Fizemos referência à repartição das Sephiroth nos Quatro Mundos
dos Cabalistas, pois esse é um dos métodos de classificação mais
empregados no pensamento cabalístico, sendo de enorme valor para o
estudo da evolução. Devemos lembrar, contudo, que o fato de um autor
classifìcar uma coisa segundo um determinado sistema não implica que
outro autor não possa classifica-lo adequadamente de acordo com outro
sistema. O ressurgimento do mesmo símbolo numa Esfera diferente concede,
amiúde, indícios muito valiosos.
Segundo outro método de
classificação, as Dez Sephiroth Sagradas figuram em cada Mundo
Cabalístico num outro arco ou nível de manifestação; assim como Ain Soph
Aur, a Luz Ilimitada do Imanifesto, concentra um ponto, que é Kether, a
as emanações operam em sentido descendente, através de graus
progressivamente maiores de intensidade, até alcançar em Malkuth; assim
Malkuth, em Atziluth, dá origem a Kether de Briah, a assim
consecutivamente através dos planos, o Malkuth em Briah dando origem a
Kether de Assiah, e o Malkuth de Assiah, em seu aspecto inferior,
confinando com as Qliphoth.
É Atziluth, contudo, que passa por ser
a esfera natural das Sephiroth como tais, e é por essa razão que recebe
o nome de Mundo das Emanações. É aqui, a somente aqui, que Deus age
diretamente a não por meio de Seus ministros. Em Briah, Ele opera
através da mediação dos Arcanjos; em Yetzirah, através das Ordens
Angélicas; a em Assiah, através desses centros que chamei de Chakras Cósmicos - os planetas, elementos a signos do Zodíaco.
Temos, então, nesses quatro grupos de símbolos, um sistema completo de
notação, com o qual podemos expressar o modo de funcionamento de qualquer poder em qualquer nível, a esse sistema de notação é a base da Magia
Cerimonial com seus Nomes de Poder, e também da Magia Talismânica e do
sistema divinatório do Tarô. É por essa razão que não se pode alterar
uma única letra dos "bárbaros nomes de evocação", pois esses nomes são
fórmulas baseadas no alfabeto hebraico, que é a língua sagrada do
Ocidente, assim como o sânscrito é a língua sagrada do Oriente. No
hebraico, além disso, cada letra é também um número, de modo que os
Nomes são fórmulas numéricas; um intrincado sistema de matemática
metafísica, chamado Gematria, baseia-se nesse princípio. Há aspectos da
Gematria que eu, pelo menos no meu presente estágio de conhecimento,
considero degradados ou inúteis, posto que se baseiam antes na
superstição, mas a idéia básica do sistema de matemática cósmica encerra
indubitavelmente grandes verdades e apresenta inúmeras possibilidades.
Utilizando esse sistema, podemos desenredar as relações de todos os
modos dos fatores cósmicos, mas para isso devemos conhecer a grafia
hebraica correta dos Nomes de Poder, pois esses Nomes foram formulados
de acordo com os princípios da Gematria e, por conseguinte, a Gematria
lhes fornece a chave. Mas, por mais fascinante que seja esse aspecto de
nosso tema, não podemos dele nos ocupar agora.
No Mundo
Arquetípico de Atziluth, conferem-se dez formas do Nome divino às Dez
Sephiroth. Todo aquele que tenha lido a Bíblia terá observado que Deus é
referido sob diversos títulos, tais como Senhor Deus, Pai a diversos
outros Nomes. Esses Nomes não são estratagemas literários para evitar
repetições desnecessárias, mas termos metafísicos exatos, e, de acordo
com o Nome utilizado, podemos conhecer o aspecto da força divina em
questão e o plano em que está operando.
No Mundo de Briah, são os
poderosos Arcanjos que executam os mandatos de Deus a lhes são
expressão, a conferem-se às Esferas Sephiróticas da Árvore nesse Mundo
os Nomes desses dez poderosos espíritos.
Em Yetzirah, acham-se os
inumeráveis coros angélicos, que executam os mandamentos divinos; a
esses coros são também atribuídos às Esferas Sephiróticas,
permitindo-nos conhecer-lhes o modo e o nível de funcionamento.
Em
Assiah, como já observamos, certos centros naturais de força têm
correspondências similares. Consideraremos todas as associações quando
estudarmos as Sephiroth em detalhes.
Na transposição simbólica das
Dez Sephiroth Sagradas em Quatro Mundos, há outro importante conjunto
de fatores a considerar. Trata-se das quatro escalas coloridas
classificadas por Crowley como a escala do Rei, atribuída ao Mundo
Atzilútico; a escala da Rainha, atribuída ao Mundo Briático; a escala do
Imperador, atribuída ao Mundo Yetzirático; e a escala da Imperatriz,
atribuída ao Mundo Assiático.
Essa classificação quádrupla é
extremamente significativa, tanto para os assuntos cabalísticos como
para a Magia ocidental, que se baseia largamente na Cabala. Afirma-se
que ela está sob o governo das Quatro Letras do Tetragrammaton, o Nome
Sagrado popularmente traduzido como Jeová.
Em hebraico, que não tem
vogais em seu alfabeto, essa palavra é grafada JHVH, ou, de acordo com
os nomes hebraicos dessas letras, Yod, Hé, Vau, Hé. As vogais são
indicadas em hebraico por pontos inseridos dentro ou sob as letras
quadradas da escrita, que se faz da direita para a esquerda. Esses
pontos vocálicos foram introduzidos em data relativamente recente, a os
manuscritos hebraicos mais antigos não apresentam os sinais das vogais,
de modo que o leitor não pode determinar a pronúncia de nenhum nome por
si mesmo, precisando recorrer a alguém que a conheça. A verdadeira
pronúncia mística do Tetragrammaton constitui um dos arcanos dos
Mistérios.
Todas as classificações místicas quádruplas referem-se
às Quatro Letras do Nome e, por meio de suas correspondências, podemos
traçar-lhes as possíveis vinculações, a estas são muito importantes para
o ocultismo prático, como veremos mais adiante.
Quatro
importantes divisões quádruplas são referidas ao Tetragrammaton, o que
nos permite observar-lhes as relações mútuas. São elas os Quatro Mundos
dos cabalistas; os quatro elementos dos alquimistas; a classificação
quaternária dos signos do Zodíaco a dos planetas em triplicidade,
empregadas pelos astrólogos; a os quatro naipes das lâminas do Tarô,
empregadas na adivinhação. Essa classificação quádrupla assemelha-se à
Pedra de Rosetta, que deu a chave dos hieróglifos egípcios. Essa pedra
apresentava inscrições em egípcio a grego; como o grego era conhecido,
foi possível estabelecer o sentido dos hieróglifos egípcios. É o método
de dispor todos esses grupos de fatores na Árvore que dá a pista
esotérica real a cada um desses sistemas de ocultismo prático. Sem essa
chave, eles não têm nenhuma base filosófica a tomam-se assuntos de
mistificação a superstição. É por essa razão que o iniciado ocultista
nada terá a fazer com o "tirador de sorte" não iniciado, pois ele sabe
que, na falta dessa chave, seu sistema não tem valor. Daí a vital
importância da Árvore no ocultismo ocidental, Ela é nossa base, nosso
sistema métrico a nosso manual de instruções.
Para compreender
uma Sephirah, precisamos, portanto, conhecer, em primeiro-lugar, as suas
correspondências primárias nos Quatro Mundos; em segundo lugar, as suas
correspondências secundárias nos quatro sistemas de ocultismo prático
acima mencionados; e, em terceiro lugar, todas as outras
correspondências que possamos, por qualquer meio, reunir, para que o
concurso de muitos testemunhos possa revelar a verdade. Essa reunião de
correspondências poderá revelar-se uma tarefa infindável, pois o cosmo,
em todos os seus planos, apresenta infinitas correspondências. Se
formos bons estudantes da ciência oculta, aumentaremos continuamente
nossos conhecimentos. Não poderíamos encontrar comparação melhor para
essa tarefa do que o sistema de arquivos.
Mas devemos novamente
recordar ao leitor que a Cabala é tanto um método de utilizar a mente
quanto um sistema de conhecimento. Se temos o conhecimento sem ter
adquirido a técnica cabalística de meditação, o conhecimento terá pouco
valor para nós. Poderíamos até mesmo afirmar que não poderemos adquirir
grande grau de conhecimento se não tivermos o domínio dessa técnica
mental. Não é com a mente consciente que a Árvore trabalha, mas sim com a
mente subconsciente, pois o método lógico da Cabala é o método lógico
da associação de sonhos; mas, no caso da Cabala, quem sonha é a
subconsciência racial, a alma coletiva das pessoas, o espírito da Terra.
Ao se comunicar com essa alma da Terra, o adepto penetra, pela
meditação, nos símbolos prescritos. Nisso reside a verdadeira
importância da Árvore a de suas correspondências.
O mais elevado
dos Quatro Mundos, Atziluth, o plano da Divindade Pura, recebe dos
cabalistas o título de Mundo Arquetípico, e, na tradução algo canhestra
de MacGregor Mathers, o de Mundo Intelectual, mas este último termo é
equívoco. O Mundo de Atziluth só seria intelectual se tomássemos a
palavra intelectual como referência à mente, ao intelecto racional, na
medida em que se trata aqui do reino das idéias arquetípicas. Mas essas
idéias são totalmente abstratas, concebidas por uma função de
consciência que está absolutamente fora do âmbito da mente tal como a
conhecemos. Portanto, chamar esse nível de Mundo Intelectual é trazer
confusão ao leitor, a menos que deixemos bem claro que por intelecto
compreendemos algo completamente diferente do sentido dicionarizado
desse vocábulo, mas esse é um meio pobre de expressar nossas idéias.
Seria preferível cunhar um novo termo com um sentido preciso a utilizar
um termo antigo num sentido enganoso, especialmente quando, no caso de
Atziluth, há um excelente termo já corrente, o termo Arquetípico, que o
descreve com exatidão.
Dizem os cabalistas que o Mundo Atzilútico está sob o governo da
letra Yod do Nome Sagrado do Tetragrammaton. Podemos, portanto, deduzir
corretamente que qualquer outro sistema quádruplo governado por Yod referir-se-á ao Mundo Atzilútico, ou ao aspecto puramente espiritual dessa
força ou tema. Entre outras associações dadas por diferentes
autoridades, estão o naipe de paus das cartas do Tarô e o elemento Fogo.
Quem quer que tenha algum comentário dos assuntos ocultos poderá
corroborar a afirmação de que o conhecimento do elemento ao qual um
símbolo é atribuído subministra muitos outros conhecimentos paralelos. O
símbolo abrindo em primeiro lugar todas as ramificações da Astrologia, e
podemos traçar-lhe as afinidades astrológicas por meio das
triplicidades do Zodíaco a dos planetas que lhes correspondem.
Conhecendo as associações zodiacais a planetárias, podemos explorar o
simbolismo correlato de qualquer panteão, pois todos os deuses e deusas
de todos os sistemas que a mente humana inventou têm associações
astrológicas. As histórias de suas aventuras são, na verdade, parábolas
das operações das forças cósmicas. Jamais poderíamos descobrir nosso
caminho nesse labirinto de símbolos se não dispuséssemos de um guia a
para encontrá-lo precisamos apenas amarrar a cadeia de relações na
Sephirah que lhe corresponde.
Todos os sistemas de pensamento
esotérico, assim como todas as teologias populares, atribuem a
construção e o governo das diferentes partes do universo manifesto à
mediação de seres inteligentes que trabalham sob a instrução das
Divindades. O pensamento moderno tentou escapar das implicações desse
conceito, reduzindo a manifestação a um assunto de mecânica; não o
conseguiu, a parece não estar muito longe a ocasião em ,que ela própria
chegará a perceber que é a mente que está na raiz da forma.
Os
conceitos da Sabedoria Antiga podem ser rudes do ponto de vista da
filosofia moderna, mas somos forçados a admitir que a força causativa
atrás da manifestação é afim, em sua natureza, antes à mente do que à
matéria. Dar um passo à frente a personificar os diferentes tipos de
força é uma analogia legítima, desde que compreendamos que a entidade
que é a alma da força pode diferir bastante em espécie a grau de nossas
mentes, assim como nossos corpos diferem em tipo a escala dos corpos dos
planetas. Estaremos mais perto de uma compreensão da natureza se
contemplarmos a mente no plano de fundo do que se recusarmos a admitir
que o universo visível tem uma estrutura invisível. O éter dos físicos
tem muito mais afinidade com a mente do que com a matéria; tempo e
espaço, tal como os entende o filósofo moderno, são antes modos de
consciência do que medidas lineares.
Os iniciados da Sabedoria
Antiga não fossilizaram sua filosofia; eles tomaram cada fator da
Natureza e o personificaram, deram-lhe um nome a edificaram uma figura
simbólica para representá-la, assim como os artistas ingleses produziram
por seus esforços coletivos uma Grã-Bretanha padrão - a Brittania -
uma figura feminina com um brasão, com o pavilhão militar, um leão aos
seus pés, um tridente na mão, um elmo na cabeça e o mar ao fundo.
Analisando essa figura como o faríamos com um símbolo cabalístico,
compreendemos que cada um desses símbolos individuais do complexo
hieróglifo tem um significado. As várias cruzes que constituem o
pavilhão militar referem-se às quatro raças do Reino Unido. O elmo é o
de Minerva, o tridente é o de Netuno; aqui precisaríamos de um capítulo
especial para elucidar o simbolismo do leão. Na verdade, um hieróglifo
oculto apresenta muitas afinidades com um brasão de arenas, e a pessoa
que constrói um Hieróglifo opera da mesma forma que um heraldista que
desenha um brasão. Na heráldica, todo símbolo teen um sentido exato,
combinando-se com outros no brasão de armas para representar a família a
os parentescos do homem que o ostenta a para falar-nos de sua posição
na vida. Uma figura mágica é o brasão de armas da força que representa.
Construímos essas figuras mágicas para representar os diferentes modos
de manifestação da força cósmica, em seus diferentes tipos a em seus
diferentes níveis. Por serem figuras exatas, o iniciado pensa nelas como
pessoas, sem se preocupar com seus fundamentos metafísicos.
Conseqüentemente, para os propósitos da prática, elas são pessoas, pois
seja o que possam ser na verdade, elas sofreram um processo de
personalização, a as formas mentais foram construídas no plano astral
para representá-las. Essas formas, por estarem carregadas de força, têm a
natureza dos elementais artificiais; mas, sendo cósmica a força com que
foram carregadas, elas são algo totalmente diferente do que aquilo que
entendemos comumente como elementais artificiais, a por isso as
atribuímos ao reino angélico a as chamamos de anjos ou arcanjos, de
acordo com o seu grau. Um ser angélico, portanto, pode ser definido como
uma força cósmica cujo veículo aparente de manifestação à consciência
psíquica é uma forma construída pela imaginação humana. No ocultismo
prático, essas formas são construídas com grande cuidado, prestando-se
absoluta atenção aos detalhes do simbolismo, pois elas visam evocar a
força requerida; todo aquele que teve a oportunidade de utilizá-las
concordará em que elas são peculiarmente eficazes para os propósitos
para os quais foram planejadas. Mantendo a imagem mágica na mente e
vibrando o Nome que se lhe atribui tradicionalmente, podemos obter
fenômenos notáveis.
Como já observamos anteriormente, a
utilização da técnica mental cabalística é necessária se desejamos obter
resultados da Cabala; a formulação da imagem e a vibração do Nome têm
por objetivo estabelecer um contato entre o estudante a as forças que
correspondem às Esferas da Árvore. Ao entrar em contato com esse meio, a
consciência do estudante se ilumina e a sua natureza obtém a energia
fornecida pela força contatada, resultando desse processo as notáveis
iluminações originadas da contemplação dos símbolos. Essas iluminações
não são uma torrente generalizada de luz, como no caso da mística
cristã, mas uma energização a uma iluminação específica de acordo com a
Esfera aberta; Hod confere a compreensão das ciências; Yesod, a
compreensão da força vital a de seu comportamento cíclico. Quando
entramos em contato com Hod, enchemo-nos de entusiasmo a energia para a
pesquisa; em contato com Yesod, penetramos mais profundamente na
consciência psíquica a tocamos as forças vitais ocultas da Terra a de
nossas próprias naturezas. Só a experiência pode corroborar o que
dizemos; aqueles que utilizaram o método sabem muito bem o que este lhes
proporcionou. Enquanto método empírico, o sistema produz resultados,
quaisquer que sejam os seus fundamentos racionais.
Se desejamos
estudar uma Sephirah - em outras palavras, se desejamos investigar o
aspecto da natureza ao qual ela se refere -, não devemos estudá-la
apenas intelectualmente a nela meditar, mas precisamos entrar em contato
psíquico a intuitivo com sua influência a com sua Esfera. Para
realizarmos essa tarefa, começamos sempre por cima a tentamos entrar em
contato espiritual com o aspecto da Divindade que emanou essa Esfera a
que vela se manifesta. Se isso não é feito, as forças que pertencem à
Esfera nos níveis elementais podem escapar a provocar problemas.
Começando sob a proteção do Nome divino, contudo, nenhum mal pode
acontecer.
Tendo adorado o Criador e o Sustentador de Tudo sob o
Seu Nome Sagrado na Esfera que estamos investigando, invocamos em
seguida o Arcanjo da Esfera, o poderoso ser espiritual no qual
personificamos as forças que edificaram esse nível de evolução a que
continuam a operar no aspecto correspondente da Natureza. Solicitamos a
bênção do Arcanjo, a suplicamos-lhe que ordene à Ordem de Anjos afeta a
essa Esfera que nos auxilie amistosamente no reino da natureza que lhe
está afeto. Assim que o fizermos, estaremos perfeitamente sintonizados
com a nota da Esfera que estamos investigando, a estaremos prontos para
seguir as ramificações das correspondências dessa Sephirah a de seus
símbolos cognatos.
Se procedermos dessa maneira, descobriremos
que as cadeias de associações são muito mais ricas em simbolismo do que
poderíamos imaginar, pois a mente subconsciente foi despertada, abrindo
uma de suas múltiplas câmaras de imagens, com a exclusão de todas as
outras. As cadeias. de associações que surgem na consciência devem,
pois, estar livres de qualquer mistura de idéias estranhas.
Em
primeiro lugar, revemos em nossas mentes todos os símbolos possíveis que
podemos recordar e, quando estes se apresentam à consciência, tentamos
determinar-lhes a importância e o papel nos segredos da Esfera
investigada. Mas não devemos fazer um esforço excessivo, pois, se nos
concentramos num símbolo e o forçamos, por assim dizer, fechamos as
machas do tênue véu que cobre a mente subconsciente. Nessas
investigações - metade meditação, metade sonho - procuramos trabalhar
nas fronteiras da consciência a da subconsciência, no intuito de induzir
aquilo que é subconsciente a cruzar o umbral e a se pôr ao nosso
alcance.
Se assim procedermos, seguindo as ramificações das
cadeias de associação, descobriremos que um fluxo intuitivo acompanha o
processo, e, após a experiência ter sido repetida duas ou três vezes,
sentiremos que conhecemos essa Sephirah de uma maneira peculiarmente
familiar, que nela nos sentimos em casa a que essa sensação é
completamente diferente da de outras Sephiroth com que ainda não
trabalhamos. Descobriremos também que algumas Sephiroth são mais afins a
nós do que outras, a que obtemos melhores resultados quando trabalhamos
com elas do que quando o fazemos com outras não-afros, onde as cadeias
de associações se quebram a as portas da subconsciência se recusam
resolutamente a abrir-se à nossa batida. Um de meus discípulos podia
realizar excelentes meditações com Binah-Saturno a Tiphareth, o
Redentor, mas não obtinha tão bons resultados com
Geburah-Severidade-Marte.
Jamais esquecerei minha própria
experiência com a primeira tentativa que fiz utilizando esse método.
Trabalhava eu no Trigésimo Segundo Caminho, o Caminho de Saturno, unindo
Malkuth a Yesod, um Caminho muito difícil a traiçoeiro. Em meu
horóscopo, Saturno não está em bom aspecto, a experimento amiúde a sua
influência adversa em minha vida. Mas, após ter conseguido trilhar o
caminho de Saturno nas trevas de cor índigo do Invisível a alcançar a
Lua da Yesod brilhando púrpura a prateada sobre o horizonte, senti que
havia recebido a iniciação de Saturno, que já não era mais meu inimigo,
mas um amigo que, embora cândido a austero, tentava proteger-me dos
erros a dos julgamentos precipitados. Compreendi sua função como
experimentador, a não como antagonista ou vingador. Compreendi que ele é
o tempo com sua ceifadeira, mas soube também por que ele era chamado em
hebraico de Shabbathai, "descanso", "pois ele concedeu seu amado sono".
Depois disso, o Trigésimo Segundo Caminho se me abriu, não apenas na
Árvore, mas na vida, pois as forças a problemas simbolizados pelo
Caminho a suas correspondências se harmonizaram em minha alma. Por esses
dois breves exemplos, podemos perceber que as meditações na Árvore
constituem um sistema muito prático a exato de desenvolvimento místico,
que é peculiarmente valioso por ser equilibrado, uma vez que nele os
diferentes aspectos de manifestação são, por assim dizer, dissecados e
operados em turnos, sem nada se esquecer. Assim que trilharmos todos os
Caminhos da Árvore, aprenderemos tanto as lições da Morte e do Demônio,
como as do Anjo a do Sumo Sacerdote.
[Imagem by Google]
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