexual
dos mistérios que foram ensinados simbolicamente por tempos imemoriais.
O Circuito Psicossexual é a
estrutura do organismo como entendido pelos magos sexuais, é uma compreensão
que vai além do conhecimento da ciência moderna e engloba visões tanto físicas
quanto parafísicas dos Mistérios.
A fisiologia que é delineada
neste capítulo deve ser estudada com diligência, pois forma a base pela
qual a magia sexual opera. Assuntos como as Kalas e o Amrita podem apenas
ser entendidos se este circuito psicossexual é adequadamente compreendido
de antemão.
"O adepto deve
identificar-se com seu corpo e transformá-lo, pois o corpo é a ligação
entre o cósmico e o terrestre. Como a extensão material da expressão psíquica,
o corpo brilha, irradia e anima-se na alegria de ser ele mesmo."
Sir John Woodroffe
O Circuito Psicossexual
Humano
A configuração psicossexual
humana é um Tarô vivo. Embora, no passado, este termo tenha sido usado
exclusivamente a respeito das
Chaves dos Mistérios (as
cartas do Tarot), tem um significado mais avançado na forma de um circuito
de essência. O termo Tarot pode, pela Temurah, ser entendido como Lei
(Torah), Roda (Rotah) e Essência (Taro). Estas definições quando
conjuntas sugerem que o Tarot é a Roda da Essência. Este conceito de um
ciclo de manifestação pode ser aplicado tanto num sentido ideológico,
como nos 22 Arcanos Maiores do Tarot, e num sentido psicológico, para o
Tarot vivo dentro do corpo humano.
O corpo humano é um sistema
intrincado de forças interconectadas, é coberto por milhões de meridianos
e linhas de energia, que se interligam para formar tanto os Marmas quanto os
Chakras. Estes são ligações vitais com o fluxo de energia sexual dentro
do organismo e oferecem as chaves de como opera a Magia Sexual.
O Marma Ajna Psicossexual
Este é o primeiro Marma e
está localizado no Ajna Chakra, entre as sobrancelhas. A atribuição
cabalística para este Marma é a letra Ayin ou setenta. Sua atividade é a
do Olho de Shiva, quando o olho se abre o mundo de aparências e ilusões
desvanece e a realidade é experimentada, algumas vezes em sua brutal
totalidade. Esta experiência pode ser de extrema intensidade e é apenas
para os que estão preparados (veja 'A História do Grande Deus Pan' de
Arthur Machen como exemplo). Está relacionado astrologicamente com o signo
de Capricórnio por simbolizar a experiência de Pan, a visão da
integridade e unicidade de todas as coisas.
O Marma Psicossexual Qoph
O segundo Marma está
localizado na nuca, sendo o trono cerebral da atividade sexual dentro da espécie
humana e é atribuído à letra hebraica Qoph, de número cem. Esta enumeração
pode ser entendida como a união do P (Phalus, falo em grego), 80, com o K
(Ktéis, vagina em grego), 20. Qoph é atribuída à esfera lunar e este
centro está envolvido com as secreções que estimulam o impulso e o
desenvolvimento sexuais.
O Marma Psicossexual Visuddha
O terceiro Marma está oposto
ao Qoph e está localizado no Chakra Visuddha, o centro laríngeo. Sua
atividade em magia sexual é emanar a palavra (Logos) que é criada pela
interação dos centros Ajna e Qoph. Esta união de Vontade e Vibração
cria o Logos que é manifesto em Daath, ou seja, a garganta. Esta atribuição
difere da Qabbalah moderna mas é imperativa para um entendimento do
circuito psicossexual.
Esta interação entre os
Marmas Ajna e Qoph no Visuddha é central para uma compreensão da fixação
da força sexual. A Gematria de Ayin e Qoph prova ser informativa : Ayin +
Qoph = 170
170 é o número dos gigantes
ou Nephilim. Os seres que são criados pela Vontade sozinha e que podem ser
comparados aos Titãs da mitologia grega. Eles são seres de puro Logos;
formulações da Vontade que são criadas pelo Eu (Self) em Ayin através
das forças sexuais de Qoph e manifestas no Visuddha.
"...e a palavra
transformou-se em carne."
Evangelho de João, capítulo um.
Os Marmas Psicossexuais
das Palmas
Estes marmas encontram-se nas
palmas das mãos, mas são tratados como um só marma no circuito geral.
Eles estão atribuídos à letra Kaph e cada palma tem o número 20. As
palmas são usadas para focalizar p fluxo de energia com o circuito. A
esquerda é negativa e a direita é positiva, embora isso possa variar de
mago para mago.
Juntas, as duas palmas dão o
número 40, que por Gematria significa o Libertador e Leite, ambas referências
aplicam-se para o uso das mãos para liberar fluidos sexuais durante rituais
tântricos. Outras referências relacionadas incluem a Mão do Eterno e Mem,
que pode ser definida tanto como sangue, fluidos (sexuais) ou vinho, todos
novamente enfatizando o papel das mãos como libertadoras de secreções.
O Marma Psicossexual Genital
O quinto marma psicossexual
é os próprios órgãos sexuais, atribuídos a Ayin, de número setenta. Os
órgãos são o segundo Olho e representam o esconderijo secreto da serpente
(Kundalini).
Este número setenta pode
também ser aplicado para LIL (noite) e SVD (segredo), ambos relacionados
com esta zona psicossexual como originadora dos Kalas, as secreções
noturnas que sempre fluem ou Ain (Kali / Nuit). Setenta também é o número
de CHBS ou Estrela, isto está implícito na mensagem "o Khabs está no
Khu e não o Khu no Khabs" do Livro da Lei. Esta mensagem codificada
refere-se ao fato de que a essência das estrelas não é encontrada na
eternidade do espaço, mas nas secreções sexuais da Estrela encarnada como
entidade.
Uma implicação mais avançada
a respeito deste Marma é encontrada na palavra INN, que significa vinho,
representando o sacramento deste marma psicossexual, que conhecemos como
Amrita.
O Marma Psicossexual do Olho
Secreto
O Olho Secreto é o Olho de
Set e portanto, é o reverso dos órgãos sexuais. Também atribui-se a
Ayin (70), entretanto, sua aplicação é na região anal e sua associação
com a Kundalini.
Aqui, temos o ânus do bode
como é visto no Sabbat das Bruxas e o mistério de SVD, que é o olho do
bode como visto na imagem de Baphomet encontrada nos ritos dos Cavaleiros
Templários.
O Marma Psicossexual de
Bindu
Este marma é o fogo interno,
atribuído à letra Yod (10). Representa o Ponto Bindu, o ponto onde os dois
sistemas sexuais conectados unem-se para formar uma simbiose. Pela Gematria,
encontramos que dez está relacionado a Elevado, Planar e Janela. Todas
estas imagens podem se relacionar ao uso do calor sexual para ir além do
organismo em direção às visões do espaço interno.
O Circuito
Quando examinamos os sete
marmas acima, chegamos a um ciclo de força psicossexual, sendo este ciclo
composto de oito segmentos ou zonas. Se considerarmos as duas palmas como
zonas separadas, quando juntas com os outros centros formula-se um ciclo
completo de 360 graus. Este círculo é o ciclo interno de Aeons, sete
embora oito, o oitavo sendo o final do ciclo no Ponto Bindu de realização,
este ciclo forma o ABRASAX interno, o senhor gnóstico de 360 graus. A
Vontade como criada e fortalecida pelo ciclo interno de Aeons e secreções.
O sistema numérico deste
ciclo é :
AYIN (70) + QOPH (100) + KAPH
/ KAPH (20 e 20) + AYIN : órgãos sexuais (70) + AYIN : ânus (70) + PONTO
BINDU : YOD (10) = 360 graus
Os cinco graus restantes
(para formar um ano) são os graus esotéricos do Círculo, os cinco dígitos
da Deusa. Eles são atribuídos a vários Deuses e Deusas e têm um uso
específico tanto na ciência macrocósmica de registro do tempo como na ciência
microcósmica do corpo e suas correntes, que é conhecida no oriente como
Kalavidya, Este ciclo não é apenas encontrado na sequência sexual de
marmas aqui descrita mas também dentro dos chakras gerais como encontrado
na Kundalini Yôga tradicional. Ambos sistemas, bem como as atribuições físicas
da Árvore da Vida, interagem como círculos numa grade cósmica, cada um
forma um ciclo de manifestação e está envolvido na Árvore da Vida
animada que o corpo humano forma. Ao invés de a Qabbalah ser uma realidade
separada de Sephiroth e Caminhos, é um corpo vivo, um sistema de experiência
e possibilidade internas.
No sistema tradicional de
chakras o ciclo é composto de raios dentro de cada chakra, estes raios
representando as emanações dos pés da Deusa Primal após ela ter se
elevado ao Shasrara Chakra. Portanto, as emanações deste chakra são
vistas como as da própria Deusa, ou em termos mais adequados, do Eu e assim
não são contadas no cálculo dos raios.
Ajna Chakra | Região Pituitária | 64 raios |
Visuddha Chakra | Região Tiroidal | 72 raios |
Anahata Chakra | Região Cardíaca | 54 raios |
Manipura Chakra | Plexo Solar | 56 raios |
Swadisthana Chakra | Região Genital | 62 raios |
Muladahara Chakra | Região Coccígea/Anal | 56 raios |
Ciclo Completo | 360 raios |
Dentro destes 360 graus
existem outras divisões conhecidas como : Estelar, Solar e Lunar. Estas
relacionam-se aos três segmentos do ritual tântrico e aos três segmentos
da coluna dorsal : Ida, Susumna e Pingala. 118 graus são atribuídos ao
Fogo (Estelar), 106 são atribuídos às influências Solares e 136 à
Lunar, os cinco restantes são portanto, mais uma vez, os dígitos secretos
da Deusa Kali (Ain).
Como será prontamente
notado, as imagens ou formas de deuses usadas variam de acordo com a tradição,
Kali, Set e Nuit podem ser todos atribuídos a Ain e usados de acordo com
trabalhos e desejo ou inclinação.
Como pode ser visto acima, um
sistema de atribuição pode ser formulado baseado nestes graus. Estes podem
ser interpretados de diversas maneiras: os oito segmentos ou marmas, até
mesmo os oito chakras, mais o Sahasrara chakra, trabalhando como um todo.
Podemos até mesmo relacionar com os oito trigramas do I Ching e quando
multiplicados por si em 64 possibilidades do Tao. Isto pode criar um ciclo
completo por relacionar-se com a dupla Árvore da Vida (32 x 2).
Pode também ser entendido
que em qualquer organismo há dezesseis aspectos sexuais, físicos e etéricos.
Portanto, em qualquer ato de união sexual há trinta e dois segmentos
vivos, uma dupla Árvore da Vida sexual. Quando estes Marmas são
relacionados aos 16 Kalas ou secreções isso pode ser ainda melhor
entendido. O ciclo formado pelos hexagramas do I Ching é interessante, pois
a alquimia sexual chinesa é uma das mais intactas tradições sobreviventes
do Tantra.
Ajna Chakra | Hexagrama Li | Sol e Sol |
Centro Qoph
|
Hexagrama Khan | Lua e Lua |
Visuddha Chakra
|
Trigrama Sun | Ar e Ar |
Palmas Li e Khan
|
Reflete Ajna/Qoph | |
Órgãos Sexuais
Quian / Kun Falo / Vagina
|
Hexagrama Tui | Água de Água |
Ânus | Hexagrama Gen | Terra de Terra |
Ponto Bindu | Hexagrama Zhen | Fogo de Fogo |
Em consideração às
diversas maneiras de intitular os Hexagramas, a lista seguinte guiará o
estudante que procura explorar mais profundamente. A pronúncia em parênteses
é uma alternativa de pronúncia por causa dos dialetos chineses.
Li | Hexagrama 30 | Tiphareth |
Kan (Khan) | Hexagrama 29 | Yesod |
Sun
|
Hexagrama 57 | Daath |
Quian (Qian) | Hexagrama 1 | Kether |
Kun (Khwn) | Hexagrama 2 | Malkuth |
Tui (Dui)
|
Hexagrama 58 | Chesed |
Gen (Ken) | Hexagrama 52 | Netzach |
Zhen (Ch'en) | Hexagrama 51 | Geburah |
Tabela de Marmas
Psicossexuais
1. Ajna chakra (Vontade) | Ayin 70 | Olho de Shiva |
2. Nuca | Qoph 100 | Origem da Força Sexual |
3. Visuddha chakra | Ayin/Qoph 170 | Logos Manifesto |
A união de Ayin e qoph criam
a energia de 170 no Visuddha, este é o poder para criar os 'Nephilim' ou
Gigantes Rebentos da Vontade, formações do Eu puro ativado por meios
sexuais e manifesto através do poder da 'palavra' mágika (Logos).
4. Palmas das Mãos | Kaph 20 |
cada Ativadores das
Zonas Sexuais
|
5. Órgãos Sexuais | Ayin 70 | |
6. Região Anal | Ayin 70 | O Olho Secreto |
Ambas zonas são atribuídas
a Ayin e relacionam-se ao uso mágiko dos órgãos sexuais, frontais e
dorsais à Kundalini.
7. Ponto Bindu | Yod 10 | O Ponto de Foco |
Aqueles interessado em
exploração mais detalhada do ciclo psicossexual podem querer estudar as
correspondências na página 40. Elas estão baseadas numa tabulação de
Crowley e oferecem algumas introspecções (insights) interessantes sobre o
ciclo sexual e sua relação às Sephiroth.
A partir destes ciclos, vamos
perceber que a Árvore da Vida é um ciclo vivente de essência e, portanto,
os Caminhos ou pontos conectores também devem representar fluxos de energia
ou secreções dentro do organismo. O estudo seguinte dos pontos conectores
como secreções do organismo vivo deve se lido em conjunto com as descrições
dos Caminhos como letras hebraicas e arcanos do Tarot, encontrados em
sistemas da Qabbalah tradicional e outros sistemas de atribuição.
OS CAMINHOS CONECTORES NA
ÁRVORE DA VIDA COMO SECREÇÕES
O padrão de Tarot formado
pela Árvore da Vida humana é uma parte intrincada da Qabbalah esotérica
do Novo Aeon. Entre as Sephiroth vivas do corpo estão vários caminhos
conectores ou emanações que transmitem as secreções dos reinos
trans-Kether de Ain para o organismo.
Estas emanações realizam a
transformação gradual do corpo e da mente e podem ser entendidas duma
maneira peculiarmente tântrica com as atribuições mais tradicionais sendo
comparadas e manipuladas de acordo com o engenho do próprio mago.
A décima primeira secreção
é aquela do Espírito Santo. O Santo intoxicado é simbolizado pela respiração
cósmica e pela águia de duas cabeças. É associado com o trigésimo
terceiro grau da maçonaria e tem uma conexão Elemental com Akasha. O Ovo
Negro ou chama desta secreção pode também se relacionar a Sebek, o senhor
crocodilo e a manifestação de Set.
A décima segunda secreção
é aquela do Mestre de Maya e é governada por Hermes ou Mercúrio. Ele é o
senhor do Falo e entende o segredo dos polos opostos, a Pomba e a Serpente
e da Casa de Deus (Beth). Seus poderes dualistas são a magia polarizada e
apolar e ele controla todas as formas de transmissão de energia.
A décima terceira secreção
é aquela da Alta Sacerdotisa Lunar, a Deusa tripla em seu estado virginal
ou adormecido, a Ísis dormente, Artemís e Donzela. Ela é a essência e
transmite os Kalas de Plutão através das areias de Urano.
A décima quarta secreção
é a Grande Mãe, a porta pela qual a manifestação é alcançada, ela é a
governante da magia polarizada e é representada na Alquimia Sexual pelo
elemento do Sal. Seu domínio planetário é Vênus, que é finalmente
transcendido em Sirius, portanto, ela é Daleth, a ligação entre os
mundos.
A décima quinta secreção
é altamente importante no Novo Aeon devido à injunção do Livro da Lei de
transferir os títulos do Imperador e da Estrela. Esta secreção é agora a
Estrela de Aquário, as secreções fluidas da Deusa que transforma o humano
(Tiphareth) em Besta (Chokmah). A estrela representa a fórmula do Khabs no
Khu, onde a essência do espaço infinito é encontrada dentro das secreções
do organismo.
A décima sexta secreção é
aquela do Alto Sacerdote dentro do culto do Humano Superior, tipificado por
Touro. Nos velhos cultos a besta era exterminada como sacrifício, hoje, o
uso do instinto animal alcança seu estágio mais alto de consciência.
O Touro traz a força da
Besta 666 para a manifestação como o divino rei de Júpiter. O número
dezesseis também significa a secreção ou Kala secreto, que é o acúmulo
dos quinze Kalas anteriores, que vieram ao seu clímax dentro da Estrela
(Kala quinze) e manifestaram-se no vórtice do décimo sexto Kala, o Humano
Superior.
A décima sétima secreção
complementa e balanceia a da estrela da décima quinta e é usada pelo
Humano Superior da décima sexta. A décima sétima secreção é a dos gêmeos,
governantes duais de Zain, Hórus e Set. Portanto, nesta combinação de
secreções nós começamos a ver a estrutura do sistema do Novo Aeon.
A décima terceira, décima
quarta e décima quinta secreções são a Deusa Tripla que é Virgem,
Prostituta e Mãe Sagradas. A décima sexta secreção é o Humano Superior,
Taurus, o Touro da Deusa, cuja forma externa é Hórus e cuja Vontade
Verdadeira é Set e isso é novamente reafirmado nos Gêmeos da décima sétima
secreção.
Quando olhamos profundamente
nos Mistérios destas secreções, vemos que Osíris era simplesmente uma
forma mais antiga de Hórus. Portanto, Hórus era tanto o consorte quanto a
criança de Isis. Enquanto Set é Vontade Verdadeira de ambos, cuja
mensagem não será plenamente compreendida até que a mensagem de Maat seja
anunciada em conjunto.
Portanto, os gêmeos não são
apenas Hórus e Set, mas Set e Maat.
"Pois duas coisas são
feitas e uma terceira é começada. Ísis e Osíris estão dados a incesto e
adultério. Hórus salta do seio de sua mãe com três braços. Harpócrates,
seu gêmeo, está oculto dentro dele. SET é seu pacto sagrado, que deve
mostrar-se no grande dia de M.A.A.T. (cujo nome é verdade)."
Liber A'Ash vel Capricorni
Pneumatici, de Aleister Crowley
A décima oitava secreção
é o impulso criativo e sexual do Mestre, balanceia o Humano Superior da décima
sexta, representando a força de Câncer ou Cheth. Câncer é o caranguejo e
é usado para simbolizar o caminho tântrico de Viparita Karani, indo para
trás ou de lado (reversão dos sentidos) para atingir uma finalidade mágika.
A décima nona secreção é
a Luxúria do Leão, que representa a semente da serpente que ativa a porta
de Daleth da Sacerdotisa. É atribuída a Teth, a serpente fálica.
A combinação de Daleth e da
Semente da Serpente forma o Espermatozoon ou Elixir Sexual : O Ermitão de
Virgem.
A vigésima secreção é o
Espermatozoon ou Eu Sexual do Ermitão, ele é o Rebento da Vontade; o Eu
Verdadeiro que é formado pela união das formas opostas da psique e do
corpo, Babalon e a Besta.
A vigésima primeira secreção
é o Senhor do Karma, o Ermitão que foi formado pela Besta e por Babalon e
está trabalhando na iniciação do Humano Superior. Ele aprende a superar a
onda de recorrência eterna presente na roda eterna.
A vigésima segunda secreção
é a de Libra, ajuste através da evolução do Eu além da recorrência
eterna, via Magia Sexual. O Mago alinha a realidade com a iniciação pela
qual ele está passando, sendo que esta ação detona a experiência do
arcano do Enforcado.
A vigésima terceira secreção
é a iniciação das Secreções Sexuais. O Mago cai no inconsciente através
dos processos da Magia Sexual e começa a retificar o que está contido
dentro de seus limites. Um dos métodos para se atingir isto está na próxima
secreção.
A décima quarta secreção
é Escorpião. Representa o orgasmo como uma "pequena morte". Sua
lição é o uso do orgasmo para programar a psique e a invocação do
excesso sexual para experienciar os limites da mente e do corpo.
A décima quinta secreção
representa o uso da paixão animal para atingir um estado de Androginia.
Esta imagem é representada como o Sagitário ou Baphomet e conforme a paixão
aumenta, transforma o mago em experiências das Secreções do Bode.
A vigésima sexta secreção
é a de Capricórnio, o Bode. Representa o uso de forte paixão animal para
quebrar a ilusão (tipificada pela imagem do diabo) e transformá-la em
Vontade pura. O produto disto é a manifestação do poder da projeção
sexual como visto na próxima secreção.
A vigésima sétima secreção
é a do uso do Falo como ferramenta de projeção. É atribuído a Marte,
mas não num aspecto negativo, representa o jato de sêmen, criando estrelas
e imagens através da programação do orgasmo. Também representa a ativação
da Kundalini e sua ascensão pela torre ou coluna vertebral, detonadas pelas
práticas Delta.
A vigésima oitava secreção
é atribuída ao Imperador e a Áries. Tem diversas aplicações, uma das
quais é o uso da tintura Vermelha, isto é, as secreções menstruais de
uma Maga. Pode também se relacionar ao uso de paixão excessiva ou luxúria
extrema para superar barreiras e limites e atingir o frenesi orgásmico da
Torre.
A vigésima nona secreção
é a da Lua. Está sob o governo de Qoph e portanto nossa discussão prévia
de Qoph deve ser considerada. É uma passagem especial conectada ao instinto
e, às vezes, até mesmo à transformação licantrópica.
A trigésima secreção é a
do Sol, sendo o poder da aspiração e dos ideais que influenciam o fluxo da
energia sexual. Deve ser entendida em conjunto com a informação já
discutida a respeito do Ajna chakra. O produto da qual é visto no Logos ou
palavra da trigésima primeira chave.
A trigésima primeira secreção
é o Aeon, o arauto da Nova corrente. A mensagem do fluxo interno de
Aeon-Kalas trabalhando em conjunto com a eternidade da progressão temporal.
Seu número é 31 e reflete a mensagem do Livro da Lei (LIber AL ou 31),
enquanto que seu reverso é treze, a Sacerdotisa da Estrela de Prata.
A trigésima segunda secreção
é a da Manifestação. Tau em extensão, seu número é 440, secreções
movendo-se para a plena materialização. É tanto o primeiro passo nos Mistérios
ou a manifestação do Humano Superior na Terra. Tau é o sigilo do Deus Set
e o ciclo está completado.
Notas sobre os Caminhos como
Secreções
As secreções da Árvore da
Vida biológica reúnem os vários métodos de interpretação a respeito
dos Caminhos. Quando unidos, eles criam um fluxo em forma de Mandala.
Há várias fontes para
informação avançada : os vários livros de Kenneth Grant, tais como
"Cults of the Shadows", Cultos das Sombras, (Muller, 1975),
entretanto, cegueiras deliberadas em muitas de suas interpretações são
infelizes.
Para ajudar na organização
destes conceitos em um sistema coerente, a seguinte tabela dos Caminhos das
Secreções é feita para a exploração.
SUMÁRIOS DOS CAMINHOS COMO
SECREÇÕES
11. Espírito Santo
|
Santo Intoxicado |
12. Chaos | Pomba e Serpente |
13. Alta Sacerdotisa | Deusa Dormente |
14. Babalon | Deusa Sexual |
15. Estrela | Mãe do Espaço |
16. Homus superioris | Kala Secreto, Alto Sacerdote |
17. Gêmeos | Set e Maat |
18. Impulso Criativo | Princípio da Reversão |
19. Semente da Serpente | Impregnação de Babalon |
20. Espermatozoon | Ermitão como Criança Cósmica |
21. Senhor do Karma | Controle da Realidade |
22. Fuga | Livrando-se do ciclo terrestre |
23. Iniciação | Explorando o Inconsciente |
24. Orgasmo | Thanatos absorvido em Eros |
25. Baphomet | Androginia |
26. Capricórnio | Exploração |
27. Projeção Fálica | Paixão animal destrói a Ilusão |
28. Tintura Vermelha | Excesso de paixão |
29. Lua | Originador sexual |
30. Sol | Ajna chakra |
31. Aeon | Mensagem como Logos |
32. Sigilo de Set | Manifestação ou começo. |
Combinações Especiais Válidas
de Atenção
13, 14 e 15 : Tripla Deusa
que é estimulada por
16, Alto Sacerdote : Quem
ativa a décima sexta e
17, os Gêmeos manifestos na
dualidade de Set e Maat, impulso criativo interno e externo (18, 19).
14, Babalon, que dá
nascimento ao Rebento do Eu,
20, o Ermitão : as iniciações
de quem compreende os caminhos
21 a 26, resultando na união
de Ajna e Qoph (29, 30)
31, a declaração do Novo
Aeon e
32, a Manifestação do Novo
Aeon.
O Simbolismo da Mandala
Um dos mais antigos métodos
de simbolizar o ciclo dos Kalas é encontrado na Mandala, esta joia visual,
que embora desenhada em duas dimensões é na verdade de caráter
tridimensional. Embora nem sempre desenhada, magos avançados podem formá-la
mentalmente. Mandalas tendem a ser circulares em forma, focalizadas num
ponto central. Normalmente são povoadas por imagens de Deuses, Deusas e Espíritos
dos mais diversos e são símbolos do circuito psicossexual.
A mandalas mais antigas são
encontradas nas escolas tântricas e delineiam os ensinamentos sexuais com
simplicidade. Um exemplo clássico é encontrado no Shri-Yantra. O
Shri-Yantra é baseado num triângulo invertido, no centro do qual há um
ponto representando o Sêmen. O triângulo em si é a vulva. Está contido
em um triângulo de apontado para cima, que representa o Falo. Novamente
este é cercado por um triângulo apontado para baixo, que é cercado por um
triângulo apontado para cima, até completarem-se nove triângulos no
desenho, normalmente, sugerindo a interação da vulva e do falo no coito. A
borda externa é coberta por imagens de lótus e outras flores para criar
uma proteção em torno da atividade ali contida.
A mandala das artes
exemplificadas pelas figuras do Bon tibetano é normalmente criada de várias
zonas. São ocupadas por Senhores do Submundo, esqueletos, demônios, cenas
tétricas e amostras de cópula. Há muito em comum com as mandalas da adoração
de Kali, que usam a representação do sexo e da morte para alcançar a
catarse de Eros e Thanatos.
A importância da mandala é
ofato de que é uma máquina oculta, um aparato vivo que pode ser usado para
trabalhar as várias facetas do circuito psico-sexual de essência. As
formas da mandala podem variar de trabalho para trabalho...em trabalhos mais
obscuros, as mandalas do Tibet e do culto de Kali podem ser usadas, enquanto
trabalhos com os Antigos (estilo do Necronomicon) podem apresentar melhores
resultados com Mandalas Trapezóides das tradições necromânticas germânicas.
As mandalas são representações
vivas do processo da magia, elas são bem sucedidas por sua mensagem afundar
rapidamente no inconsciente, perdendo a maior parte do mediador consciente e
alcançando seu objetivo sem impedimento. No ocidente, as mandalas
sobrevivem na forma do círculo sagrado, do disco, do anel e até mesmo no
Ouroborus Cósmico, que está sempre balançando sua própria cauda (Falo).
Na prática, a mandala é de
significância por trazer juntas as várias facetas de um dado ciclo e
transmiti-las profundamente ao inconsciente. Ao contemplar um trabalho, crie
uma mandala, antiga ou moderna, para sintetizar os trabalhos e então,
usando técnicas meditativas, programe o inconsciente antes do trabalho,
otimizando a qualidade e o poder do ritual.
Conclusão
Para concluir este capítulo,
deixaremos você com um poema de um mestre do tantra moderno, Dadaji, de
suas séries póstumas :
"Na alquimia da yôga
iluminadora, a servidão se rompe mas a alma sobrevive ao fogo.
Neste caminho nós exterminamos obstruções e vemos o vazio do desejo
mundano.
Este é o caminho que você fez, não há volta,
remorso ou lágrimas, mesmo se pesadas como a chuva, não mais têm
significado agora e você deve encarar a semente plantada, renascida mais
uma vez.
Em beatitude e alegria de profunda 'possessão de si mesmo' (samadhi), ainda
que nada procure, é apenas serenidade.
Então virá a realização suprema, que você é uma alma e que sempre
esteve livre."
Fonte de Pesquisa: Edson Bini, Magia Sexual - Editora Ícone - São Paulo,1994.
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