1. Se, entre os leitores que seguiram até aqui os nossos estudos sobre a
Cabala, há algum que esteja bem familiarizado com o ocultismo
ocidental, terá ele encontrado, sem dúvida, mais coisas familiares do
que novas ou originais. Ao trabalhar com esse depósito de conhecimento
antigo, achamo-nos na posição dos escavadores que trabalham no sítio de
algum templo soterrado; descobrimos antes fragmentos do que um sistema
coerente; pois o sistema, embora coerente em seus dias, se fragmentou a
se espalhou, deformando-se por causa das perseguições de vinte séculos
de .fanatismo ignorante e de inveja espiritual.
2. No entanto, há
muito mais trabalhos a respeito desses fragmentos do que poderíamos
imaginar. Mme. Blavatsky reuniu uma enorme massa de dados a os expôs à
opinião pública, que os compreendeu tanto quanto uma criança que
contempla as vitrinas de um museu a se maravilha com as coisas estranhas
que elas contêm. A obra erudita de G. R. S. Mead deu-nos muitas
informações a respeito da Gnose, a tradição esotérica do mundo ocidental
durante os primeiros séculos de nossa época; o monumental livro da Sra.
Atwood revelou-nos o significado do simbolismo alquímico. Nenhum deles,
contudo, expôs a tradição ocidental como um iniciado nessa tradição,
abordando-a, ao contrário, de fora a juntando-lhe os fragmentos, ou,
como no caso de Mme. Blavatsky, interpretando-a por analogia à luz do
sistema mais familiar de outra tradição.
3. Aqueles que estudaram o
assunto de dentro - isto é, com as chaves iniciáticas - e o empregaram
como um sistema prático para a exaltação da consciência, mantiveram, em
sua grande maioria, o segredo, comportamento que, embora pudesse ser não
apenas justificável, mas mesmo essencial nos dias em que a Sagrada
Inquisição recompensava essas pesquisas com a fogueira, não se pode
atribuir a qualquer motivo mais crível em nossa era liberal do que ao
desejo de criar a manter o prestígio. Um "monopólio" muito efetivo da
prática ocultista, se não do conhecimento oculto, se estabeleceu entre
os povos de fala inglesa no último quarto de século, "monopólio" que
efetivamente minou o impulso espiritual que teria propiciado o
renascimento dos Mistérios durante os últimos vinte a cinco anos do
último século. Conseqüentemente, estando a terra pronta para a semeadura
mas não tendo recebido o trigo, os quatro ventos trouxeram sementes
estranhas à terra, dando nascimento assim a uma flora tropical, a qual,
não tendo raízes na tradição racial, murchou ou desenvolveu formas
estranhas.
4. 0 templo soterrado de nossa tradição nativa foi, na
verdade, exumado em parte, mas os fragmentos que puderam ser resgatados
não foram postos ao alcance dos estudantes de acordo com as honoráveis
tradições da erudição européia, tendo sido, ao contrário, reunidos em
coleções privadas, permanecendo as suas chaves em poder de indivíduos
que abriram a fecharam as portas de uma maneira inteiramente arbitrária.
Não tenho dúvida de que estas páginas causarão rancor em alguns
indivíduos cujas coleções privadas ficarão dessa forma depreciadas. Mas
também não tenho dúvida de que os inúmeros estudantes que ensaiaram em
vão o Caminho ocidental poderão encontrar nestas páginas as chaves para o
que não eram capazes de compreender no método no qual foram treinados.
Falando por mim mesma, levei dez anos de trabalho nas trevas para
encontrar as chaves, a eu apenas as encontrei porque era suficientemente
sensitiva para captar os contatos com os planos interiores. É difícil
acreditar que, por algum propósito útil, seja conveniente desorientar o
estudante ou recusar-lhe as chaves a as explicações que são essenciais à
sua obra. Se o estudante é indigno de receber o treinamento, não o
treinemos. Se ele o é, treinemo-lo adequadamente.
5. Nas páginas
seguintes, fiz o que pude para elucidar os princípios que governam a
utilização do simbolismo mágico. A utilização prática do método
cerimonial só deve ser tentada sob a direção de alguém que já tenha
experiência em sua utilização; trabalhar só ou com colegas igualmente
inexperientes é correr riscos desnecessários. Mas não existem razões
para que uma pessoa não possa experimentar o método meditativo.
6.
Para poder utilizar eficazmente os símbolos mágicos, o estudante deve
entrar em contato com cada símbolo em separado. É de pouca utilidade
fazer uma lista de símbolos a proceder à construção de um ritual. Na
magia, como na execução do violino, precisamos "achar as nossas notas",
pois não as encontramos prontas como no piano. O estudante de violino
precisa aprender a "fazer" cada nota individual antes de poder executar
uma melodia. Ocorre o mesmo numa operação oculta: precisamos saber como
encontrar a construir as imagens mágicas antes de podermos operar com
elas.
7. 0 iniciado emprega os grupos de símbolos associados a cada um dos
Trinta a Dois Caminhos para construir as imagens mágicas; é necessário
que ele conheça esses símbolos não apenas na teoria, mas também na
prática; ou seja, ele precisa não apenas tê-las perfeitamente enraizadas
em sua memória, mas precisa também ter realizado meditações sobre elas
individualmente até ter-lhes penetrado o significado a experimentado a
força que representam. Conhecer o vasto elenco de símbolos associados a
cada Caminho é naturalmente trabalho de toda uma vida, mas o estudante
deve conhecer os símbolos-chave de cada Caminho como passo preliminar de
seu estudo; ele será, então, capaz de desenvolver-se em dois aspectos:
em primeiro lugar, no conhecimento do simbolismo em suas infinitas
ramificações; e, em segundo lugar, na filosofia da interpretação desse
simbolismo. Uma vez que tenha dominado o conhecimento prático dos
conceitos da cosmogonia esotérica e tenha fixado em sua memória o
esquema geral do simbolismo atribuído a cada Sephirah, estará o
estudante equipado com o sistema de classificação e poderá começar a
arquivar o material, coletando-o em todas as fontes imagináveis da
arqueologia, do folclore, da religião mística, dos relatos dos viajantes
a das especulações da filosofia antiga a moderna a da ciência
ultramoderna.
8. 0 não-iniciado poderá indagar como é possível
conservar essa enorme massa de dados na memória. Em primeiro lugar, o
estudante sério que utiliza a Árvore como seu método meditativo deve
trabalhar com ela regularmente todos os dias. Além disso, descobrirá
ele, pela experiência, que a atribuição de símbolos a cada Sephirah tem
uma peculiar base lógica oculta em alguma profundidade na mente
subconsciente, a que as seqüências de símbolos não são tão difíceis de
memorizar como se poderia supor, especialmente se as utilizamos na
meditação. Alguns desses símbolos se referem aos conceitos da filosofia
esotérica; alguns outros, aos métodos de projetar a consciência na
visão; a outros, ainda, à composição do cerimonial. 0 estudante deve
lembrar, contudo, que os símbolos jamais comunicarão seu significado
apenas à meditação consciente, por mais correto a completo que seja o
seu conhecimento; devem-se utilizá-los como os iniciados pretendiam que o
fossem - para evocar imagens da mente subconsciente na área consciente.
9.
Uma seqüência de símbolos é atribuída às Dez Sephiroth Sagradas e outra
seqüência aos Vinte a Dois Caminhos que as unem. Alguns desses
símbolos, contudo, aparecem em ambas as seqüências, interligando-se por
meio das correlações astrológicas a numéricas. Isso pode soar muito
complicado, mas, na prática real, é mais simples do que parece, porque o
trabalho não é feito com a mente consciente, a sim com a mente
subconsciente, e importa muito pouco a maneira pela qual os símbolos são
nela introduzidos, porque o estranho demônio que se senta atrás do
censor os classifica à sua maneira, tomando aquilo de que precisa a
rejeitando tudo o mais, até que, finalmente, um padrão coerente
reapareça na consciência, requerendo apenas uma análise para comunicar
seu significado, exatamente como num sonho.
10. Uma visão evocada por
meio da Árvore é, na verdade, um sonho desperto, artificialmente
produzido, deliberadamente motivado a conscientemente relatado por algum
assunto escolhido, graças ao qual não apenas a área subconsciente mas
também as percepções superconscientes são evocadas a tomadas
inteligíveis à consciência. Num sonho espontâneo, os símbolos surgem ao
acaso da experiência; na visão cabalística, contudo, a imagem é evocada a
partir de um grupo limitado de símbolos ao qual a consciência é
rigidamente restringida pelo hábito altamente treinado da concentração. É
esse poder peculiar para manter a mente em determinados limites que
constitui a técnica da meditação oculta, a ela só pode ser adquirida
pela prática constante num período considerável de tempo. É isso que
constitui a diferença entre o ocultista treinado e o não-treinado; a
pessoa não-treinada pode ser capaz de desvincular a consciência do
controle da personalidade diretora a assim permitir o surgimento das
imagens, mas ela não tem o poder de restringir a selecionar o que
aparecer, e, conseqüentemente, tudo pode aparecer, inclusive uma
proporção variável da área subconsciente. 0 ocultista treinado, contudo,
acostumado a utilizar esse método em suas meditações, é capaz de
liberar-se imediatamente da área subconsciente normal, a menos que seja
perturbado pela emoção e, nesse caso, ele pode enredar-se em suas
malhas; mas, mesmo nesse caso, seu método é sua proteção, pois ele é
capaz de reconhecer imediatamente o simbolismo confuso nas imagens,
visto que dispõe de um padrão definido com o qual compará-las.
11. Ao
estudar a Árvore, o estudante deveria sempre pensar em cada Sephirah
sob o aspecto tríplice, que já mencionamos (da filosofia, do psiquismo a
da Magia); para esse fim, deveria sempre pensar na Esfera em primeiro
lugar como representante de um certo fator na evolução do cosmo no
passado imemorial do tempo cósmico, que permanece em manifestação, que
desapareceu ou que ainda não chegou ao nível da matéria densa.
12.
Com esse aspecto da Árvore também se ocupam os criptotextos da Sepher
Yetzirá, dos quais há um para cada Caminho. Essas sentenças
desconcertantes têm uma curiosa maneira de comunicar relâmpagos súbitos
de iluminação à meditação a não devem jamais ser rejeitadas como
tolices, por mais incompreensíveis que possam parecer à primeira vista.
Apreender que ele significa, na verdade, a vontade dinâmica, a capacidade executiva, a destruição do fraco a do desequilibrado.
24.
Cada Sephirah a cada Caminho têm animais, plantas a pedras preciosas
simbólicas. É necessário que o estudante conheça essas atribuições por
duas razões: em primeiro lugar, porque elas fornecem importantes chaves
para o relacionamento entre os deuses dos diferentes panteões a as
Sephiroth; e, em segundo lugar, porque fazem parte do simbolismo dos
Caminhos Astrais a servem como pontos de referência quando viajamos na
visão espiritual. Por exemplo, se alguém visse um cavalo (Mane) ou um
chacal (Lua) na esfera de Netzach (Vênus), saberia que houve uma
confusão de plano e que a visão não era digna de fé. Na Esfera de Vênus,
só poderíamos ver pombas ou algum felino, como um lince ou um leopardo.
25.
Poder-se-ia pensar que a associação dos animais simbólicos aos deuses a
deusas nos mitos antigos é inteiramente arbitrária a fruto da
imaginação poética, que, como o vento, sopra de qualquer parte. A isso o
ocultista responde que a imaginação poética não é uma coisa arbitrária,
a remete o cético às obras do Dr. Jung, de Zurique, o famoso
psiquiatra, a aos ensaios do poeta irlandês "A. E.", em particular a
Song and its Fountains, em que ele analisa a natureza de suas próprias
fontes de inspiração. Pela natureza intrínseca de sua poesia a pelas
muitas referências que perpassam por sua obra, penso que esse poeta
pertence a um desses grupos que se nutriram da Cabala Mística. Pelo
menos o que ele tem para dizer é boa doutrina cabalística e extremamente
esclarecedora para o nosso presente argumento.
26. O Dr. Jung tem
muito a dizer a respeito da faculdade mitopoética da mente humana, e o
ocultista sabe que isso é verdade. Ele sabe também, contudo, que suas
implicações têm muito mais alcance do que a psicologia jamais suspeitou.
A mente do poeta ou do místico, que reside nas grandes forças a fatores
naturais do universo manifesto, penetra, graças à utilização criativa
da imaginação, muito mais profundamente nas causas a fontes secretas do
ser do que o faz o cientista; não é sem razão que a imaginação racial,
operando assim, chegou a associar certos animais a certos deuses; um
breve exame dos exemplos citados serve para mostrar a base da
associação. Os pombos de Vênus mostram seu aspecto gentil, a os felinos,
sua beleza sinistra.
27. A associação das plantas aos diversos
Caminhos repousa numa base dupla. Em primeiro lugar, há plantas
tradicionalmente associadas às lendas dos deuses, como é o caso do milho
com Ceres a do vinho com Dionísio; esses mesmos elementos estão
igualmente associados às Sephiroth com que se relacionam as funções
desses deuses - o milho com Malkuth e o vinho com Tiphareth, o centro
cristológico, com o qual se associam todos os Deuses Sacrificados a
Dadores de Luz.
28. As plantas associam-se de maneira diversa às
Sephiroth; a antiga doutrina das rubricas atribuía várias plantas à
presidência de vários planetas de uma maneira um tanto quanto errática.
Em alguns casos, houve uma genuína associação; em outras, ela foi
arbitrária a supersticiosa. 0 velho Culpeper a outros antigos
herbanários têm muito a dizer sobre o assunto, e algumas interessantes
pesquisas estão sendo feitas nas fazendas experimentais antroposóficas.
29.
De maneira similar, certas drogas são associadas às Sephiroth; e aqui
precisamos distinguir novamente o supersticioso do místico. A atribuição
arbitrária de drogas não pode ser sempre justificada pela experiência
real, mas podemos com certeza dizer que todas as classes de drogas estão
sob a presidência de certas Sephiroth, pois partilham da natureza de
certos modos de atividade que são classificados sob essas Sephiroth. Por
exemplo, todos os afrodisíacos poderiam ser justamente atribuídos a
Netzach (Vênus), e todos os abortivos a Yesod em seu aspecto Hécate; os
analgésicos a Chesed (Misericórdia); a os irritantes a os cáusticos a
Geburah (Severidade).
30. Isso abre um aspecto muito interessante do
estudo da matéria médica - o aspecto psíquico a psicológico da atividade
da droga. Esse aspecto foi especialmente estudado pelos médicos
iniciados como Paracelso, a foi o abuso ignorante a supersticioso desse
aspecto, pelos médicos não-iniciados, que conduziu às extraordinárias
aberrações da medicina popular.
31. 0 ocultista sabe que há um
aspecto psicológico em toda ação e função psicológica; ele sabe também
que é possível reforçar poderosamente a ação de todas as drogas por meio
da ação mental apropriada, a que certas substâncias quimicamente
inertes se prestam eficazmente à transmissão e acumulação de atividades
mentais, assim como outras substâncias são condutoras ou isolantes
eficazes de eletricidade.
32. Essa consideração leva-nos à questão da
associação de certas pedras a metais preciosos às Sephiroth, associação
que é determinada tanto pelas considerações astrológicas como pelas
químicas. Como bem o sabem os sensitivos, as substâncias cristalinas, os
metais a certos líquidos são os melhores meios de acumular a transmitir
as forças sutis. A cor exerce um importante papel nas visões induzidas
pela meditação sobre as Sephiroth, e descobre-se, pela experiência, que
um cristal da cor apropriada é o melhor material com o qual se pode
fazer um talismã; um rubi cor de sangue para as ígneas forças marcianas
de Geburah; uma esmeralda para as forças naturais do Raio Verde de
Netzach.
33. Outra fonte de iluminação encontra-se nos títulos
adicionais das Sephiroth, tendo cada um de uma a três dezenas de
epítetos. Esses títulos são nomes gráficos descritivos aplicados às
Sephiroth pelos antigos rabinos e que se encontram disseminados pela
literatura cabalística, a eles nos falam muitas coisas. Por exemplo, os
títulos "Segredo dos Segredos" a "Ponto Primordial", que são aplicados a
Kether, revelam muitas coisas a quem saiba buscá-las.
34. Podemos
também, depois de nos familiarizarmos com o simbolismo, atribuir às
várias Sephiroth os deuses equivalentes de outros sistemas e, quando
observarmos os símbolos, as funções, os conceitos cósmicos e o método de
adoração atribuído a essas divindades, obteremos uma torrente de
iluminação. Utilizando um bom dicionário de mitologia ou uma
enciclopédia, o Golden Bough [0 ramo dourado], de Frazer, e a A doutrina
secreta e Isis sem véu, de Mme. Blavatsky, podemos, pela simples
aplicação da diligência, desvendar muitos enigmas que no início pareciam
insolúveis, e o exercício é fascinante. Quando é assim utilizada, a
Árvore tem um valor peculiar porque sua forma diagramática nos faz ver
as coisas em suas relações mútuas, elucidando, desse modo, umas às
outras.
35. Para manipular o aspecto psíquico da Árvore a seus
Caminhos, o ocultista utiliza imagens, pois é por meio de imagens a dos
Nomes que as evocam que a visão é formulada. Ele associa a cada Sephirah
um símbolo primário, que é a sua Imagem Mágica. Em seguida, associa a
ela, em sua mente, uma forma geométrica que, por diversas maneiras,
informa suas características e, quando compõe o símbolo, utiliza essa
forma como base. Por exemplo, Geburah, Marte, a Quinta Sephirah, tem um
pentágono ou figura de cinco lados. Qualquer símbolo de Geburah, seja
ele um talismã, um altar a Marte ou uma imagem mental de um símbolo,
deverá ter a forma de um pentágono colorido em uma das cores da escala
de cores de Marte.
36. As formas mais importantes da Árvore, contudo,
são aquelas associadas aos quatro Nomes do Poder atribuídos a cada
Sephirah; a esses são associadas quatro cores que se manifestam
simbolicamente em cada um dos quatro Mundos dos Cabalistas. 0 mais
elevado deles é o Nome de Deus, que se manifesta em Atziluth, o plano do
espírito, e é o supremo Nome do Poder dessa Esfera Sephirótica que
domina todos os seus aspectos, sejam eles cósmicos, evolutivos ou
subjetivos. Ele representa a idéia que subjaz ao desenvolvimento da
manifestação nessa Esfera; a idéia que percorre toda a evolução
subseqüente a se expressa em todos os efeitos a manifestações
posteriores.
37. 0 segundo Nome do Poder é o dos Arcanjos da Esfera, a
represento a consciência organizada do ser, graças a cujas atividades a
evolução dessa fase foi inaugurada a dirigida. Embora esses seres sejam
representados pictograficamente como formas humanas, embora etéreas,
não se deve acreditar que a vida e a consciência tal como as conhecemos
correspondem à sua natureza. Eles são semelhantes em essência às forças
naturais, mas, se os considerarmos simplesmente como energia carente de
inteligência, não teremos um conceito adequado de sua natureza, porque
eles são essencialmente individualizados a inteligentes. Ambas essas
idéias devem penetrar nosso conceito, modificando-se mutuamente, até
que, finalmente, cheguemos a um entendimento que difira completamente
daquele a que o pensamento ocidental está acostumado.
38. 0 terceiro
Nome do Poder denomina não um ser, mas toda uma classe de seres - os
coros de anjos, como os chamavam os rabinos -, que representa também
forças naturais inteligentes.
39.0 quarto denomina o que chamamos de
Chakra Cósmico, ou seja, o objeto celestial que consideramos como
produto da fase particular de evolução que ocorre sob a presidência
dessa Sephirah a que a representa.
40. 0 terceiro aspecto sob o qual
consideramos as Sephiroth é o aspecto mágico, que é essencialmente
prático. Para chegar a ele, pensamos no que pode ser experimentado sob a
presidência desses diferentes aspectos de manifestaçãe da divindade, a
nos poderes que podem ser manipulados pelo mago que dominou suas liçôes.
41.
Cada Sephirah é atribuída a uma virtude, que representa seu aspecto
ideal, o dom que concede à evolução; a um vício que é o resultado do
excesso de suas qualidades. Por exemplo, Geburah, Marte, tem como
virtudes a energia e a coragem, a por vícios a crueldade e a
destrutividade. 0 estudante de Astrologia reconhecerá facilmente que as
virtudes a os vícios atribuídos às várias Sephiroth derivam das
características dos planetas que lhes são associados, a descobrirá que
nessa correspondência se abre toda uma nova linha de abordagem da
Astrologia.
42. A experiência espiritual, como prefiro chamá-la, ou
poder oculto, como a chama Crowley, consiste numa profunda compreensão
de algum aspecto da ciência cósmica a constitui a essência da iniciação
do grau atribuído a cada Sephirah, pois nos Mistérios Maiores do
Ocidente os graus estão associados às Sephiroth.
43. Os cabalistas
medievais atribuíam também uma pane do corpo a cada Sephirah, mas não
devemos tomar literalmente essas atribuiçôes; a chave real encontra-se
na compreensão de que as Sephiroth representam fatores da consciência e,
se tomamos Geburah como o braço direito, devemos com-
44. Os
perfumes, especialmente o incenso, também se associam às Sephiroth. Como
já observamos, certas experiências espirituais a certos modos de
consciência são atribuídos a cada Esfera da Árvore; é bem sabido que
nada induz mais eficazmente os estados mentais ou estimula mais a
consciência parapsíquica do que os odores. "Os perfumes operam com mais
segurança do que a vista ou os sons para vibrar o coração", afirma o
mais objetivo dos poetas, e a experiência dos ocultistas práticos
comprova que isso é verdade. Existem certas substâncias aromáticas
associadas pela tradição a diferentes deuses a deusas, a elas são muito
potentes para estimular o humor que está em harmonia com a função da
divindade.
4
5. As armas mágicas também se incluem nas longas listas
dos símbolos a substâncias associados a cada Caminho. Uma arma mágica é
um instrumento que se utiliza na evocação de uma força particular, ou é o
veículo de sua manifestação, tal como a vara do mago ou a bacia de água
ou a esfera de cristal do vidente. A atribuição das armas mágicas aos
Caminhos pode-nos dizer muitas coisas sobre a natureza dos Caminhos,
pois podemos deduzir delas a espécie de poder que opera na esfera
particular em questão.
46. Como já observamos, os vários sistemas
divinatórios têm sua relação com a Árvore a nela encontram suas pistas
mais sutis. As associações da Astrologia traçam-se facilmente por meio
do simbolismo dos planetas, dos elementos a das suas triplicidades,
casas a regências; a Geomancia vincula-se à Árvore por meio da
Astrologia; e o Tarô, o mais satisfatório de todos os sistemas de
adivinhação, surge da Árvore a nela descobre a sua explicação. Essa pode
parecer uma afirmação dogmática para o historiador erudito que busca os
traços da origem dessas cartas misteriosas, e, podemos acrescentar, sem
ter conseguido encontrá-los; mas, quando se compreende que o iniciado
opera conjuntamente com o Tarõ e a Árvore, a que ambos se completam
mutuamente em todos os ãngulos imagináveis, descobre-se que a ordem das
correspondências não é nem arbitrária, nem fortuita.
47. Um aspecto
muito interessante a importante do trabalho prático da Árvore diz
respeito à maneira pela qual o cerimonial e a Magia Talismânica são
utilizados para compensar as descobertas das ciências divinatórias. Cada
símbolo geomãntico, cada carta do Tarô a cada fator horoscópico têm seu
lugar próprio nos Caminhos da Árvore, e o ocultista, com o necessário
conhecimento, pode compor um ritual ou desenhar um talismã para
compensar ou reforçar cada um desses aspectos.
48. É por essa razão
que a adivinhação praticada por não-iniciados pode acarretar má sorte,
uma vez que eles põem em movimento forças sutis, ao concentrarem suas
mentes nessa arte, sem compensarem, pelo esforço mágico apropriado, o
que está desequilibrado.
[Imagem by Google]
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