Título: Tiphareth, Beleza. (Em hebraico, n-iNDn : Tau, Pé, Aleph, Resh, Tau.)
Imagem: Um rei majestoso. Uma criança. Um deus sacrificado.
Localização
na Árvore: No centro do Pilar do Equiliíbrio. Texto Yetzirático: O
Sexto Caminho chama-se Inteligência Mediadora, pois nele se multiplicam
os influxos das emanações, fluindo essas influências para todos os
reservatórios das bênçãos com que se unem. Títulos conferidos a
Tiphareth: Zoar Anpin, o Rosto Menor. Melekh, o Rei. Adão. O Filho. O
Homem.
NomeDivino: Tetragrammaton Aloah Va Daath. Arcanjo: Rafael.
Coro Angélico: Malachim, mensageiros. Chakra Cósmico: Shemesh, o Sol.
Experiência Espiritual: Visão da harmonia das coisas. Mistérios da crucificação.
Virtude: Devoção à Grande Obra.
Vicio : Orgulho.
Correspondência no Microcosmo: O peito. Simbolos: O lámen. A Rosa-cruz. A cruz do Calvário. A pirámide truncada. O cubo.
Cartas
do Taró: Os quatro seis: Seis de Paus: vitória; Seis de Copas: alegria;
Seis de Espadas: sucesso merecido; Seis de Ouros: sucesso material. Cor
em Atziluth : Rosa-claro. Car em Briah : Amarelo. Cor em Yetzirah:
Rosa-salmão intenso. Car em Assiah : Ambar-dourado.
1. Há três
importantes chaves para a natureza de Tiphareth. Em primeiro lugar, ela é
o centro de equilíbrio de toda a Árvore, estando no meio do Pilar
Central; em segundo lugar, é Kether num arco inferior a Yesod num arco
superior; em terceiro lugar, é o ponto de transmutação entre os planos
da força a os planos da forma. Os títulos que lhe são conferidos na
nomenclatura cabalística confirmam esses três aspectos. Do ponto de
vista de Kether, ela é uma criança; do ponto de vista de Malkuth, é um
rei; e, do ponto de vista da transmutação de força, é um deus
sacrificado.
2. Macrocosmicamente, ou seja, do ponto de vista de
Kether, Tiphareth é o equiliôrio de Chesed a Geburah; microcosmicamente,
ou seja, do ponto de vista da psicologia transcendental, é o ponto em
que os tipos de consciência característicos de Kether a Yesod são
concentrados num foco. Hod a Netzach encontram igualmente sua síntese em
Tiphareth.
3. As seis Sephiroth, de que Tiphareth é o centro, são às
vezes chamadas de Adão Cadmo, o homem arquetípico; de fato, Tiphareth
não pode ser corretamente compreendida senão como o ponto central dessas
seis esferas, que ela govema como um rei em seu domínio. São essas seis
que, para todos os propósitos práticos, constituem o reino arquetípico
que repousa atrás do reino da forma em Malkuth a domina a determina
completamente a passividade da matéria.
4. Quando temos de considerar
uma Sephirah em relação às suas vizinhas, a fim de tentar interpretá-la
à luz de sua localização na Árvore, não é possível proceder a uma
exposição inteiramente metódica a ordenada do sistema cabalístico, pois
que, se desejamos nos fazer compreendidos, devemos neeessariamente
começar por explicações parciais. Devemos, por conseguinte, adiantar
algumas explicaçóes sobre as trés Sephiroth inferiores agrupadas em tomo
de Tiphareth: Netzach, Hod a Yesod.
5. Netzach relaciona-se com as
forças da natureza a com os contatos elementais; Hod, com a magia
cerimonial a com o conhecimento oculto; e Yesod, com o psiquismo e o
duplo etéreo. Tiphareth, assistida por Geburah e Gedulah, representa a
vidência, ou o psiquismo superior da individualidade. Cada Sephirah,
naturalmente, tem seus aspectos subjetivos a objetivos - seus fatores na
psicologia a seu plano no universe.
6. As quatro Sephiroth sob
Tiphareth representam a personalidade ou o eu inferior; as quatro
Sephiroth acima de Tiphareth são a individualidade, ou o eu superior, a
Kether é a centelha divina, ou núcleo de manifestação.
7. Tiphareth,
por conseguinte, jamais deve ser encarada como um fator isolado, a sim
como um vínculo, um ponto focal, um centro de transição ou transmutação.
0 Pilar Central relaciona-se sempre com a consciência. Os dois Pilares
laterais, com os diferentes modos de operação da força nos diferentes
níveis.
8. Em Tiphareth, encontramos os ideals arquetípicos
concentrados num foco a transmutados em idéias arquetípicas. Ela é, na
verdade, o Lugar da Encarnaçao. Por essa razão, chama-se A Criança. E
porque a encamação do ideal de Deus também implica a desencarnaçáo
sacrifical, atribuem-se a Tiphareth os Mistérios da crucificação, a
todos os deuses sacrificados são colocados nessa Esfera quando se
sobrepõem os panteões à Árvore. Deus Pai é atribuído a Kether; mas Deus
Filho, pelas razões dadas acima, é atribuído a Tiphareth.
9. A
religião exotérica jamais ultrapassa Tiphareth na Árvore. Ela nada
compreende dos mistérios da criação representados pelo simbolismo de
Kether, Chokmah a Binah, ou dos modos de operação dos Anjos das Trevas e
dos da Luz representados no simbolismo de Geburah a Gedulah; nem dos
mietérios da consciência a da transmutação de força representados na
Sephirah invisível, Daath, que não tem nenhum simbolismo.
10. Em
Tiphareth, Deus se manifesta na forma a habita entre nós; isto é,
penetra no ámbito da consciência humana. Tiphareth, o Filho, "mostranos"
Kether, o Pai.
11. Para que a forma possa estabilizar-se, as forças
que a compôem devem estar equilibradas. Por conseguinte, a idéia do
Mediador, ou Redentor, é inerente a essa Sephirah. Quando a divindade,
seu próprio eu, se manifesta na forma, essa forma precisa estar
perfeitamente equilibrada. Poder-seia corretamente inverter a proposição
a dizer que, quando as forças que edificam uma forma estão
perfeitamente equilibradas, a divindade, seu próprio eu, se manifesta
nessa forma de acordo com seu tipo. Deus manifesta-se entre nós quando
as condições permitem a manifestaçâo.
12. Vindo à manifestação, nos
planos da forma, no aspecto de Criança de Tiphareth, o deus encarnado
chega à maturidade a torna-se o Redentor. Em outras palavras, tendo
obtido a encamação por meio da matéria num estado virginal, isto é,
Maria, Marah, o Mar, a Grande Mãe, Binah, a Suprema, distinta da Mãe
Inferior, Malkuth, a manifestação de Deus em desenvolvímento procura
para sempre reter o Reino de suas Sephiroth centrais num estado de
equilíbrio.
13. Quando se representa na Árvore o hieróglifo da Queda,
é interessante notar que as cabeças da Grande Serpente que provém do
Caos chegam até Daath a não a ultrapassam.
14. O Redentor, portanto,
manifesta-se em Tiphareth, a faz um esfor. ço incessante para redimir o
seu Reino, reunindo-o às Esferas Supremas através do abismo aberto pela
Queda, que separou as Sephiroth inferiores das superiores, a procurando
equilibrar as diversas forças do reino sêxtuplo.
15. Para esse fim,
sacrificam-se os deuses encarnados, morrendo pelo povo, a fim de que a
tremenda força emocional libertada por esse ato possa compensar a força
desequilibrada do Reino e, assim equilibra-lo.
16.
Essa Esfera da Árvore recebe o nome de Centro Cristológico, e é aqui que
a religião cristã tem seu ponto focal. As fés panteístas, tais como a
grega e a egípcia, centralizam-se em Yesod; a as fés metafísicas, tais
como a budista e a confucionista, visam a Kether. Mas, assim como todas
as religiões dignas do nome têm um aspecto esotérico ou místico, a um
aspecto exotérico ou panteísta, o Cristianismo, embora seja
essencialmente uma fé tipharéthica, tem seu aspecto místico centralizado
em Kether, a seu aspecto mágico, como se vê no Catolicismo popular,
centralizado em Yesod. Seu aspecto evangélico visa à concentração em
Tiphareth como Criança e Deus Sacrificado, a ignora o aspecto do Rei no
centro de seu Reino, rodeado pelas cinco Sephiroth sagradas da
manifestação.
17. Consideremos, agora, a Árvore do ponto de vista
macrocósmico, observando os diferentes arquétipos da força manifestante
que entra em ação a edifica o universo, analisando-as apenas
remotamente, do ponto de vista microcósmico, em seu aspecto psicológico,
como fatores da consciência. Mas, com Tiphareth, nosso modo de
aproximação se modifica, pois doravante as forças arquetípicas estão
encerradas em formas, a só podemos nos aproximar delas do ponto de vista
de seu efeito sobre a consciência; em outras palavras, nosso modo de
aproximação deve se fazer por meio da experiência direta dos sentidos,
embora esses sentidos não pertençam apenas ao plano físico, mas
funcionam tanto em Tiphareth como em Yesod, cada um de acordo com o tipo
que lhe corresponde. Enquanto estávamos nos níveis superiores, tivemos
de contar com a analogia metafísica a raciocinar por dedução a partir
dos primeiros princípios; estamos agora no campo legítimo da ciência
indutiva, a devemos nos submeter à sua disciplina e expressar nossas
descobertas em seus termos; mas, ao mesmo tempo, devemos manter nosso
vínculo com o transcendental através de Tiphareth; podemos fazê-to
expressando o simbolismo de Tiphareth nos termos da experiência mística.
Todas as experiências místicas do tipo em que a visão termina numa luz
cegante são atribuídas a Tiphareth, pois a dissolução da forma no
influxo opressivo da força caracteriza o modo transitório da consciência
dessa Esfera na Árvore. As visões que mantêm claramente a forma
definida são características de Yesod. As iluminações que não têm forma,
como as descritas por Plotino, dizem respeito a Kether.
18. Em
Tiphareth, reúnem-se a recebem iüterpretação as operações da magia
natural de Netzach e a magia hermética de Hod. Ambas essas operações
realizam-se em termos de forma, embora a forma predomine na operaçáo de
Hod num grau maior do que nas de Netzach. Todas as visões astrais de
Yesod devem ser traduzidas em termos de metafísica através das
experiências místicas de Tiphareth. Se essa tradução não é feita, caímos
nas alucinações, pois acreditamos que os reflexos projetados no espelho
da mente subconsciénte a traduzidas aqui em termos de consciência
cerebral são as coisas reais - de que elas são, na verdade, apenas as
representações simbólicas.
19. Kether é metafísica; Yesod é psíquica;
a Tiphareth é essencialmente mística, compreendendo-se o termo
"místico" como um modo de operação mental em que a consciência cessa de
trabalhar nas representaçôes subconscientes simbólicas, ganhando
conhecimento por meio de reações emocionais.
2
0. Os diferentes
títulos adicionais e o simbolismo atribuído às várias Sephiroth, a
especialmente os nomes divinos, dão-nos uma chave importantíssima para a
compreensão dos mistérios da Bíblia, que é essencialmente um livro
cabalístico. De acordo com a maneira pela qual a Divindade é referida,
sabemos a que Esfera da Árvore o modo particular de manifestação deve
ser referido. As referências ao Filho concernem sempre a Tiphareth; as
referências ao Pai referem-se a Kether; as referências ao Espírito Santo
referem-se a Yesod; a os mistérios mais profundos são secretos, pois o
Espírito Santo é o aspecto da Divindade que é adorado nas lojas ocultas;
a adoração das forças naturais panteístas a as operações elementais
ocorrem sob o governo de Deus Pai; e o aspecto ético a regenerativo da
religião, que é o aspecto exotérico destinado à sua época, está sob o
governo de Deus Filho em Tiphareth.
21. 0 iniciado, contudo,
transcende sua época, a visa à união dos três modos de adoração em seu
culto à Divindade enquanto trindade na unidade; o Filho redime o culto
panteísta da natureza da degradação a torna o Pai transcendental
compreensível à consciência humana, pois "aquele que Me viu viu o Pai".
22.
Tiphareth, contudo, não é apenas o centro do Deus Sacrificado, mas
também o centro do Deus Inebriador, o Dador de Iluminação. Dionísio
refere-se a esse centro, assim como Osíris, pois, como já vimos, o Pilar
Central diz respeito aos modos de consciência; e a consciência humana,
elevando-se de Yesod pelo Caminho da Flecha, recebe a iluminaçáo em
Tiphareth; por conseguinte, todos os dadores de iluminação nos Panteões
são atribuídos a Tiphareth.
23. A iluminação consiste na introdução
da mente num modo de consciência mais elevado do que aquele que é
edificado a partir da experiência sensorial. Na iluminação, a mente muda
de marcha, por assim dizer. Mas, a não ser que o novo modo de
consciência seja vinculado ao anterior a traduzido em termos de
pensamento finito, esse modo manifesta-se como um raio de luz que cega
por seu brilho. Não vemos por meio do raio de luz que brilha sobre nós,
mas por meio do reflexo desse raio, que se projeta sobre os objetos de
nossa própria dimensão. A não ser que nossas mentes possuam idéias que
possam ser iluminadas por esse modo superior de consciência, elas serão
simplesmente esmagadas e, após esse experiência cegante com um modo
superior de consciência, a escuridão será muito mais intensa para os
nossos olhos, do que o era antes. Na verdade, não mudamos exatamente de
marcha, mas deixamos o mecanismo de nossa mente como que desembreado.
Esse é, de modo geral, o significado da iluminação. Por mais breve que
seja o relâmpago, ele é suficiente para convencer-nos da realidade da
existência suprafísica, mas não para ensinar-nos algo a respeito de sua
natureza.
24. A importância do estágio de Tiphareth na experiência
mística reside no fato de que a encamação da Criança ocorre aqui; em
outras palavras, a experiência mística engendra gradualmente um corpo de
imagens que se ilnminam a se tomam visíveis quando ocorrem as
iluminaçôes.
25.0 aspecto de Criança de Tiphareth é também um aspecto
muito importante para nós no trabalho prático dos Mistérios relativos à
iluminação. Pois devemos aceitar o fato de que a Criança-Cristo não
nasceu, como Minerva, da cabeça de Deus Pai, mas começa com uma pequena
coisa, deitada humildemente entre os animais a sem mesmo ser admitida na
hospedaria com os humanos. Os primeiros raios da experiência mística
devem ser obrigatoriamente muito limitados, pois não tivemos tempo para
construir, graças à experiência, um corpo de imagens a de idéias que
possam representá-las. Precisamos de muito tempo para reunir essas
imagens a idéias às experiências transcendentais, acrescentando sua
quota e a subseqüente meditação racional que as organiza.
26. Os
místicos cometem com freqüência o erro de pensar que estão seguindo a
Estrela até o lugar do Sermão da Montanha a não à manjedoura de Belém,
onde ocorreu o nascimento. E aqui que o método da Árvore revela toda a
sua utilidade, permitindo ao transcendental expressar-se em termos de
simbolismo, a que o simbolismo se expresse em termos de metafísica,
unindo assim o psiquismo com o espiritual por meio do intelecto, e iluminando os três aspectos de nossa consciência temária.
27.
É em Tiphareth que essa tradução se faz, pois é nessa Esfera que se
reúnem as experiências místicas da consciência direta que iluminam os
símbolos psíquicos.
28. 0 Pilar Central da Árvore é essencialmente o
Pilar da Consciência, assim como os dois Pilares laterais são os Pilares
dos poderes ativos a passivos. Quando considerada microcosmicamente, ou
seja, do ponto de vista da psicologia a não da cosmologia, Kether, a
Centelha Divina em torno da qual se organiza o ser individualizado, deve
ser encarada antes como o núcleo da consciência do que como a própria
consciência. Daath, a Sephirah invisível, é também o Pilar Central,
embora, falando estritamente, ela pertença sempre a um plano diferente
daquele em que a Árvore está sendo considerada. Por exemplo, como no
momento estamos considerando a Árvore microcosmicamente, Daath seria o
ponto de contato com o macrocosmo. É só com Tiphareth que alcançamos a
consciência claramente defuvda a individualizada.
29. Tiphareth é o
ápice funcional da Segunda Tríade da Árvore, cujos dois ângulos básicos
consistem em Geburah a Gedulah (Chesed). Essa Segunda Tríade, emanando
da Primeira Tríade das Três Supremas, forma a individualidade evolutiva,
a alma espiritual. É ela que perdura a se repete através da evolução, é
dela que emanam as sucessivas personalidades, as unidades da encamação,
e é nela que a essência ativa da experiência se reabsorve ao final de
cada encarnação, quando a unidade encarnada volta ao pé a ao éter.
30.
É essa Segunda Tríade que forma a Sobrealma, o Eu Superior, o Santo
Anjo da Guarda, o Primeiro Iniciador. É essa voz desse eu superior que
com freqüência se ouve, a não a voz de entidades desencamadas, ou do
próprio Deus, como pensam aqueles que foram treinados na tradição.
31.
Ofuscada a dirigida pela Segunda Tríade, a Terceira Tríade organiza-se
através da experiência da encarnação, com Malkuth como seu veículo
físico. A consciência cerebral pertence a Malkuth, e é a única de que
dispomos enquanto estamos aprisionados em Malkuth. Mas as portas de
Malkuth náo estáo rigorosamente fechadas nos dias de hoje, a são muitos
aqueles que podem enxergar através dos estalidos da fantasmagoria do
plano astral, experimentando a consciência psíquica de Yesod. Quando
essa Esfera é alcançada, o Caminho se abre para o psiquismo superior - a
verdadeira vidência, que é característica da consciência de Tiphareth.
32.
Nossa primeira experiência do psiquismo superior, portanto, expressa-se
normalmente, no início, em termos do psiquismo inferior, pois, ao nos
livrarmos de Malkuth, contemplamos o Sol de Tiphareth da Esfera lunar de
Yesod. Por conseguinte, ouvimos vozes com o ouvido interior a vemos
visões com o olho interior, mas elas diferem da consciência psíquica
comum porque não são as representações diretas das formas astrais, mas
apresentaçôes simbólicas das coisas espirituais em termos de consciência
astral. Essa é uma função normal da mente subconsciente, e é muito
importante que seja plenamente compreendida, pois a má interpretação
desse ponto dá origem a seriíssimos problemas, podendo até mesmo
conduzir ao desequilíbrio mental.
33. Aqueles que estão
familiarizados com a terminologia cabalística sabem que a primeira das
iniciaçóes maiores consiste no poder de desfrutar do conhecimento a da
conversação de nosso Anjo da Guarda Sagrado; este, lembremos, é, na
verdade, nosso próprio eu superior. A característica desse modo superior
de operação mental não consiste em vozes nem visões, mas é consciência
pura; é uma intensificação da consciência, a dessa atividade da mente
provém um poder peculiar de compreensão a penetração que partilha da
natureza da intuição superdesenvolvida. A consciência superior nunca é
psíquica, mas intuitiva, a não contém nenhuma imagética sensorial. É
essa ausência de imagética sensorial que informa o iniciado experiente
de que ele está no nível da consciência superior.
34. Os antigos
sabiam disso, a estabeleciam uma diferença entre os métodos mântricos
que provocam os contatos ctónicos e a divina inebriação dos Mistérios.
As Mênades que dançavam no cortejo de Dionísio pertenciam a uma ordem de
iniciação totalmente diferente da ordem das pitonisas; as pitonisas
eram sensitivas a médiuns, mas as Mênades, as iniciadas dos Mistérios
Dionisíacos, experimentavam uma exaltação da consciência a uma
aceleração da vida que lhes permitiam realizar surpreendentes proezas de
força.
35. Todas as religiões dinâmicas têm seu aspecto dionisíaco;
muitos santos da religiâo cristã relataram que o Cristo Crucificado de
sua devoção lhes veio na forma do Esposo Divino; e, quando falam dessa
inebriação divina de que participaram, sua linguagem utiliza as
metáforas do amor humano como sua expressão apropriada - "Como és
adorável, minha irmã, minha esposa"; "Aturdido pelos beijos dos lábios
de Deus (. . .)". Essas coisas dizem muito para aqueles que sabem
compreendê-las.
36. 0 aspecto dionisíaco da religião representa um
fator essencial na psicologia humana, e é a má compreensáo desse fato
que, por um lado, impede a manifestação das experiências espirituais
superiores em nossa moderna civilizaçáo e, por outro, permite as
estranhas aberrações do sentimento religioso que, de tempos em tempos,
dá origem ao escândalo e à tragédia nas posiçáes mais elevadas de
movimentos religiosos bastante dinâmicos.
37. Há uma certa
concentração a exaltação emocional que possibilita as fases superiores
de consciência, a sem a qual é impossível atingi-las. As imagens do
plano astral se transformam numa emoção com a intensidade do fogo
ardente e, quando toda a escória da natureza se transforma em chamas, a
fumaça se clareia, a somos deixados com o fogo branco da consciência
pura. Pela própria natureza da mente humana, que tem o cérebro como seu
instrumento, esse fogo branco não pode durar por muito tempo; mas, no
breve espaço de sua duração, o temperamento sofre mudanças, e a própria
mente recebe novos conceitos a experimenta uma expansão que nunca se
retrai por completo. A tremenda exaltação da experiência desaparece, mas
somos deixados com uma permanente expansão da personalidade, uma
capacidade intensificada para a vida em geral a um poder de compreensão
das realidades espirituais que nunca seriam nossas se não nos
balançássemos forçosamente por sobre o grande abismo da consciência no
momento do êxtase.
38. Os líderes espirituais de hoje não têm
qualquer conhecimento da técnica da produção deliberada do êxtase a
nenhuma idéia de como dirigilo quando ocorre espontaneamente. Os
revivalistas conseguiram produzir uma forma híõrida de êxtase entre as
pessoas de pouca instrução, utilizando o magnetismo pessoal, e o valor
de um revivalista é medido por seu poder de inebriar os ouvintes. Mas as
conseqüências dessa inebriação equivalem às de qualquer outra
inebriação, e a vida parece extremamente velha, tediosa e inútil quando o
revivalista se volta para outros campos de atividade. Quando a
inebriação tem fim, o converso pensa que perdeu Deus; ninguém parece
compreender que o êxtase é um relâmpago de magnésio na consciência e
que, se fosse prolongado, queimaria o cérebro e o sistema nervoso. Mas,
embora ele não possa ser prolongado, a não se pense em prolongá-lo,
graças a ele atravessamos o centro morto da consciência a despertamos
para uma vida superior.
3
9. A técnica da Árvore oferece uma definição
precisa para essas experiências espirituais, a aqueles que são
treinados nessa técnica não tomam o despertar de sua própria consciência
superior como a voz de Deuz. Da consciência sensorial de Malkuth, por
meio do psiquismo astral de Yesod, às intuições informes e à consciência
ativada de Tiphareth, eles sobem e descem suave a habilmente, nunca
confundindo os planos ou sofrendo a sua mistura, mas concentrando-os
numa consciência centralizada.
40. Os cabalistas chamam Tiphareth de
Shemesh, ou Esfera do Sol, e é interessante notar que todas as
divindades solares são deuses curadores, e que todos os deuses curadores
são deuses solares - fato em que devemos meditar.
41. 0 Sol é o
ponto central de nossa existência. Sem o Sol não haveria o sistema
solar. A luz do Sol exerce um papel importantíssimo no metabolismo, ou
processo vital, das criaturas vivas, a toda a nutrição das plantas
verdes depende dele. Sua influência está intimamente ligada à das
vitaminas, o que é comprovado pelo fato de certas vitaminas poderem ser
utilizadas para suplementar a sua ação. Vemos, por conseguinte, que a
luz solar é um fator muito importante em nosso bem-estar; poderíamos it
mais longe e dizer que ele é essencial à nossa existência a que nossa
associação com o Sol é muito mais íntima do que compreendemos.
4
2. 0
símbolo do Sol no reino mineral é o ouro, puro a precioso, que todas as
nações concordaram em chamar de metal solar a reconhecer como metal
precioso a unidade básica de troca. O papel exercido pelo ouro na
política das nações excede bastante a sua utilidade intrínseca como
mental. 0 ouro é, ademais, a única substância na Terra que é
incorruptível a imaculável. Ele pode embaçar devido à acumulação de
impurezas em sua superfície, mas o metal em si, ao contrário da prata a
do ferro, não sofre alteração ou decomposição química. Nem a água
consegue corroê-lo.
43. 0 Sol é para nós o Dador de Vida e a fonte de
todo ser; é o único símbolo adequado de Deus Pai, que pode
apropriadamente ser chamado de Sol atrás do Sol, sendo Tiphareth, na
verdade, o reflexo imediato de Kether. É por meio da mediação do sol que
a vida se originou na Terra, e é por meio da consciência tipharética
que entramos em contato com as fontes da vitalidade a as assimilamos,
tanto consciente quanto inconscientemente.
44. 0 Sol é, acima de
todas as coisas, o símbolo da energia manifestante; são as efusões
súbitas a excepcionais da energia espiritual a solar que causam a
inebriação divina do êxtase; é o ouro, como base monetária, o
representante objetivo da força da vida exteriorizada; pois, na verdade,
o dinheiro é vida a vida é dinheiro, pois sem dinheiro não podemos
viver plenamente a vida. A força vital, que se manifesta no plano
físico como energia e no plano mental como inteligência a conhecimento,
pode ser transmutada, pela alquimia apropriada, em dinheiro, que é a
prova da capacidade ou energia de alguém. 0 dinheiro é o símbolo da
energia humana, por meio da qual podemos acumular, hora após hora, o
produto de nosso trabalho, recebendo-o como salário no final do mês, a
gastando-o em coisas necessárias ou guardando-o para a utilização futura
que considerarmos conveniente. 0 ouro que garante as cédulas monetárias
é um símbolo da energia humana, a só pode ser obtido por um gasto dessa
energia; embora ela possa ser a energia de um pai ou de um marido,
transmitida por herança, não obstante é o símbolo da atividade de algum
ser humano em alguma esfera, mesmo se esta for apenas a da sociedade de
ladrões.
45. Os movimentos secretos a subterrâneos do ouro atuam na
política das nações como os hormônios no corpo humano; a há leis
cósmicas que lhe governam os movimentos cíclicos a fortuitos, sobre as
quais os economistas não fazem a menor idéia.
46. Kether, o Espaço, a
fonte de toda existência, reflete-se em Tiphareth, que age como um
transformador a distribuidor da energia espiritual primordial. Recebemos
essa energia diretamente por meio da luz solar, e indiretamente por
meio da clorofila nas plantas verdes, que lhes possibilita utilizar a
luz solar, a que ingerimos em primeira mão nos alimentos vegetais e em
segundo lugar, nos tecidos dos animais hérbívoros.
47. Mas o deus
solar é mais do que a fonte da vida. Ele é também o curador que age
quando a vida vai mal. Pois é a própria vida, seus excessos, falta, ou
maldirecionamento, que constitui a atividade nos processos da
enfermidade; a enfermidade não tem energia, a não ser a que rouba à vida
do organismo. É, por conseguinte, pelos ajustamentos na força vital que
a cura pode ser realizada, a os deuses solares são os deuses naturais
que devem ser evocados a esse respeito, pois a vida e o Sol estão
intimamente associados.
48. É por meio do conhecimento da manipulação
da influência solar que os antigos sacerdotes-iniciados realizavam suas
curas, e a adoração do Sol está na raiz do culto de Esculápio na Grécia
antiga.
49. Nós, os modernos, aprendemos o valor da luz solar e das
vitaminas em nossa economia fisiológica, mas não compreendemos o papel
importantíssimo desempenhado pelo aspecto espiritual das influências
solares em nossa economia psíquica, utilizando essa palavra em seu
sentido dicionarizado. Há um fator tipliarético na alma humana que, de
acordo com a tradição antiga, tem sua correspondência física no plexo
solar, não na cabeça ou no coração, que é capaz de recolher o aspecto
sutil da energia solar da mesma maneira pela qual a clorofila na folha
de uma planta recolhe seu aspecto mais tangível. Se nos privamos dessa
energia a somos impedidos de assimilá-la, adoecemos a enfraquecemos,
tanto na mente como no corpo, como as plantas que crescem num porão,
privadas de sua luz.
50. Essa separação do aspecto espiritual da
natureza deve-se às atitudes mentais. Quando recusamos reconhecer nosso
papel na natureza, e o papel da natureza em nós, inibimos esse fluxo
livre de magnetismo vitalizante que circula entre a parte e o todo; a na
falta de certos elementos essenciais à função espiritual, a saúde
psíquica é impossível.
51. Os psicanalistas atribuem grande
importância à repressão como uma causa da enfermidade psíquica; eles
aprenderam a reconhecer a repressão porque, em sua forma extrema, de
repressão sexual, seus efeitos nocivos são evidentes. Eles não
compreenderam, contudo, que a repressão sexual, a não ser quando causada
pelas circunstâncias, caso em que não dá origem a dissociações, é
apenas o resultado de uma causa que reside muito além do sexo, a tem
suas raízes numa falsa espiritualidade, um refinamento a um idealismo
espúrio, que conduziu à supressão da simpatia, da franqueza a da
gratidão numa criatura viva em face do Dador de Vida, o aspecto superior
da natureza. Isso tem como causa a sua vaidade espiritual, que
considerava indignos os aspectos mais primitivos da natureza.
52. É
por causa de nossos ideais espúrios, com seus falsos valores, que temos
tantas enfermidades neuróticas em nosso meio. É por não honrarmos a
Priapo e a Cloacina como divindades que fomos amaldiçoados pelo deus do
Sol a separados de Sua influência benéfica, pois um insulto aos Seus
aspectos inferiores é um insulto á Ele.
53. Quando uma criatura não
está num estágio adequado para a reprodução, o chamado do sexo lhe é
repugnante; essa é a base natural do pudor, que protege o organismo do
desgaste a da exaustão. Como uma acumulação dos excrementos decompostos
dá origem à enfermidade, o odor de seus excrementos é repulsivo às
criaturas vivas, mesmo àquelas de desenvolvimento mais inferior, de modo
que elas evitam a sua proxinúdade. Por causa dessas duas repulsas, tão
racionais a úteis sob condições naturais, os diversos modos dos tabus
irracionais se desenvolveram sob nossas condições artificiais de vida
civilizada.
5
4. Nossa atitude em face dessas duas importantes seçôes
da vida natural implica que elas são desnaturais, degradadas, venenosas.
Conseqüentemente, privamo-nos dos contatos terrestres; então, o
circuito se quebra e os contatos celestes nos faltam. A corrente cósmica
provém de Kether, passa por Tiphareth a Yesod, a chega a Malkuth; se o
circuito se quebra em qualquer parte, ele não pode funcionar. Certo, é
impossível quebrar totalmente o circuito durante a vida, pois os
processos vitais estão tão profundamente enraizados na natureza, que não
podemos suprimi-los por completo; mas uma atitude mental pode causar um
entupimento do cano, por assim dizer, a pode tanto isolá-la a inibi-la a
ponto de permitir que apenas um magro fluxo seja aspirado pelo
organismo desesperado.
55. Em Tiphareth, o Sol Central a espiritual
se manifesta no natural, a deveríamos reverenciar o deus do Sol como
representante da naturalização dos processos espirituais; a
espiritualização dos processos naturais teria muito a responder na
história do sofrimento humano.
56. Os símbolos atribuídos à Sexta
Sephirah tomam-se tema de um estudo muito iluminador quando os
examinamos à luz do que agora sabemos sobre o significado de Tiphareth,
pois temos aqui um exemplo muito claro da maneira pela qual os símbolos
atribuídos a uma dada Sephirah se entrelaçam numa interminável cadeia de
associações concatenadas.
57. 0 significado da palavra hebraica
Tiphareth é beleza; a das muitas definiçôes de beleza que foram
propostas, a mais satisfatória é a que faz a beleza constituir uma
relação de proporçôes harmoniosas, qualquer que seja a coisa bela, moral
ou material. Por conseguinte, é interessante descobrir a Sephirah da
Beleza como o ponto central de equilrõrio de toda a Ãrvore, constatando
que uma das duas experiências espirituais atribuídas a Tiphareth é a
visão da harmonia das coisas.
58. É curioso que duas experiências
espirituais distintas e, à primeira vista, sem relação recíproca, sejam
atribuídas a Tiphareth; ela é, de fato, a única Esfera da Árvore em que
isso ocorre. É também a única a que se atribuem diversas imagens
mágicas; devemos perguntar, por conseguinte, por que é essa Sephirah
central que tem esses múltiplos aspectos. A resposta encontra-se no
Texto Yetzirático que lhe corresponde, o qual declara: "0 Sexto Caminho
chama-se Inteligência Mediadora." Um mediador é essencialmente um elo
unificador, um intermediário; conseqüentemente, Tiphareth, em sua
posição central, deve ser encarada como um comutador de duas fases, a
devemos considerá-la ao mesmo tempo como receptora dos "influxos das
emanaçôes" a como causa das influências que fluem "para todos os
reservatórios das bênçãos". Podemos assim considerá-la como a
manifestação exterior das cinco Sephiroth mais sutis, a também como o
princípio espiritual que subjaz às quatro Sephiroth mais densas. Se a
considerarmos do Iado da forma, ela é força; se a considerarmos do lado
da força, é forma. Ela é, de fato, a Sephirah arquetípica em que os
grandes princípios representados pelas cinco Sephiroth superiores são
formulados em conceitos. "Nele se multiplicam os influxos das
emanações", como declara o Sepher Yetzirah.
59.0 nome Zoar Anpin, o
Rosto Menor, antónimo de Arik Anpin, o Rosto Enorme, um dos títulos de
Kether, confirma essa idéia. Pois as formulações informes de Kether
tomam forma nessa Sephirah, a esfera da mente superior. Como já
observamos anteriormente, Kether se reflete em Tiphareth. 0 Velho dos
Dias vê-se refletido como num espelho, e a imagem refletida do Rosto
Enorme chama-se Rosto Menor a Filho.
60. Mas, embora seja uma
manifestação menor a uma geração mais jovem quando vista de cima,
Tiphareth é também Adão Cadmo, o Homem Arquetípico, quando considerada
de baixo - ou seja, do lado de Yesod e Malkuth. Tiphareth é Malek, o
Rei, o Esposo de Malkah, a Noiva, que é um dos títulos de Malkuth.
61.
É em Tiphareth que encontramos as idéias arquetípicas que formam a
estrutura invisível de toda criação manifesta que formula a expressa os
princípios primários emanados das Sephiroth mais sutis. Ela é, por assim
dizer, um tesouro de imagens num arco superior; mas, ao passo que o
plano astral é povoado por imagens refletidas das formas, as imagens da
Esfera de Tiphareth são aquelas que se formulam e, por assim dizer, se
cristalizam a partir das emanações espirituais das potências superiores.
62.
Tiphareth é o mediador entre o microcosmo e o macrocosmo; "Como em
cima, tal é embaixo", essa é a linha mestra da Esfera de Shemesh, na
qual o Sol que está atrás do Sol se concentra na manifestação.
63.
Encontramos na anatomia do Homem Divino a interpretação do sentido da
organização a da evolução; de fato, o universo material consiste
literalmente nos órgãos a nos membros desse Homem Divino; e é através de
uma compreensão da alma de Adão Cadmo, formado pelos "influxos das
emanações", que podemos interpretar-Lhe a anatomia èm termos de função,
que é o único meio no qual a anatomia pode ser apreciada
inteligentemente. É porque a ciência se contenta em ser descritiva,
esquivando-se das explicaçôes fmalistas, que lhe falta a profundidade
filosófica.
64. Na psicologia transcendental, que é a anatomia do
microcosmo, o peito é a correspondência atribuída a Tiphareth. No peito
estão os pulmões e o coração; imediatamente abaixo desses órgãos,
intimamente relacionados com eles a controlando-os, está a maior rede de
nervos do corpo, conhecida como plexo solar, nome que foi
convenientemente cunhado pelos antigos anatomistas. Os pulmões mantêm
um relacionamento singularmente íntimo entre o microcosmo e o
macrocosmo, detemminando a entrada e a saída do movimento periódico da
atmosfera, que jamais cessa de dia ou de noite, até que o vaso de ouro
se quebre e o fio de prata se rompa a cessemos de respirar. 0 coração
determina a circulação do sangue, e o sangue, como afirmou acertadamente
Paracelso, é um "fluido singular". A medicina modema sabe muito bem o
que a luz solar significa para o sangue. Ela descobriu também que a
clorofila, a substância verde das folhas das plantas a que lhes permite
utilizar a luz solar como sua fonte de energia, tem uma poderosa
influência sobre a pressão do sangue.
65. As três imagens mágicas de
Tiphareth são curiosas, pois, à primeira vista, são tão díspares que
cada uma parece invalidar as outras. Mas, à luz do que agora sabemos a
respeito de Tiphareth, seu significado a relacionamento aparece
claramente, através da linguagem do simbolismo, especialmente quando a
estudamos à luz da vida de Jesus Cristo, o Filho.
66. Tiphareth,
sendo a primeira coagulação das Supremas, é adequadamente representada
como a Criança recém-nascida na manjedoura, em Belém; como Deus
Sacrificado, ela se toma o mediador éntre Deus e o homem; e, quando
ressuscita dos mortos, Ele o faz como um rei em seu reino. Tiphareth é a
Criança de Kether e o rei de Malkuth, a em sua própria esfera Ele é
sacrificado.
67. Não compreenderemos corretamente Tiphareth se não
tivermos algum conceito do sentido real do sacrifício, que é muito
diferente do sentido popular, que o concebe como a perda voluntária de
algo querido. O sacrifício é a tradução da força de uma forma a outra.
Não existe uma destruiçáo total da força; por mais que ela desapareça de
nosso alcance, ela se mantém em alguma outra forma, de acordo com a
grande lei natural da conservação da energia, que é a lei que mantém
nosso universo em existência. A energia pode ser encerrada na forma,
tornando-se, por conseguinte, estática; ou pode ser libertada dessa
prisão da forma a posta em circulação. Quando fazemos um sacrifício de
qualquer espécie, tomamos uma forma estática de energia e, quebrando a
forma que a aprisiona, colocamo-la em livre circulação no cosmo. 0 que
sacrificamos numa forma retoma novamente, no devido tempo, sob outra
forma. Aplicando esse conceito às idéias religiosas a éticas do
sacrifício, obtemos algumas pistas muito valiosas.
68.0 Nome divino
dessa Esfera é Aloah Va Daath, que a associa estreitamente com a
Sephirah invisível que se encontra entre ela a Kether. Essa Sephirah,
como já observamos, explica-se antes como apreensão - a alvorada da
consciência; a podemos interpretar a frase "Tetragranunaton Aloah
Va Daath" como "Deus manifesto na esfera da mente".
69.
No microcosmo, Tiphareth representa o psiquismo superior, o modo de
consciência da individualidade, o eu superior. Ela é essencialmente a
Esfera do misticismo religioso, que se distingue da magia a do psiquismo
de Yesod; lembremos que as Sephiroth do Pilar Central da Árvore
representam poderes a modos de funcionamento. Tiphareth é também a
Esfera dos Grandes Mestres; é o templo edificado por mãos não-humanas,
eterno nos céus, e a Grande Loja Branca. É aqui que o adepto iniciado
opera quando está na consciência superior; é aqui que ele entra em
contato com os Mestres, e é por meio do Nome a por uma compreensâo do
significado do Nome de Aloah Va Daath que ele se abre a essa consciência
superior.
70. Notemos que é apenas na proporção do significado que
uma palavra tem para nós que ela se toma uma Palavra de Poder. 0 nome de
sua vítima é uma Palavra de Poder para o assassino. Tal é seu poder
que, em alguns países, a polícia, enquanto interroga um suspeito,
registra com aparelhos as alteraçôes de sua pressão sangüínea; o nome da
vítima a outras palavras relacionadas ao crime são subitamente
sussurradas em seu ouvido e, se essas forem "palavras de poder" para
ele, o instrumento as registrará sem margem de erro.
71. Acredita-se
popularmente que os Nomes de Poder exercem influéncia direta sobre
espíritos, anjos, demônios a outros seres, mas isso não é verdade. 0
Nome de Poder exerce sua influência sobre o mago e, exaltando-lhe a
dirigindo-lhe a consciência, torna-o capaz de entrar em contato com o
tipo escolhido de influência espiritual; se ele teve experiência desse
tipo particular de influência, a Palavra de Poder agitará poderosas
lembranças subconscientes; se ele não as teve, abordando o assunto com o
espírito sem imaginação a incrédulo do erudito, o "bárbaro Nome de
Evocação" será como o hocus-pocus para ele. Notemos, porém, que, para o
católico crente, hocus-pocus - que é o nome protestante para a fraude a
para a superstição, e de onde deriva a palavra hoax (logro) - significa
Hoc est Corpus, o que é uma história totalmente diferente. É o ponto de
vista que importa nesses assuntos.
72. É por essa razão que se
atribui uma experiência espiritual definida a cada Sephirah; e, enquanto
o aspirante não tiver a experiência correspondente, ele não será um
iniciado dessa Sephirah, a não poderá utilizar os seus Nomes de Poder,
mesmo que os conheça. Segundo a tradição, não basta conhecer um Nome de
Poder; é preciso também saber como vibrá-lo. Acredita-se geralmente que a
vibração de um Nome de Poder é a nota justa pela qual o cantamos;
mas a vibração mágica é algo muito mais que isso. Quando experimentamos
uma profunda emoção e, ao mesmo tempo, somos devocionalmente exaltados, a
voz desce muitos tons abaixo de seu normal a toma-se ressoante a
vibrante; é esse tremor de emoção, combinado com a ressonãncia e a
devoção, que constitui a vibração de um Nome, a essa experiência não
pode ser aprendida ou ensinada, devendo antes ser espontãnea. É como o
vento que sopra onde lhe apraz. Quando ele ocorre, somos sacudidos dos
pés à cabeça com uma onda de calor, a todos os que o ouvem prestam-lhe
atenção involuntariamente. É uma experiência extraordinária ouvir uma
Palavra de Poder vibrada. É uma experiência ainda mais extraordinária
vibrá-la.
73. 0 arcanjo de Tiphareth é Rafael, o "espírito que está no Sol", e que é também o anjo da cura.
74.
Quando o iniciado "trabalha" na Árvore, ou seja, quando edifica em sua
imaginação um diagrama da Árvore da Vida em sua aura, ele formula
Tiphareth em seu plexo solar, entre o abdome e o peito; se desejar
trabaIhar na Esfera da sexta Sephirah, a concentra o poder nesse centro,
descobrirá que ele próprio se tomou um espírito imerso no Sol, rodeado
pela flamejante fotosfera. Uma coisa é formular a Sephirah na aura, a
outra completamente diferente é achar-se situado dentro dessa Sephirah.
Embora se possa receber a influência de uma Sephirah por meio da
primeira operação -, e esse é um bom método rotineiro para a meditação
diária, - somente depois de "virarmos pelo avesso", de modo que a
posição se inverta, ficando não a Esfera dentro de nós, mas nós dentro
da Esfera, é que poderemos trabalhar com o poder de uma Sephirah. É essa
experiência que constitui a culminação iniciática de uma Sephirah.
75.
0 coro angélico de Tiphareth são os Malachim, ou Reis. São os
princípios espirituais das forças naturais - e ninguém pode controlar,
ou mesmo fazer um contato seguro com princípios elementais, a não ser
que experimente a iniciação de Tiphareth, que é a de um adepto menor. É
preciso que sejamos aceitos pelos Reis Elementais, ou seja, é preciso
que compreendamos a natureza espiritual última das forças naturais antes
de podermos manipulá-las em sua forma elemental. Em sua forma elemental
subjetiva, elas aparecem no microcosmo como poderosos instintos de
combate, de reprodução, de autodegradação, de autoexaltação, a todos
aqueles fatores emocionais conhecidos pelo psicólogo. É óbvio, portanto,
que, se agitamos a estimulamos essas emoções em nossas naturezas,
devemos fazê-to para que possamos utilizá-las como servos do eu
superior, dirigido pela razão e por princípios espirituais. É
necessário, por conseguinte, que, quando operamos as forças elementais, o
façamos por meio dos Reis, sob o governo do Arcanjo a pela invocação do
Santo Nome de Deus, apropriados à Esfera. Microcosmicamente, isso
significa que as poderosas forças elementais motrizes de nossa natureza
estão relacionadas com o eu superior, a não dissociadas no submundo
qliphótico da inconsciência freudiana.
76. As operações elementais
não são, naturalmente, realizadas na Esfera de Tiphareth, mas é
essencial que elas sejam controladas da Esfera de Tiphareth, se
desejamos nos manter no âmbito da Magia Branca. Não havendo esse
controle superior, as operações descambarão rapidamente para a Magia
Negra. Afirma-se que, na Queda, as quatro Sephiroth inferiores se
desligaram de Tiphareth a foram assimiladas pelas Qliphoth. Quando as
forças elementais se desligam de seus princípios espirituais, tomando-se
fins em si mesmos ainda que não se vise à experimentação maligna, a
Queda tem lugar, e a degradação logo se lhe segue. Mas, quando
compreendemos claramente o princípio espiritual que subjaz a todas as
coisas naturais, estas permanecem num estado de inocência, para utilizar
um termo teológico com uma conotação definida; elas não caem, a podemos
operá-las com segurança e desenvolvê-las vantajosamente em nossas
próprias naturezas, produzindo, assim, a liberdade e o equilíbrio tão
necessários à saúde mental. Essa correlação do natural com o espiritual,
que evita a queda deste último, mantendo-o num estado de inocência, é
um ponto muito importante em todos os trabalhos práticos em qualquer
forma de Magia.
77. Como já vimos, duas experiências espirituais
concorrem para a iniciação de Tiphareth: a visão da harmonia das coisas e
a visão dos Mistérios da Crucificação. Já vimos também que são dois os
aspectos de Tiphareth, a que, por conseguinte, duas devem ser as
experiências espirituais em sua iniciação.
78. Na visão da harmonia
das coisas, percebemos mais profundamente o lado espiritual da natureza;
em outras palavras, encontramos os reis angélicos, os Malachim. Por
meio dessa experiência, compreendemos que o natural é apenas o aspecto
denso do espiritual, o "Manto Exterior do Ocultamento", que cobre o
"Manto Interno da Glória". É a falta dessa compreensão do significado
espiritual do natural que se faz sentir tão lamentavelmente em nossa
vida religiosa atual, a que é responsável por tantas enfermidades
neuróticas a tanta infelicidade conjugal.
79. É por meio dessa visão
da harmonia das coisas que nos unimos à natureza, não por meio dos
contatos elementais. Os seres humanos que, pela cultura, se elevaram de
uma ou outra maneira acima dos primitivos, não podem unir-se à natureza
no nível elemental, pois fazê-to implica a degeneração, a eles se
tomariam bestiais, nos dois sentidos da palavra. Os contatos naturais se
fazem por meio dos reis angélicos dos elementos na Esfera de Tiphareth -
em outras palavras, por meio da compreensão dos princípios espirituais
que subjazem às coisas naturais -, e o iniciado encontra, assim, os
seres elementais em nome de seu rei governante. Ele desce aos reinos
elementais, vindo de cima, por assim dizer, trazendo consigo a sua
humanidade; é, portanto, um iniciador para os elementais; mas, se o
iniciado os encontra no nível deles, ele abre mão de sua humanidade a
retoma a uma fase primitiva de evolução. A força elemental, não-limitada
a não-mantida em xeque pelas limitaçôes de um cérebro animal,
converte-se numa força desequilibradora quando flui através dos vastos
canais de um intelecto humano, e o resultado é o caos, que é um dos
reinos das Qliphoth.
80. Os Mistérios da Crucificação são
macrocósmicos a microcósmicos. Em seu aspecto macrocósmico,
encontramo-los nos mitos dos grandes redentores da humanidade, que
nascem de um deus a de uma mãe virginal, enfatizando, assim, a natureza
dual de Tiphareth, em que forma a força estão reunidas. Mas não
esqueçamos seu aspecto microcósmico, enquanto experiência de consciência
mística. É por meio da compreensão dos Mistérios da Crucificação, que
diz respeito ao poder mágico do sacrifício, que somos capazes de
transcender as limitaçôes da consciência cerebral, limitada à sensaçIo a
condicionada à forma, a adentrar a consciência mais ampla do psiquismo
superior. Tomamo-nos, assim, capazes de transcender a forma e, por
conseguinte, realizar a força latente, transformando-a de estática em
cinética a tomando-a disponível para a Grande Obra, que é regeneração.
81.
A virtude característica da Esfera de Tiphareth é a devoção a essa
Grande Obra. A Devoçáo é um fator muito importante no Caminho da
Iniciação que conduz à consciência superior, a devemos, por conseguinte,
examiná-to cuidadosamente, analisando-lhe os elementos constitutivos.
Poderíamos definir a devoção como o amor por algo que é superior a nós;
por algo que evoca nosso idealismo; por algo que, embora não possamos
igualar, não obstante nos faz desejar ser como ele; "Contemplando como
num espelho a glória do Senhor, eles se transformam na imagem da
glória". Quando um conteúdo emocional mais forte é infundido na devoção,
tornando-se adoração, ele nos transporta por sobre o grande abismo
existente entre o tangível e o intangível, a nos permite apreender
coisas que os olhos não vêem nem os ouvidos ouvem. É essa devoçáo, que
se eleva à adoração, na Grande Obra, que nos inicia nos Mistérios da
crucificação.
82. 0 vício atribuído a Tiphareth é o orgulho, a nessa
atribuição ternos uma importantíssima verdade psicológica. O orgulho tem
suas raízes no egoísmo e, na medida em que estamos centrados em nós
mesmos, não podemos nos unir com as coisas do mundo. No verdadeiro
desprendimento do Caminho, a alma supera seus limites a penetra a Esfera
das coisas por meio da simpatia ilimitada a do amor perfeito; mas no
orgulho a alma tenta estender seus limites até possuir tudo o que
estiver ao seu alcance, e é uma experiência muito diferente possuir uma
coisa para com ela se unir, desejando que ela nos possua igualmente em
perfeita reciprocidade. E esse arranjo unilateral é o vício do adepto.
Ele deve tanto dar quanto receber, a deve dar-se sem reservas se quiser
participar da união mística, que é o fruto do sacrifício da
crucificação. "Que aquele que for o maior dentre vós seja o servo de
todos", disse o Senhor.
83. Os símbolos associados a Tiphareth são o lámen, a Rosa-cruz, a cruz do calvário, a piràmide truncada e o cubo.
84.
0 lámen é o símbolo que o adepto ostenta sobre o peito para indicar uma
determinada força. Um adepto que opera na Esfera de Shemesh, por
exemplo, utilizará sobre o peito uma imagem do Sol resplandecente. Um
lámen é a arma mágica de Tiphareth; por conseguinte, toma-se necessário
dizer algo a respeito da natureza das armas mágicas em geral, a fim de
que a função de um lámen possa ser entendida.
85. Uma arma mágica é
algum objeto adequado, como veículo, para a força de um tipo particular.
Por exemplo, a arma mágica do elemento Água é uma taça ou um cálice; a
arma mágica do elemento Fogo é uma lamparina acesa. Esses objetos são
escolhidos porque sua natureza é congênita à da força a ser invocada;
ou, em linguagem moderna, porque sua forma sugere a força à imaginação
pela associação de idéias.
86. Tiphareth associa-se tradicionalmente
com o peito, tanto em virtude da rede de nervos que se chama plexo solar
como pela sua posição quando a Árvore é edificada na aura.
Conseqüentemente, a jóia peitoral do adepto é o foco da força
tipharética, qualquer que seja a operação realizada. A força real,
operando em sua própria Esfera, é representada pela arma mágica que se
lhe atribui. Por exemplo, um adepto que realiza uma operação do elemento
Água teria como arma mágica a taça, a executaria todos os signos sobre a
taça, nela concentrando a força obtida pela invocação. Mas, sobre seu
peito, estaria o selo do elemento Água, representando o fator espiritual
da operação e o arcanjo que governa esse reino particular. Se o adepto não compreender o significado de seu lámen, que é diferente do de sua arma mágica, ele não será um adepto, a sim um mago.
87.
A Rosa-Cruz e a cruz do Calvário são ambas símbolos da Esfera de
Tiphareth. Para compreendermos seu significado, cumpre dizer algo a
respeito das cruzes em geral, a de como elas são utilizadas nos sistemas
simbólicos. Embora a cruz com que tenhamos mais familiaridade seja a
cruz do Calvário, devido à sua associação com o Cristianismo, há muitas
outras formas de cruz, a cada uma tem o seu próprio significado. A cruz
de braços iguais, tal como a cruz vermelha do serviço médico militar,
recebe dos iniciados o nome de cruz da natureza, a representa o poder em
equilíbrio. Ela costuma figurar no topo de algumas cruzes célticas,
encerrada com freqüência num círculo, de modo que a cruz céltica
consiste realmente numa haste afilada que termina numa cruz natural,
nada tendo em comum com a cruz do Calvário, que é a cruz do
Cristianismo. A haste afilada da cruz céltica é, na verdade, uma
pirâmide truncada, a os exemplares ainda existentes desse tipo de cruz
confirmam essa interpretação. Algumas formas arcaicas sugerem a
imposição da cruz a do círculo sobre a pedra fálica cõnica, que é um
objeto tão universal na adoração primitiva.
88. A suástica tem também
a natureza da cruz, sendo chamada às vezes de "cruz de Thor", ou
"martelo de Thor", supondo-se que sua forma indique a ação rodopiante de
seus relámpagos.
89. A cruz do Calvário é a cruz do sacrifício, a
sua cor verdadeira é o preto. A haste deve ser três vezes mais comprida
do que os braços. A meditação sobre essa cruz conduz à iniciação por
meio do sofrimento, do sacrifício e da auto-abnegação. 0 crucifixo é,
naturalmente, uma elaboração da cruz do Calvário.
90. 0 círculo sobre
a cruz é um símbolo iniciático, especialmente quando a cruz se assenta
sobre três pés, como deveria ser neste caso. 0 círculo indica a vida
eterna, a também a sabedoria; o emblema da Sociedade Teosófica, que tem
como insígnia a "serpente que morde a própria cauda", apresenta uma
variação dessa forma. Uma cruz do Calvário com o círculo superposto
indica a iniciação pelo Caminho da cruz, a os três pés são os três graus
de iluminação. É essa cruz que recebe o nome de Rosa-cruz. 0 objeto de
fantasia em que figuram sarças não é um símbolo iniciático. A rosa
associada à cruz no simbolismo ocidental é a Rosa Múndi, e é uma chave
para a interpretação das forças naturais. Sobre suas pétalas estão
gravados os trinta e dois sinais das forças naturais; esses sinais
correspondem às vinte a duas letras do alfabeto hebraico a às Dez
Sephiroth Sagradas; estas, por sua vez, são atribuídas aos Trinta a Dois
Caminhos da Árvore da Vida, a essa é a chave
para a compreensão da
Rosa Múndi. Os curiosos desenhos que constituem os selos dos espíritos
elementais são feitos desenhando-se continuamente as letras de seus
nomes sobre a rosa.
91. À luz dessa explicação, podemos compreender o
valor das alegações daquelas organizações que tomam um emblema floral
como seu símbolo. Elas assemelham-se àquele cavalheiro que pediu ao seu
camiseiro uma gravata de magistrado salpicada com um pouquinho de
vermelho.
92. 0 cubo é comumente atribuído a Tiphareth por constituir
uma figura hexaédrica, a seis é o número de Tiphareth. Mas o simbolismo
do cubo não se limita a esse aspecto. 0 cubo é a forma mais simples do
sólido e, como tal, é o símbolo apropriado de Tiphareth, em cuja Esfera
se encontra o primeiro prenúncio da forma. 0 símbolo de Malkuth é o cubo
duplo, que simboliza o axioma "Como em cima, tal é embaixo".
93. A
pirâmide simboliza o homem perfeito, solidamente apoiado na Terra a
esforçando-se por unir-se com os céus; em outras palavras, o Ipsissimus.
A pirãnnide truncada simboliza o adepto iniciado, ou Adeptus Minor, que
atravessou o Véu, mas ainda não completou os seus graus. Essa pirãmide a
cujos seis lados correspondem as seis Sephiroth centrais que formam
Adão Cadmo, ou o homem arquetípico, é completada pela adição das Três
Supremas, que culminam na unidade de Kether.
94. Os seis do baralho
Tarô são atribuídos também a Tiphareth e, nessas cartas, a natureza
harmoniosa a equilibrada dessa Sephirah se revela claramente. 0 Seis de
Paus é o Senhor da Vitória. 0 Seis de Copas, o Senhor da Alegria. Mesmo o
naipe maléfico de Espadas transforma-se em harmonia nessa Esfera, e o
Seis de Espadas é conhecido como o Senhor dos Sucessos Merecidos - ou
seja, o sucesso obtido após a batalha. 0 Seis de Ouros é o Sucesso
Material; em outras palavras, o poder em equilíbrio.
[Imagem by Google]
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