A MORTE DO XAMÃ

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A MORTE DO XAMÃ - Menkaiká

Na Roda da Cura, o final representa também o recomeço. O ciclo da Roda da Cura é também o da vida, dos obstáculos e das missões pessoais ou coletivas que devem ser resgatadas, vividas ou modificadas.

É como uma espiral onde o ponto de partida também é o ponto de chegada. A vida é como uma estrada sinuosa, que em alguns pontos tem encruzilhadas, que em certos pontos conecta-se com outras estradas, e é nessa conexão que muitas vezes damos as mãos e caminhamos juntos. A morte do xamã representa isso. Na espiral da vida, no processo de cura, enfrentamos várias mortes. A cada dia estamos morrendo e renascendo, nos desvencilhando de aspectos sombrios e obsoletos em nossas vidas.
Segundo Jamie Sams, em seu livro As Cartas do Caminho Sagrado, "um xamã é aquele indivíduo que caminhou até os portais de seu inferno pessoal e teve a coragem de entrar. Um verdadeiro xamã é aquele que enfrentou e venceu os demônios auto concebidos do medo, da insanidade, da solidão, da auto importância e dos vícios ao passar pela gama de Mortes do Xamã. A qualidade que melhor define um xamã de verdade é o seu sentido de compaixão pelos caminhos que os outros ainda precisam trilhar, já que ele também atravessou o mundo subterrâneo das sombras e conhece diretamente a dor e o sofrimento envolvidos nesse processo".

A carta da Morte do Xamã representa as diversas iniciações e provações pelas quais passa o xamã em seu processo de aprendizado. São rituais que simbolicamente marcam a passagem pela morte de um dado aspecto da vida ou da personalidade. Esses rituais aparecem em várias culturas ameríndias e objetivam não somente a morte de determinados aspectos sombrios e batalhas interiores, como também o renascer para uma nova vida, ajuste de personalidade e autocontrole.

Entregar-se à morte simbolicamente pode significar entregar-se às mudanças profundas que fazemos em nossas vidas, proporcionando um terreno fértil para o crescimento de novos aspectos mais positivos e produtivos. Abrir-se para as mudanças é também buscarmos a nossa cura pessoal e, consequentemente, a cura coletiva e do planeta.


Bibliografia: As Cartas do Caminho Sagrado, Jamie Sams, Editora Rocco.

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